POV GAIA.
Assim que Caspian saiu do escritório, fiquei pensando se ir para a alcateia Crescente foi uma boa escolha.
— O que aconteceu, Gai, por que a dúvida? — perguntou Minerva.
— Estou pensando nos pais de Caspian. Eles sempre foram bons comigo e não apoiaram o filho quando me rejeitou — respondi.
— O que têm os pais dele a ver com sua dúvida? — questionou. Fiquei pensando na sua pergunta e cheguei à conclusão de que, mesmo tendo gostado muito dos pais dele, eu não vou desistir da minha vingança.
— Não tem nada. Foi só um momento de nostalgia que tive — comentei. Não demorou muito para meus avós entrarem no escritório. Vovó Lysandra se aproximou de mim.
— E então, querida, como foi estar frente a frente com aquele alfa? — perguntou com cuidado.
— Você está bem, princesa? — disse vovô, colocando a mão no meu ombro.
— Estou bem. Me sinto plena. Estar com aquele infeliz só me fez querer ensiná-lo uma lição. Ele se tornou um alfa arrogante e insuportável. Gostaria de tirar aquele ar de superioridade dele — falei.
— Mas ele implorou por ajuda assim como você queria? — perguntou vovó.
— Não. Ele é um poço de orgulho — comentei.
— Então, como chegaram a um acordo e você aceitou ir até a alcateia dele? — perguntou vovô, confuso.
— O lobo dele tomou o controle e me pediu para ajudar. Parece que Odin, o lobo de Caspian, é mais civilizado que ele — contei. Meus avós olharam surpresos.
— Curioso. Ele deixou o lobo tomar o controle? Nunca imaginei que Caspian deixaria isso acontecer numa conversa com você. Numa luta, é normal que nossos lobos tomem o controle — disse vovô.
— Odin disse que assumiu para podermos chegar a um acordo, deixando claro que Caspian seria incapaz de dialogar comigo — falei.
— E esse Odin… ele foi educado com você? — perguntou vovó estranhando
— Até demais. Aquele lobo é dissimulado e folgado. Foi super gentil comigo. Tenho que ter cuidado com ele — comentei.
— E Minerva, como reagiu a esse contato com o lobo de Caspian? — perguntou vovô.
— Ficou agitada e estranha. Quase caiu na lábia daquele lobo — contei. Meus avós trocaram um olhar estranho. Tenho certeza de que estavam conversando mentalmente.
— O que foi? Por que esses olhares? — questionei.
— Não é nada, Gai. Achamos que Minerva possa ter ficado agitada em ouvir a voz do lobo que deveria ser o companheiro dela. Os dois nunca tiveram uma chance de se conhecer — disse vovô. Achei que havia algo mais, que não queria dizer. Mas fazia sentido o que ele falou. Essa é mais uma coisa para conta daquele alfa.
— Em minha defesa, digo que foi só uma surpresa, um susto por ouvir a voz dele. E eu nunca cairia na lábia daquele lobo folgado — se defendeu Minerva.
— Sei… espero que nunca caia mesmo — alertei. E voltei minha atenção aos meus avós.
— Acho que estão certos — falei.
— O lobo dele me pediu — falei.
— O lobo dele? Como assim, garota? Conta isso direito! — pediu, afobada.
— Odin é o nome dele. Ele tomou o controle e começou a conversar comigo — falei.
— Mas isso é normal? Não sabia que, podiam fazer isso — comentou.
— Sim, podemos. Mas nem todos os lobos gostam de conversar com alguém que não seja da sua alcateia, ou da família, ou que não seja companheiro — contei.
— Sei… mas Minerva nunca conversou comigo, e você não tem nenhuma dessas ligações com aquele alfa. Por que ele quis falar com você? — perguntou Bele, estranhando. Realmente, Minerva nunca quis tomar o controle e falar com Bele, ou com mais ninguém. Minha loba se tornou um pouco reclusa depois da rejeição.
— Acho que ele notou que nós nunca chegaríamos a um acordo e interveio. Mas vamos deixar meu desagradável encontro para depois, porque tenho muitas encomendas para adiantar. E amanhã irei para a alcateia daquele infeliz. Prometi aos meus pais que ajudaria e resolveria tudo — comentei.
— Que você pode resolver o problema, eu tenho certeza. Mas poderá conviver, mesmo que por alguns poucos dias, com um lobo que odeia? — perguntou firme e séria.
— Boa pergunta. Conseguirá suportar nosso inimigo por dias sem se abalar? — perguntou Minerva.
— Não se preocupem. Caspian é nada para mim, e se, para me vingar, eu preciso suportá-lo, farei isso. Mas não estou indo para lá só por vingança, e sim para salvar vidas. Agora, me ajude ou me deixe trabalhar — falei, respondendo ambas. Peguei meu jaleco e o vesti. Saí do escritório e fui em direção ao laboratório. Bele me acompanhou.
Nenhuma das duas falou mais nada. Eu trabalhei até tarde da noite e Bele ficou comigo. Ela foi dormir na minha casa. Disse querer se despedir. Aquela doida falava como se eu não fosse voltar. Eu só iria resolver um problema e logo estaria de volta. Até parece que eu iria ficar naquela alcateia para sempre — pensei, rindo comigo mesma.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.