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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 16

POV CASPIAN.

Quando a noite veio, a alcateia já estava preparava para a assembleia. Nunca em meu comando convoquei todos assim, às pressas.

A área central da alcateia logo se encheu. O anfiteatro — moderno, com arquibancadas circulares de pedra e aço polido — foi construído para ser o coração da comunidade, onde pudesse todos se reunir. Equipado com telas de LED translúcidas, placas solares camufladas entre galhos e um sistema de som discreto, mas potente, tudo em perfeita harmonia com a floresta que nos abrigava. Um santuário de tecnologia, força e tradição.

Filhotes se agrupavam próximos das fêmeas mais velhas, enquanto os guerreiros e caçadores tomavam seus lugares em posição de alerta. Os anciãos sentavam-se nas primeiras fileiras, com seus rostos marcados pelos anos e com seus olhos atentos. Ninguém ousou faltar ao chamado de seu alfa. Mas o falatório era alto, desordenado, muitos especulando o motivo daquela convocação as pressas. Eu podia ouvir o que eles falavam baixo.

— Será que o Alfa encontrou outra companheira? — sussurrou uma loba jovem, com os olhos brilhando de expectativa.

— Quem sabe… — respondeu outra. — Talvez ele finalmente escolheu alguém à altura dele. — Falou.

— Com aquele corpo e aquele rosto… Nem precisava de companheira. Eu não me importaria com uma ou duas noite de diversão. — disse uma loba mais atrevida, soltando um riso abafado.

— Alto, loiro, com aquele cabelo viking… aqueles olhos frios… Ele é um deus nórdico lycan. Eu me contentava em ser sua amante! — disse outra, suspirando.

Revirei os olhos com impaciência. Que estupidez. Eu estava prestes a falar de morte e doença, e elas ainda se preocupavam com meu corpo e luxuria. Caminhei até o centro do anfiteatro e subi as escadas. Assim que pisei no palco circular, o som cessou gradualmente.

— Silêncio — pedi, firme para aqueles que ainda ousavam conversar.

Minhas palavras carregavam mais que autoridade. Carregavam peso, e minha aura alfa preencheu o ambiente. Os lobos abaixaram as cabeças instintivamente. Até os filhotes entenderam que não era hora de brincadeiras.

— Convoquei todos vocês aqui para tratar de uma ameaça. Uma que, infelizmente, está saindo do nosso controle — anunciei. — Uma doença. Está infectando os lobos… por todo o país. — Falei. O silêncio durou somente um segundo.

— Uma doença? — murmurou alguém.

— Lobos não adoecem! — exclamou um ancião, levantando-se com dificuldade. — Desculpa, meu alfa, mas como isso é possível? Nós, lobos, não ficamos doentes! — Perguntou.

— É verdade! — gritou outro. — Nunca ouvi falar disso. — Questionou.

As vozes se misturaram, questionando, gritando, desacreditando. Rosnei alto. Meus olhos brilharam num tom dourado intenso. Minha voz saiu carregada da minha dominância natural.

— Silêncio! — Falei com irritação.

Eles estão achando que estão falando com quem? Primeiro aquela bruxa abusada, agora minha alcateia acha que podem me questionar. Pensei com raiva. O anfiteatro se calou imediatamente. Ninguém ousou continuar. Acho que perceberam o perigo que corria.

— Essa doença tira nossa capacidade de cura. Nos infecta… nos enfraquece… e nos mata — continuei, sério. — Já perdemos lobos aqui. E diversos pelo país. A alcateia Lobos Selvagens foi dizimada por ela. — Contei. Olhares de horror percorreu a face de todos. Choro contido. Choque.

— Aqui na Crescente, temos tudo, e recursos que estão a frente da humanidade, nas área da medicina e tecnologia. — continuei. — Mas até agora, não conseguimos parar essa doença. Então, fui obrigado a recorrer a algo que jurei nunca fazer. Fui até um bruxo. — Falei. O baque foi quase audível.

— O quê? — Perguntou uma loba jovem.

— Um bruxo? — Um guerreiro questionou.

— Nosso alfa…? — Começou uma anciã, mas se calou quando me olhou.

Todos estavam incrédulos. Sabiam do meu desprezo pelos bruxos. Do que fiz com minha companheira, por saber que ela era metade bruxa. Sabiam o quanto sempre repudiei bruxos e proibi a entrada deles na alcateia e que o nome de Gaia nunca fosse pronunciado.

— Adam, líder do Círculo Bruxo do Canadá, aceitou me ajudar — falei, com amargor. — Ele investigou… e descobriu que essa doença foi criada. Com magia negra. — Declarei. As reações foram explosivas.

— Silêncio! — Falei. E o silêncio reinou.

— A senhorita Carter será nossa hóspede — continuei. — Por poucos dias. Quero que a tratem com respeito. E que a deixem trabalhar. Sua passagem será temporária. Quero que todos se mantenham em alerta. Se sentirem mal, procurem imediatamente o hospital da alcateia. — Ordenei. Respirei fundo.

— A partir de hoje, estamos em quarentena. As fronteiras da alcateia estão fechadas. Ninguém entra. Ninguém sai. A menos que tenham permissão minha ou do meu beta. Ainda não sabemos como essa doença entrou aqui. Então, até que saibamos, ninguém se move. Aqui temos tudo que precisamos. Não precisamos do mundo lá fora. — Comuniquei. A alcateia estava abalada. Alguns com os ombros curvados, outros com raiva. Muitos estavam com medo.

— Estão todos dispensados. Podem voltar para suas casas — finalizei.

Eles começaram a se dispersar em silêncio, um murmúrio de tensão os acompanhando como uma nuvem carregada. Meus pais se aproximaram. Meu pai, colocou a mão em meu ombro.

— Acha que foi uma boa ideia falar o que está acontecendo? — perguntou.

— Às vezes, a ignorância é uma bênção… — comentou minha mãe, com um olhar preocupado. Respirei fundo, sentindo o peso do mundo sobre minhas costas.

— Não achei certo deixá-los sem saber — respondi. — Agora, todos podem se cuidar. Evitar contato. Proteger os filhotes. Ficar atentos. É mais fácil conter a doença e investigar sua origem se ninguém agir com descuido. Um segredo como esse… só traria mais morte. — Comentei.

— O alfa, está certo — disse Octávio. — Os Crescentes merecem saber o que está acontecendo. — Falou. Minha mãe me olhou com hesitação.

— Estou com receio por Gaia… Existem lobos que ficaram com raiva. — Comentou. Rosnei baixo ao ouvir o nome dela.

— Não se preocupe com aquela bruxa. Ela sabe se defender. Eu só espero que ela não me cause problema. — Comentei. Virei-me e comecei a sair do anfiteatro, com os olhos fixos no caminho à frente. Foi quando a voz debochada de Odin surgiu, rindo dentro da minha mente.

— Pois eu acho que Gaia vai estremecer esse lugar. — Falou. Rosnei mentalmente, irritado, só de imaginar o caos que ela poderia trazer à minha vida.

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