POV CASPIAN.
Eu e Octávio olhamos para Henry, e eu tinha certeza de que nossos olhares não estavam dos melhores.
— O que disse? — perguntei, para ter certeza mesmo, de que alguém ousou matar em meu território. Seu rosto ficou pálido, os olhos se arregalaram.
— Alfa… — ele engoliu em seco — encontramos um corpo na fronteira oeste — repetiu, nervoso. Rosnei de raiva.
— É um dos nossos? — perguntou Octávio.
— Ainda estamos tentando identificar. Estava… irreconhecível. Foi dilacerado. Mas encontramos marcas estranhas ao redor. Como se… um ritual tivesse sido feito ali — disse, tenso. O sangue gelou nas minhas veias.
— Que tipo de marcas? — questionei, sentindo minha raiva crescer.
— Símbolos… antigos. Gravados no chão — contou, inquieto. Olhei para Octávio, que estava apreensivo.
— Descubra de quem é esse corpo. Façam o que for preciso. Quero respostas. E quero agora — Falei o encarando, minha voz saiu baixa, mortal. Olhei para Octávio, que imediatamente entendeu meu olhar.
— Avise que vamos até lá agora — ordenei.
— Sim, Alfa. Já mandei que o local fosse isolado. Somente os guerreiros de confiança estão mantendo a área segura — disse Henry.
— Pode ir indo na frente — ordenei. Henry assentiu, se curvou e saiu às pressas.
Odin estava inquieto. Senti sua tensão percorrendo cada célula do meu corpo. Fechei os olhos por um momento, sentindo o peso crescente sobre meus ombros. Não bastava a doença. Agora havia um assassino na minha alcateia. Ou algo muito pior: um usuário de magia.
— Você acha que uma bruxa fez isso? — murmurou Odin, com um rosnado baixo.
— Não sei o que pensar. Precisamos investigar — comentei mentalmente.
— O que acha? Isso não é normal, Caspian. Algo está errado — disse Octávio, tenso.
— Eu sei. E vou descobrir o que está acontecendo — respondi.
— Não acha que tem ligação com a doença? — perguntou.
— Desconfio que tenha ligação. De repente, alguém é morto e deixam marcas de magia no local. E justamente quando estamos lidando com uma doença mágica. Isso é muito suspeito — comentei.
— Não acha que precisamos falar com Gaia? — perguntou Odin em minha mente, ele estava preocupado.
— Por quê? — questionei.
— Ela é uma bruxa. Pode ajudar a identificar quem fez isso — comentou.
— Primeiro vamos ver o corpo e o local e investigar. Depois, se precisar, envolvemos ela. Gaia está ocupada com a doença, e essa tarefa é a mais importante, no momento. Podemos lidar com essa situação sem ela — falei mentalmente.
— Também tive essa impressão — falou Octávio. Me levantei e olhei em volta.
— E os símbolos? — apontou Octávio em volta.
— Parecem antigos, mas não conheço. Alguém quis deixar uma mensagem, temos que descobrir o que esse símbolos significam. — falei, firme.
As marcas ao redor indicavam movimentação recente. Pegadas borradas, resíduos de vela derretida, fragmentos de algo que parecia tecido ritualístico. Não entendia, poque deixar tantas pistas para trás? Os peritos fotografavam cada detalhe, cada centímetro do solo, com precisão. Nenhum erro seria perdoado.
— Leve o corpo para o laboratório forense, para ser analisado, com todo cuidado. Quero que o legista dê total atenção a ele — ordenei. — Quero análise completa. Nenhum detalhe pode ser perdido. — Falei. O corpo foi removido com técnica. Ao redor, a equipe lacrava provas em envelopes. Esse crime era uma provocação a mim. Ousaram matar debaixo do meu nariz. E isso me irritava.
Ficamos em silêncio, enquanto a equipe de remoção levava o corpo com cuidado. Os peritos estavam inspecionando cada centímetro do local, em busca de respostas. Eu tinha a melhor equipe criminal do país. Eu era dono de um escritório de investigação criminal na cidade. Prestamos serviços para seres sobrenaturais e humanos.
Com os ataques de renegados, o escritório tem tido bastante trabalho. Aqueles vira-latas deixavam um rastro de sangue por onde passam. Mas, infelizmente, ainda não conseguimos encontrar o esconderijo do maldito líder dos renegados. Assim que o corpo foi levado, fui em direção ao automóvel. Entrei no lado do motorista e Octávio do carona. Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que ele falou:
— Não quer envolver Gaia nisso? — perguntou Octávio, quebrando o silêncio, olhando pela janela.
— Melhor não. Ela tem trabalho mais importante a fazer — comentei, ainda digerindo o que vimos.
— Entendo. Mas, ela sendo uma bruxa, poderia descobrir quem fez isso — Insistiu.
— Podemos lidar com essa situação sozinhos, por enquanto — falei, encerrando o assunto.

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