POV GAIA.
As horas passaram e a noite chegou. Passei toda a madrugada ao lado dele, naquela edícula, monitorando e controlando sua febre. Um médico da alcateia havia examinado-o e disse para continuar com meu tratamento, pois estava ajudando. E não seria preciso que ele receitasse nada ou que Caspian fosse removido para o hospital. Gostei daquele médico, doutor Arquimedes. Ele parecia aceitar muito bem o uso de magia, diferente do insuportável do Aron. Se bem que… não sei se ele era daquele jeito ou se era o feitiço da bruxa.
Dormi sentada, com a cabeça apoiada na lateral do sofá por algumas horas, mas mesmo durante o sono, Minerva me mantinha alerta a qualquer mudança em seu estado.
Na manhã seguinte, pedi para que o levassem ao seu quarto. Seria mais confortável para ele. A febre já havia cedido, então ele não estava mais em perigo. Agora era só esperar seu corpo se recuperar. Deixei a edícula e acompanhei Conrado e Octávio enquanto carregavam Caspian. Entrei na casa e Aina nos esperava. Ela foi conosco até o quarto de Caspian. Quando vi que ele estava instalado, me virei para sair do quarto.
— Gaia, querida, você precisa comer algo. Passou a madrugada cuidando de Caspian e não a vi se alimentando ontem — disse Aina, agora mais tranquila, diferente de ontem.
Nunca havia visto esses dois tão desesperados. Mas eu também ficaria se visse um filho meu naquele estado.
— Eu vou comer — falei. Ela me abraçou apertado.
— Nunca vou conseguir agradecer o que fez pelo meu filho. Muito obrigada! — comentou, emocionada. Eu sorri para ela.
— Sabe que pode contar comigo sempre, tia — falei, deixando escapar. Aina arregalou os olhos e depois sorriu, feliz.
— E você pode contar sempre comigo e Conrado, querida — disse, feliz.
— Bem, tenho que ir — respondi, e saí do quarto. Eu precisava verificar os pacientes no hospital. Tinha que saber se o remédio teve algum progresso.
Tomei um banho rápido, troquei de roupa e deixei instruções claras para Aina e Conrado. Eles ficariam com Caspian. Os dois vinham a cada hora ver como o filho estava. Foi uma noite muito difícil para eles, mas agora estavam mais calmos. Saí de casa, e minhas sombras já me aguardavam do lado de fora. Eles me levaram para o hospital. Cheguei com o coração apertado, temendo encontrar perdas.
Passei pela recepção e notei que todos que estavam ali me olhavam diferente. Não senti a hostilidade de antes. Continuei meu caminho, rumo ao elevador. Entramos e fomos para o andar da enfermaria. Quando saímos do elevador, como sempre, todos pararam o que estavam fazendo para me olhar. Eu odeio essa atenção toda. Fui direto à enfermaria. Entrei e encontrei Vânia, que sorriu e veio até mim.
— Bom dia, Vânia — falei, já apreensiva, temendo as notícias.
— Bom dia, Gai — falou.
— E então… como estão os pacientes que administramos o remédio? — perguntei, aflita, à espera do pior.
— Eles estão bem. E melhorando — disse, animada. Para minha surpresa e alívio, os pacientes estavam reagindo. A abracei, vibrando de alegria.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.