POV CASPIAN.
As palavras de Magnos ecoaram em minha mente como um trovão, cada sílaba cortando mais fundo que qualquer garra. Gaia tentou suicídio. Minha companheira, a loba que jurei proteger, chegou a um ponto de desespero tão grande por minha causa que tentou tirar a própria vida. O ar parecia insuficiente, meu peito se apertava, e eu mal conseguia manter-me de pé. Curvei-me ainda mais, as mãos apoiadas nos joelhos, enquanto a dor me engolia.
— Como… como isso aconteceu? — murmurei, a voz fraca, quase inaudível. Meus olhos encontraram os de Magnos, que ainda ardiam com ódio. Ele não respondeu de imediato, somente me encarou, como se estivesse decidindo se eu merecia saber mais ou se deveria somente me deixar afundar na culpa.
— Não façam essas expressões de choque — rosnou Magnos, olhando para mim e meus pais, dando um passo à frente, os punhos cerrados. — Você a rejeitou, Caspian. Vai dizer que não sabia que lobas rejeitadas se suicidam? Todos sabem o que acontece com a grande maioria delas. Você não pensou nessa possibilidade? Ou talvez até pensou e desejou isso. Você a deixou despedaçada, enquanto seguia sua vida como se ela não importasse. Minha filha quase morreu por sua causa, e agora ousa implorar perdão? E perguntar como isso aconteceu? Deixe de ser hipócrita! — acusou, com ódio.
Ele estava certo. Eu sabia o que acontecia com lobas rejeitadas e não me importei com Gaia. Eu só a via como uma bruxa, não ligava se ela morresse. Minha escolha fez todos que amo sofrerem: Gaia e Odin.
Minha mãe, ainda ao meu lado, segurou meu ombro com firmeza, tentando me ancorar, mas eu mal sentia seu toque. Odin, dentro de mim, uivava, um lamento que reverberava em minha alma. Ele também carregava o peso da culpa, mas seu uivo estava fraco, derrotado. Me deixei cair de joelho.
— Eu sabia dessa possibilidade… — falei, a voz embargada, as lágrimas queimando em meus olhos. — E, naquele momento, não me importei com as consequências. Eu estava cego de ódio pelo que ela era. Mas me arrependo amargamente pela minha escolha. Eu a amo, Magnos. Sempre amei, só percebi isso tarde demais — confessei.
— Amor? — Magnos riu, um som amargo e cortante que fez senti um aperto no meu coração. — Seu suposto amor quase a matou, Caspian. E agora, com esse plano idiota que você, seu lobo e Minerva bolaram, você a feriu de novo. Não me venha falar de amor. Você não sabe o que é isso — declarou, irritado. Meu pai interveio novamente, colocando-se entre mim e Magnos.
— Magnos, chega. Isso não ajuda Gaia agora. Precisamos encontrá-la, garantir que ela esteja bem — disse ele, a voz firme, mas com um tom de preocupação que eu raramente ouvia.
— Encontrá-la? — retrucou Magnos, virando-se para meu pai com desprezo. — Ela não quer ser encontrada por ele. Não depois do que ele fez. E eu juro, se ela ou meu neto sofrerem mais por causa desse seu filho, eu mesmo acabarei com você, Caspian — disse, apontando para mim.
A ameaça pairou no ar, pesada, mas eu não me movi. Não podia lutar contra Magnos, não quando ele estava certo. Minha mãe apertou meu ombro com mais força, como se tentasse me impedir de desmoronar completamente.
— Caspian, você precisa se recompor — sussurrou ela, inclinando-se para falar baixo ao meu ouvido. — Gaia está sofrendo, mas ela é forte. Ela precisará de você, mesmo que agora não te queira por perto. Você tem que lutar por ela, meu filho. Não desista agora — falou.
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