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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 60

POV GAIA.

— Como isso aconteceu? Ontem, quando os deixei, estavam fora de perigo — falei, tentando controlar meu nervosismo e não demonstrar fraqueza.

— Também não entendi. Quando fui para casa à noite, eles estavam bem. Mas hoje, quando cheguei, os encontrei mortos — explicou Vânia, nervosa. Me virei para Aron, que estava ao lado de Octávio. Ele me olhou com superioridade, nariz erguido.

— O que aconteceu com os pacientes? Qual foi a causa do óbito? — perguntei, caminhando até ficar perto dele.

— Ainda não sabemos. É preciso fazer autópsia para investigar — comentou, e pude notar certa satisfação na voz dele.

Usei meu poder e senti um cheiro estranho nele. Esse infeliz não é confiável. Cheira a mentira. Se Bele estivesse aqui, me contaria tudo sobre Aron. Ela pode ler as pessoas. Mas, mesmo sem o dom dela, eu sinto nos ossos que esse lobo tem algo obscuro.

— Onde estão os corpos? — perguntei.

— Por que quer saber? — retrucou.

— Quero examiná-los — falei, séria. Notei seu olhar estremecer.

— Isso não cabe a você. Esse é o trabalho do médico legista, e não de uma bruxa — disse, ríspido.

— Tenho livre acesso a tudo, de acordo com seu alfa. E vou ver os corpos dos meus pacientes — declarei.

— Eu não permito que profane os restos mortais daqueles pobres lobos — disse, irritado.

Nesse momento, minha paciência se esgotou. Usei minha velocidade e me aproximei de Aron num piscar de olhos. Minha mão se fechou em seu pescoço e o empurrei contra a parede próxima. Seus olhos se arregalaram em choque. Levantei seu corpo do chão com uma mão só. Aron entrou em pânico. Sou uma alfa, tenho mais força que esse infeliz.

— Me diga onde estão os corpos — falei, rosnando. Minerva estava ansiosa para despedaçá-lo.

— Os corpos dos infectados foram levados para um local de isolamento… Mas você não tem permissão para entrar — disse com dificuldade. Apertei seu pescoço com um pouco mais de força, nada que o matasse, e o maldito começou a ficar roxo.

— Por mim, pode matar esse lixo — disse Minerva em minha mente.

— Ainda não. Você ouviu o que ele disse? Os corpos estão em outro lugar. Eles deveriam estar no necrotério. Por que colocaram em outro local? — comentei com Minerva. Apertei um pouco mais seu pescoço e sorri, me divertindo com seu olhar aterrorizado. Senti uma mão em meu braço e virei a cabeça. Era Octávio.

— Gaia, se continuar apertando, vai matá-lo. E o alfa Caspian não vai gostar disso. Esse é nosso médico-chefe. Pode soltá-lo, por favor — disse Octávio, calmo. Fiquei tentada a irritar Caspian, mas não sou uma assassina. E se for virar uma, não será por um lixo desses.

Soltei Aron, que caiu no chão, fraco e tossindo. Dei um passo para trás. Ele se levantou com dificuldade, me olhando com medo.

— Obrigado, beta Octávio. Essa bruxa é louca, ela quase me matou. O alfa vai saber disso — disse, evitando meu olhar. Suspirou aliviado pela ajuda do beta. Sorri de lado. Lobo medroso. Que vergonhoso! Octávio se aproximou e empurrou Aron com força contra a parede, surpreendendo-o. Sorri mentalmente com sua atitude.

— Que tal responder à pergunta da senhorita Gaia? — falou, liberando sua dominância de beta. Aron se contorceu, se submetendo. Olhei para trás e vi que Vânia também sentia os efeitos. A dominância de Octávio era um pouco mais fraca que a de Caspian. Aron gemeu, chamando minha atenção. Agora ele teria que falar.

— Vocês dois, é melhor aguardarem lá fora. Não quero que fiquem doentes — falei. Ambos concordaram com a cabeça e saíram rapidamente. — Você também deveria esperar lá fora — falei para Octávio.

— Vou ficar aqui com você — disse firme, colocando a máscara.

— Você que sabe. Não me responsabilizo se ficar doente — falei, enquanto pegava uma seringa e um frasco.

— O que vai fazer com essa seringa? — perguntou, sério.

— Vou coletar amostras de cada um dos mortos. Quero saber o que os matou — respondi, pegando o braço do primeiro corpo e começando a tirar sangue.

— O que está pensando? — questionou, me observando.

— Por enquanto, só quero respostas — comentei. Eu não diria que estou desconfiando de algo por trás dessas mortes. — Mas me diga: não acha estranho esses corpos estarem aqui, e não no necrotério? Por que Aron ficou tão nervoso e se recusou a nos dizer onde estavam? Por que ele não me queria aqui? — perguntei.

— Achei muito estranho o comportamento dele. Aron não costuma agir assim. Mas me diga: está suspeitando que a morte não foi causada pela doença? — perguntou, apreensivo. Esse beta é esperto.

— Usei meu poder até me enfraquecer para dar mais um dia de vida a esses lobos. Eles não deveriam ter morrido antes de vinte e quatro horas. Preciso saber o que deu errado — expliquei, sem querer expor demais meus pensamentos. Não conheço Octávio e ainda não sei se posso confiar.

— Pois eu acho que algo muito errado está acontecendo aqui — afirmou.

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