POV GAIA.
Eu entreguei o controle para Minerva e caí num sono profundo, tive um sonho tão bom. Estava na alcateia de meus pais, a Uivantes Negros. Eu estava com meus irmãos, correndo em forma de lobo, nos divertíamos tanto. Despertei, mas mantive meus olhos fechados, queria aproveitar aquela sensação; senti que estava deitada na cama. Me espreguicei e respirei fundo. Não reconheci o cheiro e abri meus olhos. Me sentei e olhei em volta. Suspirei, constatando que eu estava no quarto de hóspede da casa de Caspian. Olhei para a janela e era dia.
— Como cheguei aqui? Minerva. — Chamei por minha loba.
— Bom dia, Gai. — Disse com sua calma de sempre.
Minerva é uma loba cinza, grande, imponente e superprotetora comigo. Tem olhos azuis que parecem um oceano azul-turquesa. Ela é esperta, inteligente e brincalhona. Como amo minha loba. Eu estranhei sua calma após ter falado com Odin.
— Mi, como cheguei aqui? — Perguntei de novo.
— Você estava dormindo e não quis te incomodar. Então eu nos trouxe para cá e fui dormir. — Falou.
— E como foi ontem, quer conversar? — Perguntei, não querendo esperar que ela tocasse no assunto.
— Bem, nós conversamos. Eu falei tudo que estava há sete anos consumindo meu coração. — Contou, mas vagamente.
— E como foi? O que ele falou? Caspian participou da conversa? — Questionei, querendo detalhes.
— Eu não falei com aquele alfazinho. Exigi que ele não dirigisse a palavra a mim e ordenei que Odin tomasse o controle. Caspian não ficou satisfeito e rosnou como um cão raivoso. — Falou divertida. Eu ri.
— E Caspian obedeceu? — Perguntei, me divertindo.
— Claro. Eu ameacei ir embora, então Odin tomou o controle. — Disse, debochada.
— Mas me diga, o que ele falou? — Falei.
— Odin me pediu perdão por tudo. — Disse.
— Simples assim. Esses machos acham que uma simples desculpa resolve tudo que sofremos. — Comentei, irritada.
— Eu descobri que Odin não teve culpa na rejeição. Caspian decidiu sozinho nos rejeitar. Odin ficou sete anos com raiva e ignorando Caspian. Ele nunca o perdoou. — Disse Minerva.
— E você acreditou nele e aceitou suas desculpas? — Perguntei.
— Acreditar que ele não teve participação na rejeição, eu acreditei. — Falou.
— E perdoar, perdoou? — Perguntei.
— Gai, isso só o tempo dirá. Nós sofremos muito; não é um simples pedido de perdão que irá apagar tudo. — Falou. Suspirei aliviada.
— Fico aliviada em saber que não caiu na conversa daquele lobo malandro e folgado. — Comentei.
— Eu não sou nenhuma loba ingênua. Não cairia na conversa de qualquer lobo vira-lata. — Disse com firmeza.
— Não ligue para ela, Gaia. É que, ela nunca viu uma loba bruxa. Você é novidade para todos na alcateia. — Falou Conrado.
— É, vocês não costumam receber bruxas. — Falei.
— Caspian proibiu elas aqui. — Falou Aina, com desgosto.
— Fiquei sabendo. E percebi a reação dos lobos lá do hospital ontem. — Comentei.
— Não ligue para eles. E fique tranquila, ninguém ousará te ferir. — Disse Aina, séria.
— Eu não estou preocupada com isso. Ninguém conseguiria essa façanha. Eu sei me defender muito bem, posso garantir. — Falei friamente.
— Eu tenho certeza disso. Mas sei que não será preciso. — Falou Conrado, um pouco apreensivo.
— Relaxa, Conrado. Prometo não queimar nenhum dos seus crescentes. — Falei e sorri. Aina e Conrado olharam apreensivos.
— Acho que deixou eles mais tensos que calmos. — Disse Minerva em minha mente, e riu.
— É bom que saibam do que sou capaz. — Falei com ela.
Quando acabei o café da manhã, fui até meu quarto para pegar tudo que precisaria e logo já estava na sala de estar. Aina me esperava na porta de entrada da mansão. Saímos juntas e Conrado estava ao lado do automóvel. O motorista que nos trouxe do aeroporto estava no volante. Entramos no veículo e partimos rumo ao hospital. Espero não ter aborrecimento lá.

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