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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 55

POV GAIA.

Quando Morgana expôs meu braço e revelou a ferida, vi o olhar de Caspian mudar num estalo. Seus olhos se tornaram um redemoinho de fúria, raiva… e uma possessividade que me incomodou. Aquilo me confundiu.

Ele está diferente desde ontem. Está estranho. Ainda não acredito que me pediu perdão. Deve ser pela alcateia… uma jogada estratégica para garantir que eu coopere. Só pode ser isso. Concordei em darmos uma trégua temporária. Suportar a presença um do outro. Mas perdoá-lo? Não. Ainda não. Quem b**e, esquece. Quem apanha… nunca.

Minerva estava estranhamente quieta. Senti sua presença abafada, como se algo a incomodasse profundamente. Iria perguntar depois. Talvez fosse reflexo da febre que me derrubou. Quando Morgana disse querer ficar a sós comigo, percebi claramente a hesitação de Caspian. Seu corpo resistiu por um segundo, como se não quisesse sair. Mas acabou indo, relutante.

Assim que a porta se fechou, minha avó, sentada, ao meu lado. Ajeitou minha coberta com o carinho que só ela sabia dar. Mas seu olhar… aquele olhar. Estava afiado como uma lâmina recém-polida. Conheço Morgana o bastante para saber que, por trás de cada sorriso doce, há algo mais.

— O que quer conversar comigo? — perguntei, séria.

— Quero te perguntar algo — disse ela, levantando-se e caminhando lentamente pelo quarto.

— Pode perguntar — respondi, tentando conter a curiosidade. Morgana parou. Virou-se devagar e me fitou com intensidade.

— Quando Caspian te rejeitou… você aceitou a rejeição? Você o rejeitou de volta? — Questionou. Fiquei estática. O mundo pareceu desacelerar.

— Que pergunta é essa, vovó? É claro que eu… — minha voz falhou. Meus olhos se arregalaram de súbito. — Eu… não sei. Não me lembro. Aqueles dias foram horríveis. Eu só… sofria. Nada fazia sentido. Eu mal respirava — murmurei.

— Então você não sabe se completou a rejeição? — insistiu ela.

— Não. Mas… por que está falando disso agora? — perguntei, inquieta. Morgana se aproximou e sentou-se novamente. Segurou minha mão com firmeza.

— Querida… o que você sente quando ele está perto? Sente um calor no peito? Um aperto no estômago? Uma mistura de incômodo e desejo? Você está em conflito? — Perguntou. A pergunta me atingiu como um trovão. A dor da resposta deve ter se estampado no meu rosto antes mesmo que eu dissesse algo.

— O que isso tem a ver com minha rejeição? — questionei, desconfortável.

— Pela sua expressão, eu acertei. Gaia, sinto muito, mas você e Caspian continuam ligados. O laço de companheirismo não foi rompido por completo. Ainda existe… um vínculo. Frágil, sim. Mas ainda vivo. É por isso que você sente tudo isso. E é por isso que aquele alfa maldito está agindo de forma tão confusa. — Comentou.

Meu mundo desabou num silêncio sufocante. O ar sumiu dos meus pulmões. Comecei a tossir, como se quisesse expulsar a verdade com a força do meu corpo. Morgana pegou um copo com água e me entregou. Bebi um gole, tentando me recompor.

— Por quê? Nós o odiamos. Seria nossa vingança! — respondi, sem entender. Então… meu coração vacilou. Uma suspeita se formou, fria, dolorosa. Arregalei os olhos.

— Minerva… você sabia que ainda estamos ligados? — perguntei, sentindo a traição rasgar minha garganta.

— Me perdoe, Gaia… mas eu sabia, sim. E fiz de tudo para que você não lembrasse que precisava aceitar a rejeição — confessou ela, sem hesitar. Fiquei em choque. Minha loba… minha alma… havia me traído. O céu pareceu desabar em minha cabeça.

— Você me traiu? Como pôde fazer isso comigo? — gritei, furiosa, em voz alta.

— Gaia, o que está acontecendo? — perguntou minha avó, alarmada. Olhei para ela com os olhos em chamas.

— Acabei de descobrir que Minerva me traiu. Escondeu o vínculo de mim — falei, com raiva e mágoa inundando minha voz.

— Agora tudo faz sentido. Minerva escondeu isso de você… Acho melhor eu ir. Você está fora de perigo, e agora precisa ter uma conversa séria com sua loba. Não vou me meter nisso. Mas te dou um conselho: antes de julgar ou condená-la, ouça. Minerva sempre esteve com você. É uma loba fiel e te ama. Se fez isso… teve seus motivos — disse Morgana, me abraçando com força, se afastou e desapareceu, envolta na névoa. Fiquei ali, sozinha… bem não sozinha.

— Muito bem, Minerva. Vamos conversar. E, para o seu bem, é bom ter uma maldita boa explicação para essa traição — falei, com o coração acelerado e com as veias pulsando de raiva.

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