POV GAIA.
Fiquei desesperada ao vê-lo cair desacordado. Minerva e Malvina também ficaram nervosas, os olhos arregalados, o coração disparado. Chamava por ele, mas aquele ogro não respondia. O medo de perdê-lo me consumiu, como uma onda que engole tudo. Esse infeliz não pode fazer isso comigo! Não agora, quando temos dois filhotes para criar. Continuo com raiva de Caspian, isso é fato. Posso até ter aceitado que ele é meu companheiro e querer que esteja ao meu lado para criar nossos filhotes, mas isso não significa que vou facilitar para ele.
Toda a minha vontade de puni-lo, porém, foi pelo ralo quando o vi desmaiado, e não consegui acordá-lo. Comecei a chamá-lo incessantemente, a voz tremendo, o peito apertado. Até que, finalmente, vi aqueles olhos cinzentos se abrirem, um pouco confusos. O alívio me inundou, quente e avassalador. Merda de vínculo, que me obriga a sentir tanto amor por esse ogro!
Ele tentou se levantar, mas não conseguiu. Nunca imaginei que o poderoso alfa Caspian seria nocauteado pela notícia de que seria pai de gêmeos. Ele estava visivelmente feliz, o rosto iluminado, os olhos brilhando com algo que misturava choque e alegria. Sem que eu esperasse, ele tocou minha barriga e uma sensação quente e boa me atravessou, como se o mundo parasse por um instante. Ajudei-o a se levantar após alguns minutos, e ele me surpreendeu, puxando-me para sentar ao seu lado.
— Eu… eu não esperava por isso. Dois filhotes nossos. Isso muda tudo, amor — disse, a voz tremendo, enquanto me encarava com aquele olhar cinza profundo, que parecia enxergar minha alma.
Suas palavras me tocaram, mas a mágoa ainda pesava em meu peito, como uma pedra que não dissolve. Esse lobo já me fez sofrer duas vezes, e, como dizem, gato escaldado tem medo de água fria. Ainda assim, meu coração saltava no peito toda vez que ele me chamava de amor.
— Posso tocar de novo? — pediu, a voz carregada de emoção, os olhos fixos na minha barriga.
— Pode — respondi, incapaz de negar o pedido do pai dos meus filhotes. Vi-o fechar os olhos enquanto tocava meu ventre. Caspian sorriu, um sorriso genuíno e feliz, e meu coração se agitou, assim como minha loba e minha parte sombria.
— Estamos condenadas, Gai — disse Malvina, com um tom resignado. — Amamos esse ogro, e não há nada que possamos fazer contra isso. — Falou.
— Sim, tenho que concordar com você — falei, tocada, mas firme. — Mas não vou facilitar para ele. — Garanti.
— Sei que não. Mas isso será bom para testar o quanto esse alfa nos ama — disse Malvina, com um tom travesso. Minerva permaneceu quieta, mas eu sabia que ela concordava. Caspian falou, interrompendo minha conversa interna com Malvina.
— Vamos criá-los juntos. Eu mudei, Gaia. Por favor, vamos ser felizes? — perguntou, tocando meu rosto. Seu toque quente me arrepiou inteira, como se ele pudesse reacender algo que eu tentava apagar.
— Por que ele não facilita? — perguntei mentalmente, sem saber o que lhe responder.
— Porque ele é um lobo alfa. Você deveria saber do que um alfa é capaz quando deseja alguém. Afinal, você também é uma alfa. E uma muito teimosa — disse Minerva, divertida, invadindo nossa conversa.
— Gai, nosso companheiro está esperando sua resposta — mencionou Malvina, chamando minha atenção.
— Não sei o que devo responder. Continuo irritada com ele, mas estou tão tentada a aceitar — comentei. Nossos filhotes, mesmo ainda tão pequenos para senti-los se mexendo em meu útero, pareciam perceber a presença do pai. Eu sabia que isso os ajudava no desenvolvimento. Não podia privá-los disso.
— Acho que devia dar uma chance ao nosso companheiro. Você me deu uma chance de me explicar, e fui eu que comecei essa confusão — disse Minerva, com um tom de culpa. Suspirei e olhei para Caspian.
— Continuo magoada com você. Preciso de um tempo para deixar essa raiva passar — respondi. Vi e senti a frustração em Caspian, como uma sombra que cruzou seu rosto. Levantei-me e me afastei, precisando de espaço.
— Amor… — começou ele, mas o interrompi.
— Não estou te rejeitando, nem dizendo que não ficaremos juntos. Só quero um tempo para curar minhas feridas — declarei, firme. Caspian se levantou, aproximou-se e segurou minhas mãos, o calor de sua pele aquecendo a minha.
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