POV GAIA.
Atravessamos o espaço mágico, e o teletransporte me lançou no meio do jardim, bem em frente à mansão. Caspian jazia inconsciente em meus braços, seu corpo ainda envolto pela aura azul que conjurei para protegê-lo. Estava mole, pesado, quase sem vida. Minerva, inquieta, oscilava entre a fúria e o medo. Dentro de mim, ela rosnava em alerta.
— Ele está perdendo muito sangue! — alertou, em um tom que soou mais como um grito abafado.
A pele de Caspian estava pálida como neve, o pulso — quase inexistente. Antes que eu pudesse reagir, a porta da casa se escancarou com violência.
— Gaia? — Aina correu em nossa direção, os olhos arregalados ao ver o filho nos meus braços. — O que houve com ele? Pela Deusa, não… meu filho! — gritou, a voz embargada pelo desespero. Conrado e Octávio apareceram logo atrás, os rostos tensos, confusos, em pânico. Correram para junto de nós.
— Depois eu explico — falei, séria, tentando manter o controle. — Preciso estabilizá-lo agora. Leve-o para a edícula. E chamem o médico — ordenei, sem rodeios.
Aina não questionou. Somente se virou e correu à frente, abrindo caminho. Conrado e Octávio, com os olhos fixos em Caspian, o tomaram de meus braços e o carregaram com todo o cuidado, mas também com urgência. Quando chegamos à edícula, Aina já havia destrancado a porta. Estava em prantos, as mãos trêmulas, o olhar perdido no rosto do filho que desfalecia a cada segundo.
— Coloquem ele no sofá — pedi, a voz firme, mas embargada por dentro.
— Gaia, não era melhor levá-lo para o quarto dele e esperar o médico? — sugeriu Conrado, aflito, a voz trêmula.
— Não temos tempo! — respondi de imediato. — Caspian foi ferido por magia negra. As feridas… são mágicas. E precisam de intervenção agora. Os médicos não poderão fazer nada. Só eu posso ajudá-lo agora. Quando eu terminar, então o médico pode assumir — expliquei, já me movendo, pegando tudo que precisava da prateleira.
— Deixem a Gaia. Eu confio nela — disse Aina, com um fio de voz, tentando se recompor.
— Vou buscar o médico para ficar de prontidão — falou Octávio antes de sair correndo.
— Eu cuidarei dele — reforcei com firmeza, tentando passar segurança. — Mas preciso que tragam as ervas de cura. As mesmas que usei nos remédios dos pacientes. Sei que é difícil… mas preciso que saiam. Por favor — pedi, quase num sussurro.
Eles assentiram em silêncio. Conrado abraçou Aina com força, e os dois saíram. Agora, sozinha com Caspian, respirei fundo. Peguei meu grimório, me ajoelhei ao lado do sofá onde ele repousava. Abri o livro no chão, toquei sua testa e deixei minha magia fluir. Uma luz lilás saiu de minha mão, se espalhando por sua pele como um rio manso, preenchendo cada ferida como se pudesse costurar o que estava despedaçado.
— Não me deixe agora… temos muitas coisas pendentes — murmurei, sentindo a garganta apertada.
As pálpebras dele se moviam, tremiam, mas ele não despertava. Minerva estava silenciosa, porém atenta, compartilhando sua força comigo. Dividíamos a força, o esforço, a dor. O tempo parecia suspenso — congelado naquele instante. A ligação entre nós latejava. Eu sentia a dor dele… como se fosse minha. Era intensa. Quente. Crua.
— Caspian… — sussurrei. O corpo dele queimava em febre, e o vínculo que nos unia pulsava fraco… mas ainda ali. Um fio invisível, oscilando entre a vida e a morte.
— Me escute… não é hora de morrer — murmurei, baixando o rosto até quase encostar na pele suada da sua testa. — Você é um alfa. Forte. Arrogante. Não pode deixar uma maldita bruxa te derrotar. Lute, Caspian. Eu… eu não consigo sozinha. Preciso que me ajude. — falei. Minerva rosnou dentro de mim.
— Ele precisa de mais da sua magia, Gaia. Não hesite — insistiu, nervosa. O vínculo… está afetando minha loba mais do que eu imaginava.
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