POV GAIA.
Sua voz grave ainda ecoava em meu ouvido, e os arrepios que percorriam meu corpo eram uma traição que eu não conseguia controlar. O calor de suas mãos no meu ventre, o roçar suave de seus lábios no meu pescoço — tudo isso era demais. Minerva uivava internamente, e até Malvina parecia ceder, rendida ao vínculo e à atração que sentia por ele. Mas eu não ia me deixar levar tão fácil. Não depois de tudo. Preciso ser forte.
— Você não j**a limpo, Caspian — murmurei, tentando manter a voz firme, mas sentindo-a vacilar. Afastei-me dele com um passo decidido, virando-me para encará-lo. Seus olhos cinzentos brilhavam com uma mistura de súplica e determinação, e aquilo mexia comigo de um jeito que eu odiava admitir.
— Não estou jogando, amor. Estou lutando por nós — respondeu ele, com aquela calma irritante que só um alfa como ele conseguia manter. Ele deu um passo à frente, reduzindo a distância que eu havia imposto. — Você acha que eu não sei o quanto te machuquei? Mas estou aqui, Gaia. Não vou desistir — prometeu.
Suas palavras eram como flechas, cada uma acertando um ponto fraco que eu tentava esconder. Minha raiva ainda queimava, mas o amor, ele estava lá, pulsando, me confundindo. Olhei para ele, tentando encontrar forças para resistir.
— Você fala bonito, Caspian, mas palavras não apagam o passado — retruquei, cruzando meus braços para me proteger, como se isso pudesse bloquear o efeito que ele tinha sobre mim. — E agora vem com essa de me fazer cozinhar, de se mudar para o meu condomínio, de ficar pertinho? Você acha que é só chegar e tudo se resolve? — perguntei.
Ele suspirou, passando a mão pelos cabelos compridos, um gesto que mostrava frustração, mas também algo mais — talvez vulnerabilidade. Nunca pensei que veria Caspian, o grande alfa ogro, tão exposto.
— Não acho que vai ser fácil, Gaia. Mas estou disposto a fazer o que for preciso. Por você. Pelos nossos filhotes — disse, e sua voz ganhou um tom mais grave, mais intenso. Ele apontou para minha barriga, e o gesto foi tão natural, tão cheio de cuidado, que meu coração deu um salto traiçoeiro.
— Ele está falando sério, Gai — murmurou Malvina, sua voz ecoando em minha mente. — Esse ogro pode ser um idiota às vezes, mas você já viu como ele olha para você? Como se você fosse o mundo dele — comentou, se metendo.
— Não me venha com romantismo, Malvina — rebati mentalmente, mas ela somente riu, como se soubesse que eu estava lutando uma batalha perdida.
— Você é teimosa, mas não é cega. Ele está tentando. E você também sente, não sente? — insistiu Malvina. Essa minha parte sombria tem a boca grande, fala o que quer. E nem posso trancá-la nas profundezas da minha mente para ela calar a boca.
— Não é tão simples — respondi, tentando manter a firmeza, mas minha voz interna tremia tanto quanto meu coração. Minerva, que até então estava quieta, resolveu, se manifestar.
— Gaia, você sabe que o amor e o vínculo são mais fortes que sua raiva. E nossos filhotes… eles precisam de vocês dois. Não estou dizendo para perdoá-lo agora, mas pelo menos ouça o que ele tem a dizer e vamos tentar viver em harmonia — aconselhou Minerva.
Bufei, tanto mentalmente quanto em voz alta, o que fez Caspian erguer uma sobrancelha, curioso. Ele não podia ouvir minhas conversas internas, pois o bloqueei, mas parecia perceber que algo acontecia.
— O que foi? — perguntou, inclinando a cabeça, com aquele sorriso torto que sempre me desarmava.
— Nada que te diga respeito — respondi, seca, mas meu tom não tinha a força que eu queria. Droga, por que ele tinha que ser tão… ele?
— Tudo que envolve você me diz respeito — retrucou, com uma confiança que era, ao mesmo tempo, irritante e atraente. Ele se aproximou mais, e o espaço entre nós parecia carregado, como o ar antes de uma tempestade. — Gaia, me deixa tentar. Me deixa mostrar que posso ser o companheiro que você merece — pediu.
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