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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 22

POV GAIA.

Os dois começaram a andar em direção para onde Caspian estava indo, caminhei atrás deles, tentando manter os passos firmes. Por fora, eu era só calma e compostura. Por dentro, estava tremendo. Não de medo. Mas de raiva em imaginar que Aina estava com essa ideia. Eu quero vingança e não romance.

Assim que entrei, me surpreendi. A mansão por dentro era ainda mais grandiosa do que do lado de fora. Piso de madeira escura, sala de estar ampla, móveis elegantes com toques rústicos. Tudo impecável. Mas frio, impessoal. Como Caspian, mas ele tem bom gosto.

A sala de jantar era enorme, e uma longa mesa estava posta com uma refeição farta: carne, legumes frescos, pães ainda quentes e sucos naturais. Tudo preparado como se eu fosse uma convidada de honra. Aina caprichou, sorri por dentro por seu carinho.

Caspian já estava sentado à cabeceira, como um rei em seu trono. Mal me olhou quando entrei. Sentei o mais longe dele possível. Aina se posicionou ao meu lado e tentou manter a conversa leve, perguntando sobre minha vida, meu trabalho.

— Então Gaia, Você está namorando, tem alguém? — Perguntou Aina.

Pensei o que essa pergunta importava para ela. Mas resolvi não ser mal-educada com quem me tratava com carinho. Notei que Caspian olhou em minha direção, mas desviou o olhar e começou a comer. Eu iria dizer que não, mas lembrei do que Minerva falou lá fora.

— Não estou namorando, mas tem alguém. — Falei. Aina me olhei e suspirou e mudou o rumo da conversa não perguntando mais detalhes.

— Em que você trabalha? — perguntou.

— Eu sou farmacêutica. E trabalho em um laboratório. — Respondi educadamente, mas sem me abrir demais. Não na frente dele.

Conrado estava calado, mas atento a tudo que conversávamos. Caspian, por outro lado, comia em silêncio, como se cada mordida fosse parte de um castigo autoimposto, por minha presença ali. Até que ele falou.

— Você montou um laboratório. — comentou, sem levantar os olhos do prato. — E está lidando com humanos. Interessante para uma loba que costumava dizer que não confiava neles. — Falou. Levantei os olhos devagar, fitando-o com firmeza. Ele se lembrava do que eu falava quando eramos filhote? E como ele sabia do meu laboratório? Esse pulguento está me investigando?

— Aprendi que os humanos, podem ser melhor que muitos lobos. E não atendo só eles, não faço distinção de raça e especies. Se precisam de remédio, ou cura, eu ajudo. — respondi, direta. Ele ergueu os olhos. Nossos olhares se prenderam como ímãs opostos, puxados por algo que eu não sabia mais nomear.

— E você se tornou uma curandeira famosa — disse, com uma ponta de escárnio. — Uma bruxa de renome, agora. — Falou com nojo. Então realmente andou me investigando.

— Sim. Me tornei. E amo o que me tornei, gosto de saber que posso ser útil e ajudar quem precisa. E é por isso que estou aqui e graças o que me sou poderei ajudar sua alcateia. — Comentei. O silêncio caiu sobre a sala de jantar. Aina pigarreou de leve, desconfortável. Conrado observa nós dois sem interferir. Caspian continuou olhando para mim, sem piscar.

— Ótimo. Porque vai precisar de todo o seu poder. — disse por fim. Ficamos em silêncio, enquanto comíamos. Até terminarmos o almoço.

— Vamos sair, assim que você se estalar em seu quarto. — Comentou Caspian se levantando. Eu olhei surpresa e perguntei rapidamente.

— Vou te esperar no meu escritório. — Disse e saiu exalando raiva.

— Venha Gaia. — Disse Aina. Notei quando ela e Conrado se olharam e trocaram um leve sorriso.

Nos levantamos e Aina me acompanhou até o quarto que prepararam para mim. Subimos uma escadaria e chegamos no segundo andar, ela me guiou por um corredor amplo e decorado com elegância e sofisticação. Era iluminado por janelas que iam do teto ao chão.

Chegamos ao quarto e era grande e confortável, com uma vista ampla do jardim — onde eu jamais deveria encostar em nada, sorri pensando que iria adorar desobedecer. Mas era claro que pegaria algumas mudas escondido para levar quando voltasse para casa. Imagina se deixaria esse tesouro só para os crescentes.

— Desculpe pelo Caspian — disse Aina, quando eu estava olhando pela janela. — Ele está muito preocupado e cheio de problemas. Caspian se tornou quebrado quando te rejeitou. Mas acho que, de alguma forma, a sua presença aqui é o que ele mais precisa. Mesmo que ele não saiba disso ainda. — Falou. Uma raiva tomou conta de mim, mas a contive e me virei para olhá-la e falei.

— Aina, eu sei o que você e Conrado, estão tentando e querendo fazer. E digo que isso nunca vai acontecer. Por favor, não continuem. Eu nunca vou perdoar seu filho. Eu o odeio, pois ele matou uma parte minha que talvez jamais recupere. Ele me destruiu de tal maneira que você nem pode imaginar. Só estou aqui porque essa crise pode chegar até minha alcateia e porque meus pais e avós me pediram. — Falei olhando em seus olhos.

— Gaia… — Disse querendo dizer algo mais, mas desistiu. Aina, se aproximou e me abraçou. Depois se afastou. Eu podia sentir sua tristeza e angustia. Aina se virou e saiu do quarto fechando a porta. Eu suspire.

Caspian estava quebrado? E eu estava o quê? Ele poderia até estar quebrado. Mas ainda sabia como quebrar os outros também. E eu não havia vindo aqui para ser partida de novo. Não dessa vez. Rosnei irritada.

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