POV CASPIAN.
Avançávamos em silêncio. Dez dos meus melhores guerreiros corriam ao meu redor, todos em forma de lobo, assim como eu. O som das patas contra o solo úmido era abafado pelas folhas e raízes espessas que cobriam a trilha que seguíamos. Estávamos na beira da Floresta Tenebrosa… e cada passo para dentro daquele lugar era como atravessar uma barreira invisível.
A vegetação era densa. As copas das árvores gigantescas se entrelaçavam tão alto que quase nenhum raio de sol conseguia atravessar. Só podíamos andar por essa floresta graças à nossa visão de lobo, se fosse um humano teria dificuldade em se locomover nesse lugar. A pouca luz que chegava a nós era fria, esverdeada, como se a própria floresta filtrasse qualquer calor ou esperança. Era um lugar estranho onde os bruxos gostavam de vir para praticar feitiços proibidos.
— Odin, está sentindo isso? — perguntei mentalmente.
— Sim… Essa floresta fede à feitiçaria. Algo podre vive aqui — respondeu ele, em tom grave.
— É melhor ficarmos atentos. Não sabemos o que está escondido nesse lugar. — Alertei para meus lobos.
Meus guerreiros estavam tensos. Eu sentia, pela ligação mental, que cada um deles estava em estado de alerta máximo. O cheiro da floresta era carregado, denso e grudava no olfato, incomodando. Nenhum de nós gostava daquilo. Era como se o ar fosse pesado demais para respirar.
— Estamos chegando perto de algo, estou sentindo o cheiro de magia, ficar mais forte — disse Odin.
Assenti mentalmente. Mantive o passo firme. A tensão entre nós era palpável, como uma corda esticada prestes a arrebentar. Avistamos a cabana ao longe. Pequena, decadente, suas tábuas estavam corroídas pelo tempo. Janelas quebradas, telhado afundado, e um silêncio ao redor que soava mais ameaçador do que qualquer uivo.
— É aqui. Todos fiquem atentos. — Alertei.
— Sim, alfa. — Responderam juntos. Nos aproximamos lentamente, farejando o ar. Tudo parecia calmo, até demais.
— Isso está errado… — murmurou Odin. — Muito quieto. Isso parece até uma armadilha. — Comentou tenso. Dei um passo adiante, farejando em volta da cabana. De repente, uma fumaça negra emergiu do solo, se espalhando rápido, como uma névoa viva. Tentei recuar, mas ela nos envolveu como garras invisíveis.
— O recuo é impossível! Formem um círculo e fiquem juntos, agora! — gritei através da ligação mental.
Mas antes que pudessem reagir, a fumaça se dissipou. Olhei ao redor e percebi o círculo de símbolos místicos sob nossos pés. Fomos cercados. Lobos. Vários. Todos renegados. O pelo sujo, olhos famintos, e fúria nos movimentos. Uma armadilha. Aron armou para nós. Rosnei alto, furioso, a garganta vibrando de raiva.
— Fomos enganados! — rosnou Odin dentro de mim. — Vou arrancar a garganta daquele infeliz do Aron! — Prometeu raivoso.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.