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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 32

POV CASPIAN.

O calor da boca dela era tão bom e queimava nos meus lábios, de uma maneira maravilhosa. Eu a beijei com intensidade e uma necessidade que me consumia. Meu corpo agiu antes que minha mente ordenasse o contrário. Foi instinto, um impulso tão visceral que não parecia nem meu. Ou talvez fosse, talvez fosse a parte de mim que enterrei no dia em que a rejeitei e agora despertou com a descoberta que ela não havia aceitado a rejeição.

Sua pele sob as minhas mãos, o tremor do seu corpo, o gosto dela… Tudo fazia meu coração pulsar ainda mais forte e sentir algo que a anos não sentia. Então veio o impacto. Literalmente. Ela me empurrou com força. Como se eu fosse um maldito criminoso. E talvez eu fosse mesmo. Senti o baque no peito, mais emocional que físico. O olhar dela queimava como se pudesse me reduzir a cinzas.

— Você está louco? — ela gritou. Talvez esteja, pensei. Ou talvez só esteja sentindo demais após me anestesiar por tanto tempo e negar o que eu sempre senti por ela.

O ódio nos olhos dela era quase tão intenso quanto o que eu sentia por mim mesmo naquele momento. Mas tinha algo mais… Uma dor que espelhava a minha. Um reflexo do que perdemos. Do que destruí. Ela me acusou. Me lembrou da rejeição. Me jogou na cara tudo que fiz — e mereci cada palavra. Fiquei parado, contendo a tempestade que vinha de dentro. Odin rosnava, ele estava inquieto, frustrado.

— Você deveria ter a beijado com mais intensidade e segurado o beijo. Eu a senti cedendo a nós. — Ele falou reclamando.

— Ela não é mais nossa. Você viu os olhos dela? — Falei, mentalmente. — Era raiva e ódio. — Comentei incomodado.

— E desejo, eu pude sentir. — Retrucou, sussurrando contente. — Ela, no fundo, ainda sente algo por nós. Ou talvez seja o vínculo crescendo. — Comentou esperançoso.

— Eu não a entendo. Se nos odeia tanto, por que não aceitou nossa rejeição? Por que sofreu sozinha? Por que não nos fazer sentir um pouco da dor que ela sentiu? — Perguntei, não entende as reais intenções de Gaia.

— Eu não sei, mas quaisquer que sejam suas intenções, vamos aproveitar e usar a nosso favor. Precisamos reconquistá-la. — Afirmou Odin sério.

— Não será uma tarefa fácil. — Comentei.

Fui atrás dela em silêncio. Entrei no escritório atrás dela, fechei a porta devagar, tentando não perturbar o equilíbrio já precário entre nós. O ar entre nós estava carregado. Elétrico. Eu a olhei. Ela evitava meus olhos. E isso doía mais do que qualquer grito. Como se eu tivesse me tornado indigno até de ser visto por ela.

Quando finalmente falou sobre o que aconteceu naquela sala do necrotério, tentei focar nas palavras, no feitiço, na tal bruxa. Em qualquer coisa que me afastasse do gosto dela na minha boca. Mas não adiantava. Minha mente voltava aquele momento como um cão volta ao osso enterrado.

E então ela disse que ia para o jardim. Preferia a energia de lá. Claro que preferia, ela deixava claro que não suportava minha presença. Tentei manter o tom leve, fazer uma piada sobre as plantas. Ela respondeu, mordaz como sempre. E linda, sempre tão linda. Eu sem perceber sorri para ela e isso pareceu a desconcertar. O que era uma boa notícia, pois se eu mexia com seus sentimentos, ainda tinha chance.

Ela saiu como um furacão, e eu fiquei parado, no meio do escritório, tentando recuperar o ar. Como se eu tivesse mergulhado de cabeça em águas profundas e só agora percebesse precisar respirar. Mas nada vinha. O oxigênio parecia insuficiente para a explosão de sentimentos que pulsava dentro de mim. O gosto dela ainda estava nos meus lábios. Quente, doce e indescritível. Pela deusa Lua, o que estou fazendo?

— E agora? Eu não sei o que fazer. — Comentei.

— Agora lutamos pela nossa companheira e conquistamos, custe o que custar. — Falou determinado.

— Ela está com raiva. E tem todo o direito. Mas como faço para reconquistar a confiança que esmaguei com as minhas próprias mãos? — Perguntei.

Respirei fundo e olhei pela janela. O céu começava a mudar de cor, anunciando o entardecer, o tempo passou e nem percebi. Sabia que ela estava no jardim. Senti uma pontada de saudade, mesmo ela estando tão próxima.

— Está decidido. Eu quero essa loba de volta. Vou reconquistar minha ex-companheira. — Falei determinado e Odin vibrou.

— É assim que se fala. — Comemorou.

Não consegui mais resistir. Fui até lá fora. De longe, a observei. Sentada no chão, concentrada, seu rosto iluminado pela luz dourada do sol poente. Tão serena. Tão poderosa. Minha loba…, ou melhor, minha companheira.

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