POV GAIA.
Sai rapidamente daquele escritório. Eu não poderia ficar perto daquele louco. Por algum motivo que eu ainda não sabia, Caspian estava agindo estranho comigo desde antes de irmos ao hospital. O que aconteceu naquele escritório antes de eu chegar?
— Precisamos descobrir por que ele está agindo estranho — falei mentalmente com Minerva.
— Posso conversar com Odin e descobrir o que aconteceu — disse Minerva.
— Por que quer conversar com aquele lobo folgado? — perguntei, não gostando dessa ideia. Minerva suspirou.
— Gai, eu preciso acertar minhas contas com ele. Preciso saber por que ele me rejeitou. Tenho que colocar um fim nessa história para podermos seguir em frente. Tenho pendências com Odin e preciso resolver — disse, firme e decidida. Eu não gostava disso.
— Não acho uma boa ideia — falei.
— Pois, eu acho, e você não pode me negar isso — falou. Fiquei pensativa e cheguei à conclusão de que Minerva merecia acertar as contas com Odin. Não vou me envolver nos assuntos dela.
— Tudo bem, mas não quero estar presente nesse momento. Quero manter o máximo de distância daquele louco. Até agora, não acredito que ele ousou me beijar — falei, furiosa.
— E como foi? — perguntou.
— Como foi o quê? — falei, sem entender.
— Como foi beijá-lo? O que sentiu quando ele te beijou? — perguntou, curiosa.
— Que pergunta é essa, Minerva? — falei, irritada.
— Ora, Gai, aquela foi a primeira vez que vocês se beijaram — falou, e eu arregalei os olhos. Pois era verdade. O beijo que sonhei por anos antes da rejeição havia acontecido… no momento errado.
— Eu não senti nada — falei apressada. Minerva riu.
— Tem certeza? Pois eu te senti agitada… e algo mais — disse, me provocando.
— Não fale besteiras. Vamos logo, que precisamos descobrir o que aquela bruxa fez — falei, incomodada.
Entrei no quarto e peguei meu grimório na mochila. Saí rapidamente e caminhei pelo corredor. Quando cheguei à sala de estar, não havia ninguém. Saí por uma porta lateral que levava até o jardim. Procurei um local mais silencioso e escondido. Não queria ser incomodada.
Encontrei uma parte mais afastada do jardim. Sentei no gramado e cruzei as pernas, ficando o mais confortável possível. Respirei fundo e soltei o ar. Fechei os olhos e comecei a lembrar tudo o que vi, ouvi e senti naquela cabana da bruxa.
Vi cada símbolo e fui transcrevendo numa folha de papel, assim como cada palavra que ela dizia. Respirei fundo, tentando lembrar do cheiro, e reconheci as ervas que ela usava. Vi que ela usou seu próprio sangue no feitiço — e isso não era bom. Abri os olhos e suspirei.
Olhei tudo que anotei e peguei meu grimório. Comecei a analisar tudo com calma, e atenção. Mas havia símbolos que só havia visto no meu grimório negro. Que bom que havia memorizado bastante símbolos dele para não precisar ficar andando com ele!
— Você pode estar certa. Agora que falou, realmente os contágios sempre se dão após os ataques. Mandarei que investiguem, e iremos atrás do líder dos renegados e de todo seu bando — disse, firme.
— É um bom começo — comentei.
— Agora me diga: qual é a notícia boa? — perguntou e cruzou seus braços. Seus músculos bem definidos ficaram evidentes naquele terno feito sob medida, que o deixava muito charmoso. Ainda mais com aquele cabelo loiro, amarrado num rabo de cavalo. O que estou pensando? Foco, Gaia, não vá por esse caminho. Que inferno, o que se passa comigo?
— Então… eu não posso criar uma cura no momento, mas posso retardar a doença e tratar os sintomas. Isso evitará que os doentes morram, e talvez eu consiga, estudando a fundo, um meio de evitar que mais lobos fiquem doentes — falei. Caspian se aproximou de mim e parou muito próximo, me deixando alerta.
— Está dizendo que pode fazer isso? — perguntou, esperançoso.
— Sim, posso. Isso é o que faço diariamente. Curo pessoas e seres. Eu sou uma farmacêutica e uma curandeira — falei, feliz de quem me tornei.
— E do que você precisa? — perguntou, firme.
— Primeiro, de acesso a tudo. Segundo, de um lugar para montar um espaço para fazer meus feitiços e remédios. De preferência aqui na sua mansão e próximo do jardim. Precisarei de acesso às suas ervas. E não quero trabalhar com o doutor Aron — falei. Caspian arqueou a sobrancelha.
— Concordo. Você pode usar a edícula que existe aqui no jardim. Ordenarei que a deixem a seu agrado. Falarei para o jardineiro te ajudar no que for preciso e deixarei meus cientistas à sua disposição. Agora me diga: por que não quer trabalhar com Aron? Ele é um excelente profissional — questionou, me analisando com aqueles olhos cinza-claro que pareciam me sondar.
— Ele pode ser um excelente profissional. Mas não gostei dele. Simplesmente não confio. E um conselho: eu tomaria cuidado com ele, pois eu não costumo errar no meu julgamento — falei.

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