POV CASPIAN.
Agarrei seu pescoço e o levantei, pressionando com força enquanto o encarava com fúria. Rosnei alto, rente ao seu rosto. Mas Aron, em vez de tremer de medo, sorriu debochado — aquele sorriso nojento e insolente.
— Por favor, alfa… rosnar e bufar na minha cara não me assusta — disse, rindo com desdém.
Soltei-o com desprezo e ele caiu sentado novamente, como se nada tivesse acontecido. Eu mal reconhecia o lobo à minha frente. Aron, que sempre me respeitou… que sempre me temeu… agora ousava me desafiar?
— Me diga por que fez isso? — ordenei com a voz carregada de raiva contida.
— Ora… eu queria ensinar uma lição aquela bruxa maldita que colocou aqui para roubar meu lugar. Quem ela pensa que é, para chegar aqui e mandar no meu hospital? — disparou, fervendo de ódio.
— Então fez essa barbaridade por… inveja? — perguntou Octávio, tão indignado quanto eu.
— Também. Mas quis uni o útil ao agradável — comentou com cinismo, soltando uma risada venenosa.
— Pare de enrolação e conte tudo de uma vez! Ou vou te jogar na cela mais imunda e fétida que existir e você nunca mais verá a luz do dia! — ameacei, já sem paciência para joguinhos.
— É mesmo? E vai ficar sem saber a verdade? Acho que não — provocou, cruzando seus braços.
— Sabe que eu tenho meios de arrancar a verdade de você — garanti, me aproximando.
— Verdade. Mas vai levar tempo. E você não é tão paciente assim… — comentou, maldoso. — Mas vou contar. Porque eu quero — falou com uma arrogância que me fez ranger os dentes de raiva.
— Então comece! — ordenei com irritação.
— Muito bem. Gaia estava se intrometendo demais, chegando perto de atrapalhar o grande plano. Aquela intrometida usou magia para trapacear. Então, recebi ordem para impedir o que quer que ela estivesse tramando. Foi… delicioso ver a carinha de sofrimento dela ao receber a notícia da morte dos seus preciosos pacientes — falou, gargalhando com prazer doentio.
— Maldito! — rosnei, me lançando na direção dele, pronto para estraçalhá-lo. Mas ele me travou com uma frase.
— Calma, alfa. Se me matar… não vai saber a verdade sobre a morte de Dylan — disse, rápido, quase ofegante.
— O que sabe sobre a morte dele? — perguntei, engolindo o choque que tomou conta de mim.
— Dylan estava no lugar errado… na hora errada. Então tivemos que eliminá-lo. Sabe como é... melhor prevenir do que remediar — disse, frio como gelo. Rosnei com tanta força que senti a vibração subir pela garganta.
— Você está envolvido na morte dele? Mas quem o matou usava magia! E você, até onde sei, não tem nenhum poder! — questionei, a raiva fervendo e tentando me consumir.
— Eu atraí Dylan até a armadilha. Uma amiga… fez o resto. Aproveitamos para jogar a culpa em Gaia. Assim ninguém suspeitaria de mim. Mas aquela infeliz… estragou meus planos — rosnou, frustrado.
— O que Dylan viu que você queria esconder? E quem é sua amiga? — exigi, me forçando a manter a lucidez. Precisava arrancar tudo dele.
— Dylan não viu nada. Descobrimos depois, durante… a tortura. Mas já era tarde. Ele tinha nos visto. Então teve que morrer. Não vou dizer mais nada. Não vou estragar o grande plano. E não há nada que possa fazer para me obrigar a falar — debochou, com o sorriso mais sujo que já vi.
— Esse infeliz não vai falar sem incentivo. Quem sabe um pouco do veneno que ele usou o faça abrir o bico… — disse Odin, em minha mente.
— Essa é uma brilhante ideia — respondi e olhei para Octávio.
— Octávio, traga o mata-lobo. Vamos usá-lo no nosso querido doutor — ordenei. Octávio sorriu e saiu imediatamente. Vi Aron empalidecer. Seus ombros endureceram. Finalmente… o cheiro do medo.
— Me diga… foi essa bruxa que criou a doença? — perguntei, sério.
— Sim — confirmou, sem hesitação. Então era ela. A maldita que precisamos eliminar.
— Muito bem. Eu deixarei você viver. Dou minha palavra. Agora me diga onde encontrá-la — ordenei.
— Vou dizer como chegar até ela — afirmou. — Mas preciso de lápis e papel… para fazer o mapa — falou.
Octávio saiu e voltou rapidamente com o que ele pediu. Entregou a Aron, que começou a desenhar. Logo, o mapa estava pronto. Peguei e analisei. Não ficava longe… era na Floresta Tenebrosa. Um antro de bruxas. Um lugar onde lobos raramente se atrevem a pôr os pés.
— Iremos conferir esse lugar. E quando voltarmos… você estará livre — falei, saindo da sala de interrogatório. Octávio veio atrás.
— Você vai deixá-lo livre? — perguntou, desconfiado.
— Nunca. Esse maldito vai pagar por cada vida que tirou. — comentei, ríspido.
— O que faremos agora? Confia no que ele contou? — questionou.
— Sim, ele não mentiu. Prepare dez lobos para me acompanhar até a Floresta Tenebrosa. Quero que fique aqui e cuide da alcateia… e de Gaia, na minha ausência — ordenei.
— Sim, alfa — respondeu sem argumentar. Mas sentia sua apreensão.
— Eu vou caçar uma maldita bruxa… e acabar com essa doença.

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