POV CASPIAN.
Continuei andando pelo escritório, tentando conter a minha raiva. Odin, estava inquieto e raivoso, rosnando sem parar.
— Que maldito infeliz, faria uma coisa tão monstruosa assim? — Perguntou Odin com fúria e querendo sair. Não o respondi, pois estava tentando controlar minha raiva e a dele.
— Mata-lobo? Isso é crime! — exclamei, cerrando os punhos. — Quem faria isso com os nossos? Quem seria capaz de tamanha crueldade? — Questionei furioso.
— Alguém com total acesso ao hospital e nenhuma empatia por vidas inocentes — respondeu Gaia, firme. — Aron é o meu principal suspeito. E ele está tentando sumir com as provas. Mas fui mais rápida e coletei o que era preciso. Assim pude descobrir o que matou meus pacientes. — Contou.
Gaia, tirou algumas folhas de papel de seu bolso e os colocou sobre a mesa de centro. Me aproximei, peguei, abri e vi os relatórios impressos com as análises e imagens das substâncias. Estavam detalhados, técnicos… inquestionáveis. Olhei em sua direção com admiração.
— Você mesma fez isso? — perguntei, impressionado. E descobrindo que não sabia nada da loba a minha frente.
— Sim. Combinei magia e ciência. Não tem como contestar. Esses dados são irrefutáveis. Qualquer laboratório e perito irão concordar comigo. — Seus olhos ardiam em determinação. — E se agirmos logo, podemos pegá-lo destruindo ou adulterando evidências. Aron, está acuado e vai dar um passo em falso. — Comentou.
— Já dei ordens para Octávio ficar de olho nele — comentei, ainda analisando os papéis.
— Ótimo. Eu mesma o instiguei antes de sair do hospital. Aron ficou visivelmente nervoso. Vai agir em breve. — Falou e sorriu de lado.
— O que você fez? — Perguntei interessado em seus métodos.
— Só disse para ele que os corpos, seriam periciados. Ele ficou bastante assustado com a informação. Sei que tentará se livrar das provas. E o pegaremos em flagrante. — Respondeu.
— Estou impressionado com sua astúcia. — falei admirado. Gaia não comentou.
O silêncio se instalou por alguns segundos entre nós. Gaia se recostou no sofá, cruzando as pernas com elegância, mas o olhar continuava duro. Mesmo parecendo calma, eu sabia que por dentro ela fervia de raiva.
— Você já fez muito por nós — reconheci, sentando de novo. — Está salvando a alcateia, Gaia. Eu devia… quer dizer, eu devo, te agradecer. Por todo seu esforço em ajudar lobos, que nem são da sua alcateia. Somos estranhos para você e mesmo assim, está dando seu melhor para salvar meu povo. — Falei agradecido. Ela arqueou uma sobrancelha, como se não acreditasse no que acabara de ouvir.
— Não imaginei que ouviria um agradecimento vindo de você — disse, com um leve tom de ironia. Sei que mereço seu tratamento.
— Então comece ajudando a limpar essa sujeira toda. Aron precisa pagar por cada vida tirada. Eu quero justiça, Caspian. — Falou mudando de assunto, o que fiquei agradecido.
— Você vai ter sua justiça — prometi. Gaia assentiu e se levantou com elegância. Caminhou até a porta, mas antes de sair, virou-se para mim.
— Agora, se me der licença… — disse com um pequeno sorriso no canto dos lábios — … vou à cozinha preparar o chá que prometi à sua mãe. — Disse e tocou na maçaneta para abrir a porta.
Meu coração disparou com o seu gesto. Ela não precisava fazer isso, mas estava fazendo. Ela estava cuidando de mim. Senti um calor bom no meu peito, por ser cuidado pela minha companheira.
— Obrigado… Gaia. — Agradecido.
Ela não respondeu, somente abriu a porta e saiu, deixando para trás o leve perfume de café recém torrado, que eu amava e a promessa silenciosa de que talvez… só, talvez… houvesse esperança. Fiquei ali, parado por alguns segundos, sentindo meu lobo vibrar de alívio e alegria.
— Ela está baixando a guarda… — murmurou Odin.
— E eu não vou decepcioná-la de novo — respondi.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.