POV CASPIAN.
O dia passou, e eu dei ordens para que procurassem por ela em nosso território e acionei meus investigadores para buscar Gaia em sua cidade e na casa de Adam. Mas ela não estava em nenhum desses lugares. Amélia estava certa: não encontraremos Gaia se ela não quiser. Parecia que minha companheira havia evaporado.
Já era noite quando minha mãe entrou em meu quarto com uma bandeja de comida. Eu havia me trancado ali, onde o cheiro de Gaia ainda era mais forte. Aqui, onde a marquei e a fiz minha, onde a fiz sentir tanto prazer. Seu cheiro estava intenso, trazendo-me calma e aconchego.
— Você precisa se alimentar — disse minha mãe, colocando a bandeja na mesinha.
— Não tenho fome. Só penso em Gaia e no nosso filhote. Já mandei procurá-la e nada — falei, desanimado, e me sentei na poltrona.
— Gaia não quer ser encontrada nesse momento. Mas você precisa estar forte para quando ela estiver disposta a te ver. Já pensou se minha nora te encontrar magro, abatido e fraco? Ela vai procurar outro macho para protegê-la — disse minha mãe, sorrindo de lado. Eu e Odin rosnamos juntos. Nunca permitiria outro macho protegendo minha fêmea.
— Isso nunca. Passe essa bandeja para cá — ordenei, e minha mãe rapidamente me entregou, sorrindo. Eu havia caído na sua lábia. Comecei a comer, e ela ficou ao meu lado, me observando, até que terminei. Então, se retirou, mas não antes de me dar um beijo na testa e dizer para eu descansar. Acomodei-me na poltrona e fechei os olhos, tentando dormir.
Fiquei ali, de olhos fechados, mas o sono não vinha. Em vez disso, só surgiam os olhos de Gaia, seu olhar de sofrimento. Abri os olhos, pois não conseguiria dormir ou relaxar na poltrona. Talvez na cama, com o cheiro dela, eu conseguisse dormir. Quando olhei para frente, fiquei tenso e surpreso. Morgana estava parada à minha frente, de pé, com os braços cruzados, me observando com uma expressão de deboche. Como ela entrou aqui sem que eu percebesse?
— Como você entrou aqui? Deixa para lá. O que quer? — perguntei.
— Você está péssimo, lobinho. Deveria tomar um banho e descansar — disse, debochada. Qual o problema com essa bruxa velha? Está sempre me mandando tomar banho. Será que estou fedendo? Deixa para lá, essa bruxa é louca. Deve dizer isso só para me provocar.
— Veio aqui para me castigar? Se for, faça logo e vá embora. Não estou com disposição para conversa — falei, encostando-me relaxado na poltrona.
— Bem que eu queria te punir por enganar minha bisneta. Mas não vim para isso. Estou aqui para dar notícias de Gaia — disse, séria. Ao ouvir o nome dela, levantei-me imediatamente, num salto.
— Como ela está e onde? — perguntei, tenso.
— Ela está em meu castelo. Mas, antes que peça para ir até lá, a resposta é não. Não te levarei. Meu castelo não é bagunça, e não entra qualquer um — falou, friamente.
— Como ela está? — perguntei mais uma vez, impaciente e ignorando seu comentário.
— Ela está sofrendo, e muito. Mas ficará bem, ela é forte — contou. Suspirei, culpado. Sentei-me na cama, e Morgana continuou me observando. Abaixe a cabeça, arrasado, com essa situação. Odin falou em minha mente nesse momento:
— Agora sabemos onde ela está. Morgana vai cuidar dela. Pelo menos, Gaia não está vagando por aí, sozinha. Devemos lembrar que Theodoro está livre e jurou vingança. Imagina quando descobrir sobre a gravidez de nossa companheira. Ele pode querer fazer mal a Gaia. Precisamos ficar atentos e capturar aquele maldito — disse Odin, levantando um ponto muito importante.
— Sim, Gaia nunca estará segura com ele à solta — comentei.
— Exatamente. Mas, mudando de assunto, algo me ocorreu agora: por que Morgana está nos ajudando? — perguntou Odin, fazendo-me repetir a mesma pergunta. Levantei a cabeça e olhei para Morgana.
— Sim, minha bisneta estava destinada a você. Mesmo a rejeitando, ela voltaria para você. A Deusa Lua escreveu assim, e não se vai contra a vontade dela. É por isso que não posso fazer nada contra a união de vocês e devo ajudar para ficarem juntos — explicou.
— Essa profecia tem noção de quando se cumprirá? Porque você disse que a prometida ajudaria quando os lycans estivessem em grande perigo. Sabe algo sobre isso? — perguntei, preocupado. Eu tinha um filhote a caminho, precisava protegê-lo do mal que estava por vir.
— A profecia já se cumpriu. O perigo era a doença que Thalassa liberou sobre os lobos, e Gaia ajudou descobrindo a cura. E como ela já está grávida, a profecia está cumprida — comentou.
— Isso é um alívio. Pensei que meu filhote nasceria e estaria em perigo — comentei, aliviado, mas ainda precisava resolver como reconquistar minha companheira. Olhei para Morgana. — O que faço agora? Sei que Gaia não vai querer me ver tão cedo, mas preciso ficar perto do nosso filhote — argumentei.
— Minha bisneta é um pouco teimosa, mas não colocará seu filhote em risco. Assim que se sentir melhor, ela vai voltar para a casa e o trabalho dela. Eu conheço Gaia muito bem. Ela não é de ficar sofrendo por muito tempo. Então, você pode procurá-la e conversar — comentou.
— Mas eu não sei onde ela mora ou trabalha. E tenho certeza que Magnos, Amélia e Adam não vão me dizer — afirmei.
— É lógico que não vão te dizer. Gaia não queria que você soubesse onde ela vive e trabalha. Mas eu posso te informar o endereço. Porém, somente quando ela estiver preparada para te receber. Aguarde meu contato. Agora preciso ir, já fiquei tempo demais fora. Preciso cuidar da minha bisneta — disse e me deu as costas.
— Morgana — chamei, fazendo-a parar de andar e se virar. — Muito obrigado. Até que você não é tão má quanto aparenta — falei, agradecido. Ela gargalhou e me olhou friamente.
— Não se iluda, lobinho. Eu não sou boa. Não pense que vamos ser amigos. Só te suporto pela minha Gaia — disse, e uma névoa surgiu, fazendo-a desaparecer na minha frente. Suspirei, aliviado, e me deitei na cama. Agora, podia tentar dormir um pouco, sabendo onde e com quem Gaia estava. E que estava segura.

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