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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 20

POV CASPIAN.

Após tomar um banho rápido e vestir um terno preto, feito sob medida, saí da mansão. O ar ainda estava frio, resquício da madrugada, mas o céu já estava claro e o sol reinava no horizonte. Entrei no automóvel e dirigi até a sede da alcateia, localizada na parte central do nosso território.

Um edifício de vidro, moderno e imponente, assim como a minha alcateia. Nele fica o meu escritório e os escritórios de todos os setores que existiam na alcateia, desde a área hospitalar até a responsável pela limpeza da alcateia. Era mais fácil e prático manter todos os responsáveis por cada setor no mesmo lugar.

Quando cheguei, minha secretária já me abordou, nervosa e apreensiva. Todos têm cautela ao falar comigo. Não sou um alfa bem-humorado, mas sou justo. Ela me informou sobre a minha agenda e os contratos que eu teria que assinar, e voltou rapidamente para sua mesa. Entrei no meu escritório e comecei a trabalhar. Precisava adiantar tudo para, mais tarde, lidar com aquela bruxa.

— Espero que não seja rude com ela. — Disse Odin, chamando minha atenção.

— Eu não entendo por que defende tanto uma fêmea que não é mais nossa companheira. — Comentei. Eu estranhava o comportamento de Odin desde que soube que Gaia era a solução de nosso problema.

— Tenho simpatia por ela. E acho que tenho uma dívida com ela, por não te impedir de rejeitá-la. Acho que é culpa. — Disse Odin.

— Você não tem que sentir culpa. Fui eu que a rejeitei. — Falei.

— Sim, foi você. Mas tenho certeza de que Gaia, e a loba dela, têm certeza de que foi em comum acordo. — Comentou. Suspirei, cansado. Eu não queria entrar nesse assunto a essa hora da manhã.

— Se vai te deixar mais tranquilo e menos culpado, eu falo para ela que foi decisão minha. Agora me deixa trabalhar, que tenho muitos problemas para resolver. E não posso perder tempo pensando naquela bruxa. — Falei, impaciente.

— Sabia que você é um mal-educado e grosseirão? Desse jeito, ficarei velho e encalhado. — Disse, irritado, e se calou. Eu não respondi. Revirei os olhos por seu drama e agradeci por dar fim à conversa. Continuei a ler um contrato.

Passei a manhã toda mergulhado nos relatórios das empresas que administro — três delas voltadas para biotecnologia, uma área rentável e estratégica para manter a segurança e o sustento da alcateia. Esse setor tem crescido muito nos últimos tempos. Assinei documentos, respondi e-mails, aprovei decisões financeiras, revisei contratos. Tentava me concentrar, sem permitir que meus pensamentos escapassem para o que realmente me incomodava: Gaia.

— Alfa — chamou minha secretária pela linha interna. — Seu beta está aqui.

— Mande entrar — respondi, afastando a tela holográfica do computador. Mais uma inovação das minhas empresas tecnológicas. Octávio entrou. Ele era um lobo sério, direto e prático. Mas estava exalando preocupação.

— Alfa, mais lobos foram levados ao hospital — avisou de imediato. — Dez, Caspian. Dez de uma vez só, essa madrugada. — Contou, tenso. Me levantei com raiva contida. Maldita doença.

— Vamos. Agora, até o hospital. Já terminei aqui. — Falei e passei por ele.

Seguimos para o hospital da alcateia. O prédio tinha uma estrutura moderna, equipada com tecnologia de ponta e plantas medicinais cultivadas especialmente para nossos propósitos. Mas agora, nada parecia suficiente. Sei que nós, lobos, não ficávamos doentes, mas nos feríamos em batalhas e treinamentos. Usávamos o hospital para tratar desses pequenos ferimentos. Era mais para higienização.

O hospital da alcateia era mais para nossos ômegas, os lobos mais fracos. Eles tinham certas dificuldades e lentidão com o processo de cura, então, às vezes, precisavam de ajuda. E também acolhíamos muitos ômegas que conseguiram fugir de suas alcateias por serem escravizados e maltratados. Nosso hospital desenvolve tratamentos que serão vendidos para os hospitais humanos.

Assim que entramos no hospital, o cheiro de desinfectante e angústia me atingiu como um soco. Os corredores estavam silenciosos demais para um lugar que deveria estar cheio de cura. Fomos direto à ala de isolamento. Os lobos infectados estavam pálidos, fracos, com feridas que não cicatrizavam. Algo em nossos genes estava falhando — e essa era a pior ameaça que já enfrentamos.

— Que boa notícia. Pois acho que só magia para nos ajudar agora. — Disse, sincero.

Não respondi. Virei de costas, encarando os lobos desacordados atrás do vidro da sala de isolamento. Um deles, Matteo, era jovem, promissor, queria ser um guerreiro, e agora parecia um espectro. Suspirei, preocupado com o futuro daquele jovem. Odeio a sensação de estar com as mãos atadas.

— Continue fazendo tudo o que puder, doutor Aron. E me mantenha informado. — Ordenei.

— Sim, alfa. — Disse, se curvou e voltou ao trabalho. Saímos do hospital e entramos em meu automóvel. Octávio estava em silêncio, mas eu sabia que ele queria falar, pois me olhava a cada segundo e desviava os olhos. — Fale logo. — Ordenei.

— Caspian… como você está com a chegada dela? — Perguntou. Suspirei, impaciente.

— Bem. A presença dela não me afeta em nada. — Respondi friamente, encarando a estrada. — Só estou irritado por ter uma bruxa dentro da minha alcateia. Mas é preciso. — Comentei. Octávio somente assentiu. Parei o automóvel em frente ao prédio da sede da alcateia.

— Vou resolver os assuntos da segurança e as patrulhas extras que você pediu, e passar a ordem de isolamento das famílias dos infectados — disse. — Qualquer coisa, me chama. — Falou e saímos do automóvel, entrando no prédio.

Fui para meu estritório, terminar meus afazeres, meia hora depois, o responsável pelo aeroporto da alcateia, me aviso que aquela bruxa havia chego e meus pais a levaram. Finalizei o contrato que estava lendo e sai.

Decidi voltar a pé para a mansão. Caminhei devagar, tentando organizar meus pensamentos. Os lobos me cumprimentavam pelo caminho, se curvando. Eu queria que essa caminhada demorasse, pois sabia o que me esperava em casa: Gaia.

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