O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 132

POV GAIA.

Cinco dias já se passaram desde que cheguei ao castelo de Morgana. Esses dias foram difíceis, mas decidi que não posso ficar aqui, sofrendo eternamente. Preciso cuidar da minha vida — afinal, tenho duas vidas que dependem de mim. Então, hoje estou voltando para casa e também para meu trabalho. Sei que Belle cuidou muito bem dos nossos negócios, não posso deixar tudo nas costas dela.

Agora, a alcateia Crescente não está mais em perigo. A maldita Thalassa está morta e com ela a doença que ele criou. Caspian me disse no dia que me marcou, que havia enviado meu remédio para fora da alcateia. Para ajudar, outros lobos e alcateias. Fiquei feliz por poder ajudar minha espécie. Como a alcateia está fora de perigo, não preciso mais ficar lá.

Já estive tempo demais fora de casa. O único problema que ainda tenho é Theodoro, que não foi encontrado. Mas esse não é problema para mim. Com a raiva que estou, e querendo alguém para descontar. Se esse infeliz aparecer em minha frente, eu acabo com a vida dele. Melhor não pensar nisso agora, não quero me estressar.

Os últimos dias foram de reflexão. Minha bisavó avisou meus pais que eu estava aqui, o que os deixou mais tranquilos, mas eles ligavam todos os dias, querendo notícias minhas. Já com Minerva, minha loba traidora, não estou falando. Deixei-a de lado, de castigo. Ela sempre tenta puxar conversa, mas eu a ignoro. Continuo muito magoada e irritada.

Também não quis saber de Caspian. Mas sei que ele está sofrendo e está profundamente angustiado. Pois é, depois que me acalmei, comecei a sentir nossa ligação. Ele me marcou como sua Luna, o que criou uma conexão mental entre mim, ele e a alcateia Crescente. Caspian tentou algumas vezes falar comigo, mas o bloqueei.

Sei que, uma hora, terei que enfrentá-lo e resolver essa situação. No momento, porém, não quero me estressar. Provavelmente, ele virá atrás de mim assim que eu pisar fora do castelo de Morgana. Agora, ele pode me rastrear e me encontrar com facilidade, bastando seguir nossa ligação de companheiro. Bufei, irritada, porque logo terei um alfa me perseguindo, sem me dar sossego.

— O que está te fazendo bufar tanto assim? — perguntou minha bisavó, enquanto tomávamos café da manhã.

— O de sempre: Caspian. Com essa ligação de companheirismo, estou ficando irritada. Sinto o que ele sente, e ele fica me chamando, tentando conversar. Acredito que, assim que eu voltar para casa, ele vai aparecer na minha porta — mencionei, insatisfeita. Morgana riu de lado, com um brilho malicioso nos olhos.

— Eu já dei minha opinião sobre o que fazer. Você deveria voltar para a alcateia e assumir seu posto de Luna. E, claro, se vingar do seu companheiro — disse, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

— Eu não vou simplesmente voltar e aceitar tudo o que ele me fez! — retruquei, com raiva.

— Gaia, querida, eu te ensinei a ser mais esperta. Você não tem muitas escolhas. Não pode ficar longe do pai dos seus filhotes, porque eles sofrerão com a ausência de Caspian. Além disso, é o destino de vocês ficarem juntos, é a vontade da Deusa Lua. Não dá para fugir disso. E tem a alcateia: ela começará a sofrer se a Luna não estiver lá. No momento em que Caspian te marcou, você herdou esse posto e todas as responsabilidades que vêm com ele. Então, seja esperta e use isso ao seu favor. Castigue Caspian, pare de sofrer! E mais uma coisa: faça as pazes com sua loba, porque você está insuportável sem ela — declarou, séria, com um tom que não admitia réplicas. Suspirei, sentindo cada uma de suas palavras pesarem sobre mim.

— Tudo o que você disse pode ser verdade, mas não vou voltar correndo. Caspian terá que vir até mim e implorar perdão — declarei, com firmeza.

— Até que enfim, minha bisneta voltou! Isso, querida, comece a se vingar. Faça ele se ajoelhar e implorar! — exclamou Morgana, com um sorriso empolgado. Revirei os olhos diante de sua animação. Nesse momento, Malvina falou em minha mente, e me lembrei de que ainda não havia conversado sobre ela com minha bisavó.