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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 21

POV CASPIAN.

Quando cheguei em casa, entrei pelo portão dos fundos e alcancei o jardim central. Ouvi a voz dela. Clara, animada, com um tom de fascinação que me surpreendeu. Me aproximei e a vi agachada perto de um canteiro. Ela estava acompanhada dos meus pais.

— Por Merlim… — exclamou, chocada, olhando para os canteiros ao lado.

Gaia se levantou rápido e correu para outro canteiro. Ela parecia um filhote com um brinquedo novo. Estava tocando nas minhas espécies raras. Não gostei de vê-la tocando no que era meu. Ordenei que não tocasse nas minhas ervas, fazendo-a parar bruscamente. Meus pais olharam em minha direção, não entendendo minha grosseria. Minha se pronunciou:

— Filho, que bom que chegou. Gaia estava encantada com sua coleção de ervas raras. — disse minha mãe, sorrindo e me olhando como se perguntasse o que está acontecendo. Gaia ainda se mantinha agachada, sem se mover para me olhar. Era como se minha presença não significasse nada para ela. Aquilo me irritou.

— Não toque no que não é seu. — falei, firme, olhando diretamente para ela e ignorando o comentário da minha mãe.

Eu sabia do fascínio dela por plantas. Mandei que a investigassem. Ainda não recebi todo o relatório, mas o investigador me informou que ela era formada em Farmácia e especializada em ervas. Inclusive, tinha um laboratório e uma casa de ervas. E que ela era muito procurada por humanos e diversas espécies de seres sobrenaturais em busca de cura.

Gaia ergueu o rosto lentamente. Seus olhos encontraram os meus com uma calma e frieza que me irritava ainda mais. Ela não demonstrava medo, nem submissão. Somente… indiferença. O que me incomodou.

— Peço desculpa. Não sabia que essas ervas eram proibidas ao toque. — respondeu, com a voz suave, mas firme. Mas com um pouco de deboche. Essa maldita bruxa quer me irritar.

— Não pedi explicações. Somente obedeça e se afaste das minhas plantas — retruquei, cruzando meus braços.

— Sério que vai criar caso por essas plantas que você nem vem ver ou cuida? E, se tem alguém que deve ter ciúmes desses matos, é o jardineiro que cuida delas. — falou Odin, me repreendendo.

— Não importa. Não a quero tocando em nada que me pertence. Conheço esse tipo de fêmea espaçosa. Daqui a pouco, está tomando conta de tudo por aqui. Se depender dos meus pais, ela ganhará espaço em minha casa e alcateia. — falei mentalmente.

— Pois acho que está criando caso para chamar a atenção dela. — disse Odin, debochado.

— Não diga besteira. E vá dormir. — falei, o ignorando. Odin deu uma risada. Lobo insuportável.

Gaia se levantou com elegância e limpou a mão na calça, não se importando em sujá-la. Meus pais trocaram olhares desconfortáveis. Minha mãe tentou amenizar a tensão.

A reação dele foi exagerada, mas eu já esperava que se irritasse com a minha presença. Tudo que quero é atormentar esse alfa. Olhei friamente e com calma para ele, e nossos olhares se encontraram. E eu o provoquei.

— Esse mau-humor é porque cheguei ou porque toquei nas suas plantas raras? — perguntei com um tom de deboche e a sobrancelha arqueada, provocando de propósito.

Ele me irritava, mas havia algo em irritá-lo de volta que me dava um tipo de satisfação. Vi quando a mandíbula dele travou antes de me dar uma resposta malcriada, dando sua ordem, e virar as costas com aquele ar de superioridade que vestia como armadura. Não pude conter minha risada.

Atrás de mim, Aina suspirou. Ela tentou amenizar o clima e defender a grosseria de seu filho. Aina era mãe e sempre veria bondade em seu filho. Também senti um tom de esperança nela, direcionado a mim, que não gostei.

— É impressão minha ou a mãe dele está parecendo querer nos juntar? — perguntou Minerva.

— Por Merlim, nem pensar. Mas senti isso também. Eu e Caspian? Jamais. — falei mentalmente. Tenho que ter cuidado com Aina e Conrado se estiverem com essa ideia.

— Pois estou achando esses dois muito animados com a nossa chegada. Devemos ter cautela com eles. — falou Minerva. Era só o que faltava: os pais de Caspian quererem nos juntar. Isso só pode ser um pesadelo.

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