POV GAIA.
Aquele alfazinho arrogante estava bastante estranho desde o escritório. Eu podia sentir seu olhar me queimando quando eu não estava olhando. O clima no automóvel estava me incomodando e dei graças à deusa Lua, quando ele disse havermos chegado ao hospital.
— O que será que esse infeliz tem para ficar me observando? — me perguntei mentalmente.
— Ele deve ter dado conta da nossa beleza — disse Minerva, rindo.
— Não se iluda, querida. Esse alfa nos vê como uma aberração horrenda. Sou metade bruxa, esqueceu? E o alfa Caspian odeia bruxos. Um dia ainda vou perguntar o que aconteceu para ele ter tanto ódio de nós — comentei.
— Algo muito ruim aconteceu. Posso sentir que o ódio e a raiva dele estão enraizados. Mas, desde o escritório, não o sinto mais direcionados a nós. Algo mudou em Caspian — falou.
— Não vamos nos preocupar com isso agora. Temos trabalho a fazer — falei.
— Você tem trabalho, querida. Eu não tenho magia, então só vou assistir você — disse, rindo.
— Verdade — concordei, rindo mentalmente.
Assim que entramos naquele hospital, todos nos olharam. Eu podia sentir a energia de todos naquele lugar, e era bastante caótica. Pânico, dor, medo, desconfiança, raiva… eram tantos sentimentos juntos. E alguns, direcionados a mim.
— Por que esse povinho nos olha como se tivéssemos duas cabeças? — perguntou Minerva, irritada.
— Relaxa, deixa eles. O olhar deles não me atinge — comentei mentalmente.
— Pois deveriam mostrar mais respeito perante nós. Viemos aqui para ajudar e ficam nos encarando e julgando — disse Minerva, mal-humorada.
— Eles logo entenderão que sou eu quem salvará os traseiros deles. Então, mostrarão respeito. E a culpa não é deles, mas do alfa Caspian, que semeou o ódio contra bruxos — comentei.
— Vou me recolher e deixarei que lide com esse povo ingrato. Eu não tenho paciência. Já teria usado minha dominância ou distribuído algumas rosnadas — falou. Ri mentalmente.
— Você está muito impaciente hoje. O que houve? — perguntei.
— Não é nada. Só estou um pouco irritada e sentindo algo diferente. Mas não deve ser nada — disse, séria. Eu me preocupei.
— Você está bem? — perguntei.
— Estou. Não é nada. Deve ser só irritação por estarmos aqui, nessa alcateia. Já vai passar — disse e se calou. Resolvi não insistir. Em vez disso, resolvi focar em minha missão. Dei uma provocada em Caspian e ele me deu uma resposta malcriada. Caminhamos em direção à área de isolamento, onde encontraríamos o tal doutor Aron. Caspian quebrou o silêncio.
— Doutor Aron é o médico-chefe do hospital. Ele está a par de tudo relacionado à doença. Foi ele quem atendeu o primeiro paciente — comentou.
— Ótimo. Assim será mais fácil, pois lidarei com um só lobo. Adiantará meu trabalho — falei. Viramos o corredor e avistamos um médico parado, nos observando. Ele usava jaleco, luvas e máscara. Quando nos aproximamos, ele se curvou.
— Alfa — cumprimentou, se endireitou, tirando a máscara. Seus olhos passaram por Caspian, depois pararam em mim.
— Essa é a doutora Carter Veranis — me apresentou. Ele assentiu com a cabeça.
— Você descobriu isso só tocando nele? — perguntou Aron, assustado.
— Por quê? Não acredita? — perguntei.
— Não… quer dizer, sim. Nós descobrimos isso há alguns minutos, quando recebemos as análises das amostras dos vinte pacientes — disse, impressionado.
— Isso significa que, se não encontrarmos uma cura, ninguém que contrair essa doença sobreviverá? — perguntou Caspian, apreensivo.
— Exatamente — informei.
— Você não descobriu nada que nos ajude? — perguntou, tenso.
— No filhote, não. Preciso ver o corpo do primeiro infectado. Onde ele está? — perguntei, séria. Percebi que o tal Aron ficou tenso.
— Está no necrotério — falou Aron.
— Me mostre — ordenei. Aron me observou com visível desconforto.
— Alfa… — falou Aron, pedindo autorização.
— Faça o que ela ordenou — ordenou Caspian rude.

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