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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 136

POV CASPIAN.

O helicóptero pousou na minha propriedade em Halifax. Eu tinha algumas propriedades pela cidade, onde, às vezes, me hospedava quando vinha para reuniões em minhas empresas. Desci do helicóptero, e um funcionário pegou minha mala. Caminhei em direção à mansão. Por aqui, ninguém sabia que eu era um lycan. Todos os funcionários da mansão eram humanos. Fui cumprimentado pelo mordomo da casa.

— Bom dia, senhor Roy — disse ele, com a formalidade de sempre.

— Bom dia — respondi, causando um leve espanto nele. Geralmente, não respondo aos cumprimentos, nem dou a mínima para esses funcionários humanos, mantendo uma distância fria e calculada. Mas, ultimamente, me tornei um pouco melhor, graças à minha companheira.

— Mandarei preparar seu quarto, senhor, e sua refeição — comunicou o mordomo, solícito.

— Não precisa preparar a refeição. Estou de saída — falei, sério.

— Perfeitamente, senhor — respondeu ele, com um leve tom de desconforto, talvez por eu estar mais falante dessa vez.

Dei-lhe as costas e segui em direção à garagem. Eu mesmo dirigiria. Entrei na garagem, onde havia diversos automóveis à disposição. Escolhi o primeiro que estava mais próximo — não tinha tempo a perder. Ainda precisava passar no shopping no centro da cidade. Coloquei meu celular no painel do veículo e digitei o endereço da casa de Gaia.

Notei que havia um shopping próximo ao condomínio onde Gaia morava. Aliás, comprei uma casa lá, só para garantir a entrada do lobo que enviei para vigiá-la. A mansão fica uma rua depois da dela, o que será perfeito para monitorá-la. Comecei a dirigir, deixando a minha mansão para trás.

Acelerava pelas ruas movimentadas de Halifax. Eram duas horas da tarde, e as vias da cidade estavam cheias de pessoas. Parei em um sinal de trânsito, e uma mulher com um bebê nos braços chamou minha atenção. Senti meu coração aquecer ao imaginar que, em breve, seguraria meu filhote nos braços.

— Já imaginou quando for Gaia, assim, segurando nosso filhote? — perguntou Odin, com um tom animado que ecoava em minha mente.

— Sim, ela será uma ótima mãe. Tenho que reconquistá-la o mais rápido possível. Não quero perder esse momento da gestação — respondi, enquanto voltava a dirigir, o motor rugindo sob meu comando.

— Verdade, não podemos perder essa fase. Temos que formar nosso vínculo com nosso filhote. Ele precisa de seu pai presente para crescer forte e saudável — alertou Odin, com uma urgência que ressoava em meu peito.

— Nós vamos conseguir, meu amigo — garanti, enquanto entrava no estacionamento do shopping. Estacionei o automóvel e saí, acionando o alarme. Eu detestava esses lugares, cheios e barulhentos, uma cacofonia que agredia os sentidos de um lycan como eu. Alfas tem os sentidos muito mais apurados e com isso sofremos mais com o barulho.

O shopping se erguia diante de mim como um monstro de concreto, vidro e luzes artificiais. O ar estava saturado de cheiros misturados — perfumes doces, comida gordurosa, suor humano, produtos químicos de limpeza. Para mim, o ambiente era uma invasão, um caos que desafiava minha natureza reservada e instintiva. Cada som — risadas, conversas, o tilintar de sacolas, o zumbido de ar-condicionado — parecia amplificado, como se o lugar conspirasse para me tirar do equilíbrio.

Odin, por sua vez, estava ainda mais inquieto. Meu lobo rosnava baixo, suas presas mentais à mostra, enquanto tentava se encolher nas profundezas da minha mente, tentando bloquear o tumulto. Para ele, o shopping era um caldeirão do inferno, um lugar onde os instintos de um predador como ele se sentiam presos, sufocados pela multidão e pela artificialidade do ambiente.

— O que viemos fazer nesse caldeirão dos infernos? Aqui é muito tumultuado e tem cheiros demais — reclamou Odin, com um rosnado mental que vibrava em minha cabeça. Eu entendia meu lobo, pois pensava como ele, mas precisava de algo com urgência, e só encontraria aqui.

— Vim comprar um presente para Gaia. E aqui era o lugar mais próximo. Não posso escolher. Então, tenta não rosnar para os humanos — pedi, mantendo a voz firme em nossa conexão.

— Espero que esse presente valha a pena, pois terei que suportar esse inferno — resmungou Odin, sua irritação quase palpável.

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