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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 57

POV CASPIAN.

Me detive no corredor, de frente para a porta fechada. O coração batia rápido, pesado, como se anunciasse uma guerra. Saber que Morgana estava ali dentro, sozinha com Gaia… O que ela diria? O que revelaria? Com certeza vai revelar sobre o vínculo. O instinto me puxava para perto, me empurrava a colar o ouvido naquela madeira e escutar cada palavra, mas… não. Eu precisava manter um mínimo de dignidade. Me virei para sair dali.

— Não vá embora, Caspian — rosnou Odin dentro de mim, impaciente. — Nós precisamos saber o que estão falando! Aquela bruxa velha vai contar tudo e precisamos estar preparados — disse, irritado, enquanto eu caminhava pelo corredor.

— Eu não vou me prestar a esse papel de ficar escutando a conversa delas — murmurei mentalmente, engolindo seco, e segui em direção à sala de estar.

Cheguei na sala e me joguei no sofá. Mas não permaneci muito tempo sentado. A ansiedade de Odin, misturada à minha, estava me deixando agitado. Me levantei e comecei a andar de um lado para o outro, os ombros tensos, as mãos inquietas. Passei os dedos pelos cabelos, quase arrancando um punhado, tentando controlar a tempestade que explodia dentro de mim.

— Filho, senta um pouco. Quer um pouco de água? Você está muito agitado — a voz da minha mãe veio suave, mas carregada de preocupação.

— Caspian — disse meu pai, firme. — O que está te atormentando desse jeito? — Questionou. Parei e meu peito subia e descia com dificuldade. Então deixei escapar o que me corroía:

— Eu sei que Morgana vai contar… sobre o vínculo — minha voz saiu amarga. — Aquela bruxa velha me odeia. Eu vi nos olhos dela. Ela quer me destruir… e vai revelar essa informação para isso. Gaia vai me rejeitar assim que souber — falei, me sentindo impotente.

— Primeiro, respira — disse minha mãe, tentando manter a calma. — Morgana sabe que Gaia está fraca, em recuperação. Ela jamais colocaria a própria bisneta em risco. Talvez ela não fale, pelo menos nesse momento — disse, tentando me acalmar, mas não estava funcionando.

— Sua mãe tem razão — concordou meu pai. — Por que não saímos daqui e vamos resolver o assunto sobre os machos que atacaram Gaia?— Perguntou.

Quando ouvi sobre os dois, uma raiva me consumiu. Meu pai sabia que isso me faria esquecer o que me atormentava. Odin rosnou em fúria. O ar saiu quente pelas minhas narinas. A fúria queimava em minhas veias.

— Aqueles bastardos ousaram tocar na nossa companheira! — Odin urrou dentro de mim, mais fera do que nunca. — Vamos esmagá-los! Ensinar que mexer com Gaia tem consequências! Eles servirão de exemplo — disse, sombrio.

— Vamos agora — falei entre os dentes, a voz grave. Já não era somente eu falando… era nós dois.

— Vamos lá ensinar aqueles infelizes o que acontece quando mexem com a nossa Luna — falou Odin, rosnando.

Saí da mansão com meu pai me acompanhando. Minha mãe ficou para nos manter informados.

Atravessamos a mata até a prisão, que ficava numa área mais remota da alcateia. Meu pai me seguia em silêncio, mas podia perceber seu olhar tenso. Ele sabia que qualquer tentativa de acalmar meu ódio agora era inútil — e até perigosa.

Entrei no prédio da prisão. Fui recebido por dois guerreiros que se curvaram e me deram passagem rapidamente. Fui direto para a ala das celas. Queria ver o rosto daqueles dois infelizes.

Quando nos aproximamos, senti o cheiro de medo e suor azedo. Os dois covardes estavam acuados, sem a ousadia de antes. Já haviam percebido que tocaram no que não deviam. Olhei friamente para os dois e ordenei:

— Vocês… acham que podem atacar uma fêmea indefesa? — Minha voz saiu baixa, densa de ameaça. — Vocês pensaram que eu aprovaria esse tipo de covardia? — Perguntei com frieza.

— Mas o Alfa sempre disse… — tentou justificar um deles, mas se calou diante do meu olhar.

— Eu falei para você matar ou agredir alguém? Eu falei para vocês se comportarem como cães selvagens ou renegados? — disparei, me aproximando até ficar cara a cara com ele. Ele empalideceu.

— Guardas! Levem esses dois para a solitária. E quando saírem de lá, quero todos os dias deles sob vigilância. A partir de agora, estão rebaixados. Não passarão de serviçais até segunda ordem — cuspi as palavras.

— Sim, Alfa — responderam os soldados. Caminhei em direção a porta. Mas antes de eu sair da sala, me virei novamente.

— E mais uma coisa: se eu ouvir mais uma palavra sequer contra a senhorita Gaia… eu pessoalmente vou arrancar a língua de quem ousar falar — falei, e saí da sala, com o peito explodindo de sentimentos que eu não sabia nomear. Caminhei pelo corredor em silêncio, tentando controlar a fúria, a culpa… o arrependimento.

— Eles só foram o reflexo do seu ódio, Caspian — disse Odin, num tom mais calmo agora. — E você sabe disso. — Falou. Fechei os olhos por um segundo. A verdade doía como açoite.

— Eu sei. — Falei. Eu havia feito minha alcateia odiar minha companheira. E isso me corroía por dentro mais do que qualquer ferida física poderia fazer.

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