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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 40

POV GAIA.

— Vamos esclarecer as coisas, doutor. Eu não gosto de você. E você não gosta de mim. Então fique fora do meu caminho. Não me atrapalhe. Assim, eu não te queimo vivo. Ou arranco um dos seus membros e dou para os lobos se divertirem — sorri, ácida, ao ver o horror tomar conta do rosto dele. Aron deu alguns passos para trás.

— Você… você não faria isso — disse, quase sussurrando. Inclinei a cabeça com um sorriso doce e talvez um pouco sinistro.

— Que isso, Aron. Posso te chamar assim? — perguntei com suavidade. Ele acenou, nervoso.

— Eu estava só brincando — falei com gentileza, embora meu olhar deveria está dizendo o contrário.

— Você falou tão sério que… acreditei — murmurou, tentando sorrir, constrangido.

— Bem, capaz de fazer isso eu sou. Mas não farei com você, desde que não me irrite — afirmei, docemente, ele engolir em seco. E respirou fundo.

— Relaxa. Seremos colegas. Agora quero ver meus pacientes. Vamos? — disse, me virando. Ouvi o som do ar escapando de seus pulmões como se tivesse sido poupado da morte. Ele me seguiu, o cheiro do medo impregnando o ar atrás de mim.

— Acho que você assustou o médico — disse Minerva, rindo dentro da minha mente.

— É bom ficar assustado. Assim não se mete comigo. Eu não confio nele. Ele não se importou nem um pouco se os colegas ficariam doentes. Esse infeliz parece estar jogando contra a alcateia — respondi, mentalmente.

— Eu também não gostei dele. Sinto que esconde algo. Melhor ficar atenta. Ele cheira a traição — falou Minerva, em alerta.

— Concordo. Vamos observá-lo de longe — murmurei. Chegamos à porta da ala do isolamento. Aron passou na frente e abriu caminho. O acesso, dessa vez, estava liberado.

— Deixamos todo o quinto andar para tratar os casos mais avançados. Então, não precisamos de salas isoladas — explicou, enquanto entrávamos. — Aqui estão os casos mais graves. Reparamos que, quando os lobos chegam nesse estágio, morrem um dia depois. — Explicou.

Não respondi. Fui direto até o primeiro paciente. Meu coração se apertou com a cena diante de mim: o lobo estava pálido, olhos semicerrados, a respiração fraca e irregular. Estendi minha mão e deixei a magia fluir, sentindo-a se conectar à energia dele, tentando encontrar o que estava o matando.

— O que está fazendo? — perguntou Aron, tenso.

— Vou examinar o paciente — respondi, impaciente.

— Não precisa. Eu posso te dizer todo o diagnóstico — insistiu.

Girei o rosto em sua direção com um movimento lento e arrepiante — como a garota do Exorcista. Ele congelou e vi seu medo em seu olhar.

— Você pode sair e voltar ao seu trabalho. Se eu precisar, chamo — falei com uma calma gélida, mas meu olhar deveria estar letal.

Os sintomas eram evidentes agora, nesse estágio. Febre altíssima. Suor frio. Tremores involuntários. Olhos amarelados pelo comprometimento hepático. Respiração acelerada e superficial — o vírus devastava os pulmões como se queimasse por dentro. A pele apresentava lesões necrosantes em algumas áreas, como se a carne estivesse começando a perecer, e o cheiro… um sutil traço metálico, mesclado ao odor pútrido de infecção avançada.

A corrente sanguínea estava tomada de pus mágico. As células de defesa dos lobos estavam sendo desintegradas antes mesmo de reagirem. Era uma infecção viral agressiva, mas impulsionada por magia negra. Um feitiço viral, inteligente e contagioso. Minerva sussurrou em minha mente, alarmada:

— Isso foi criado para nos matar. E rápido. — Falou.

— Sim. — Falei e engoli o nó na garganta. Passei para outro paciente.

Coloquei ambas as mãos sobre o tórax do lobo e deixei minha magia circular. Eu não podia curar — a maldição impedia. Mas podia retardar. Isolar. Estabilizar. Concentrei minha energia nos sintomas:

A febre, eu abaixaria com um selo de gelo mágico ligado diretamente à fronte. A inflamação pulmonar, combateria com fluxo constante de ar energizado por runas de respiração. As lesões, eu selaria com minha magia protetora, impedindo que gangrenassem. E o sistema imunológico, mesmo inerte, eu o cercaria com uma barreira vibratória — não curava, mas parava o avanço do feitiço por tempo suficiente para o corpo reagir e criar um remédio, enquanto caçávamos aquela bruxa maldita.

Enquanto trabalhava, gotas de suor escorriam pela lateral do meu rosto. Usar meus poderes, exigia concentração, controle e uma resistência física e mental. O corpo do lobo reagiu. Ele deu um leve gemido, os músculos relaxando um pouco. Um pequeno sinal de esperança. Eu havia comprado tempo. Mais um dia talvez. E um dia podia ser a diferença entre a vida e a morte. Olhei para a enfermeira ao lado, pálida, de olhos arregalados.

Vou preparar uma solução com folhas de velenia(vellozia squamata) ou canela-de-ema, pó de resina de prata e água da lua. Administrarei aos pacientes a cada quatro horas. Também precisarei de essência de verbena selada com runas — é a única que pode manter a infecção estagnada. Verei no meu grimórios, chás e empasto que ajude.

Virei-me para o próximo paciente, meu coração apertado. Eu não posso curá-los ainda… mas eu posso mantê-los vivos até acharmos a responsável. E aquela maldita que ousou lançar essa maldição sobre nós… vai me conhecer de perto e se arrepender.

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