O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 79

POV GAIA.

Fiquei ao lado dele por mais algumas horas. Ele dormia um sono tranquilo, restaurador — e não aquela inconsciência que me apavorou. O ritmo da respiração dele, o leve movimento do peito subindo e descendo… tudo indicava que o pior havia passado. Minerva estava mais calma também. Ouvi passos do lado de fora, no corredor. A porta se abriu devagar e Aina apareceu. Entrou e parou ao meu lado. Eu estava sentada na poltrona, vigiando Caspian. Aina sussurrou, para não perturbar o descanso do filho:

— Como ele está? — perguntou, olhando para Caspian e depois para mim.

— Ele está bem. Acordou por alguns minutos… falou comigo. Estava um pouco confuso, mas está fora de perigo. Agora é só repouso, e ficará recuperado — sussurrei, para não acordá-lo. Aina levou a mão à boca, emocionada, e se aproximou devagar da cama. Ela observou o filho em silêncio por alguns segundos, depois afagou seus cabelos com ternura.

— Achei que fosse perdê-lo — confessou, com os olhos cheios de lágrimas.

— Eu também — sussurrei, com a garganta apertada. Ela me olhou surpresa, e tratei de corrigir o que falei:

— Eu pensei que perderia mais um paciente — falei, me atrapalhando. Aina sorriu. Sei que está com ideias naquela mente… e eu não gostaria de saber o que está pensando.

A porta foi aberta, Conrado e Octávio entraram devagar. Conrado se aproximou de Aina e observou seu filho. Seus olhos estavam cansados, mas surgiu alívio neles ao ver o filho bem. Octávio parou ao meu lado e falou:

— O médico está chegando — informou. — Vou recebê-lo. Posso permitir sua entrada? — perguntou-me. Olhei para ele, surpresa por me perguntar, em vez de perguntar aos pais de Caspian. Assenti.

— Pode pedir que ele suba. Vou esperar aqui. Quero ouvir o que o médico tem a dizer — comentei. Octávio acenou com a cabeça e saiu para receber o médico.

Minutos depois, a porta se abriu de novo, e Octávio entrou com o doutor Arquimedes. Quando ele esteve aqui, eu não havia reparado nele. Arquimedes era um médico mais jovem que Aron. Era alto, moreno, usava um jaleco simples e tinha uma expressão serena. Os olhos eram atentos, e o modo como olhou para mim primeiro — e depois para Caspian — me fez perceber que ele estava com certo interesse em mim. Talvez eu tenha achado alguém que possa usar para causar ciúmes em Caspian.

— Arquimedes — cumprimentou Aina com carinho.

— Senhora Aina, senhor Conrado — cumprimentou, e depois me encarou. — Senhorita Gaia… vejo que fez um bom trabalho com nosso alfa — disse, gentil. E até que esse lobo é charmoso. Arquimedes deve ter a mesma idade de Caspian, pensei.

— Obrigada. A febre cedeu na madrugada. Ele despertou por alguns minutos, algumas horas atrás, mas ficou pouco tempo consciente e voltou a dormir — informei, adotando uma postura profissional. O doutor se aproximou da cama e começou a examiná-lo. Mediu a pulsação, verificou os olhos, testou os reflexos. Durante todo o tempo, permaneceu em silêncio.

— O quadro dele é estável agora. O corpo continua fraco, mas está se recuperando rapidamente — ele me olhou. — Seus métodos funcionaram, senhorita Gaia. Com excelência — disse, admirado. Conrado cruzou seus braços, aliviado. Aina suspirou em alívio e sorriu.

— Ele poderá se levantar, quando acordar? Pois conheço meu filho, Caspian não vai querer ficar em repouso — questionou Aina.

— Ainda não. O esforço e ferimentos que o corpo dele sofreu foi extremo. Vai precisar de pelo menos mais dois dias de repouso absoluto — ele olhou para mim novamente. — Mas ele já está fora de perigo. E talvez se recupere antes disso, com os métodos da senhorita Gaia. Mas recomendo que descanse — sugeriu.

— Eu vou continuar aqui com ele e garantirei que ele fique na cama — avisei. E fiquei surpresa com o que falei. O que estou pensando? Tenho mais o que fazer do que ficar paparicando esse ogro.