POV GAIA.
Senti seu corpo contra o meu. Seu cheiro era tão bom… por um momento, me senti protegida. Mas, rapidamente, lembranças da rejeição tomaram minha mente e voltei a mim. O empurrei para longe de mim. O que esse maldito está pensando? Quis saber o que ele estava fazendo, e o infeliz só perguntava como eu estava. Ordenei que não me tocasse mais. Que ódio de ter permitido sentir seu abraço.
Caspian parecia perturbado e preocupado, e quando contou o que havia acontecido, entendi o porquê. Não imaginava ter ficado tanto tempo fora. Ele exigiu saber o que havia acontecido e com quem eu falava. Eu poderia lhe responder, mas ainda estava tensa com o ocorrido na sala e irritada com o abraço dele. Então saí andando, e ele veio atrás como um tanque desgovernado. Ele me chamava, mas eu não parava. Estava estranha com a aproximação dele.
— Minerva, o que está acontecendo conosco? — perguntei mentalmente.
— Não sei… Mas o cheiro dele é tão bom… e aqueles músculos fortes… Eu queria ficar o dia todo ali — falou encantada. Arregalei os olhos em choque, enquanto estava no elevador.
— Você só pode ter enlouquecido! Pirou de vez? Depois de tudo que aquele infeliz nos fez, você só pode estar de brincadeira! Eu te proíbo de sentir qualquer coisa por aquele maldito! — falei, brava.
— Calma, Gai… Foi só brincadeira. Imagina se eu iria te trair… — falou apressada. Mas eu senti que havia algo ali.
Saímos do elevador e, pelo canto dos olhos, vi Caspian entrando na recepção. Apressei o passo, mas ele me alcançou do lado de fora e me puxou com força pelo braço. Caspian exigia saber o que havia acontecido. E ele merecia uma explicação, então falei para irmos a seu escritório para conversarmos.
O caminho de volta foi em silêncio, graças a Merlin. Eu estava concentrada em tudo que vi naquela cabana e precisava de respostas. Mas só teria quando consultasse meu grimório. Aqueles símbolos e as palavras que aquela bruxa recitava… sei que encontrarei minhas respostas nele.
Senti o automóvel parar e notei havermos chegado. Saí imediatamente e fui direto para a porta, mas Caspian foi mais rápido em tocar a maçaneta, e ficamos muito próximos. Me afastei rapidamente e acabei perdendo o equilíbrio. Caspian me segurou pela cintura com uma agilidade impressionante.
Nossos rostos estavam tão próximos que eu podia sentir sua respiração quente contra minha pele, que se arrepiou. Meu coração saltou no peito quando olhei em seus olhos — estavam de um cinza prateado lindo. Suas pupilas estavam dilatadas. Eu podia ouvir seu coração acelerado. Então aconteceu: Caspian tomou meus lábios num beijo.
O beijo dele me atingiu como um raio. Rápido, quente e inesperado. Senti o mundo girar por um segundo. O calor da boca dele contra a minha, a firmeza com que me segurava pela cintura, como se eu fosse algo que ele precisasse manter perto — ou perderia para sempre. Meu corpo reagiu antes da minha mente processar qualquer coisa. Que loucura era essa?
Foi como se um incêndio se acendesse dentro de mim, espalhando-se por cada centímetro da minha pele. Minha magia — sempre tão quieta e contida — se agitou, como se tivesse acordado de um sono profundo.
E eu… eu quase cedi. Quase. Mas não. Empurrei o peito dele com as duas mãos com força, rompendo o beijo bruscamente. Eu estava ofegante e tremendo. E com muita raiva de mim por permitir isso acontecer.
— Você está louco? — minha voz saiu falha, tomada pela confusão e pela ira. — Quem você pensa que é para ousar fazer isso comigo? — perguntei com raiva.
— Então você estava conversando com a rainha das bruxas — afirmou. — E o que descobriu? — perguntou, parecendo ansioso.
— Eu preciso consultar meu grimório antes de te dizer. Eu vi e ouvi muita coisa ao mesmo tempo, e muito rápido. Preciso meditar — falei. Ele me olhou sério e assentiu.
— Pode usar meu escritório para pensar — informou.
— Obrigada, mas prefiro seu jardim. A energia lá é melhor — falei. Eu não queria ficar aqui, onde tudo lembrava e cheirava esse infeliz.
— Por mim, tudo bem. Desde que não toque nas minhas plantas. E nem pense em surrupiar alguma muda. Eu vou saber — disse firme, mas pude ver um leve sorriso de canto.
— Não seja ridículo. Eu não sou ladra de plantas — falei. Como ele sabia que eu estava planejando pegar algumas mudinhas?
— Sei — falou e sorriu largamente. Meu coração acelerou. Como ele ficava lindo quando sorria. Suspirei, encantada.

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