O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 80

POV CASPIAN.

— Quem são esses dois? — perguntou, e sua sobrancelha arqueou. Fechei os olhos por um instante, tentando organizar as informações em minha mente. Então comecei, sem esconder nada, sem omitir um detalhe sequer.

— Thalassa é a bruxa, causadora de tudo. E Theodoro é o líder dos renegados e companheiro dela — revelei.

— Então aquela maldita se chama Thalassa e se uniu com o líder dos renegados? Agora entendo por que os contágios sempre começaram com um ataque de renegados. Mas o que eles querem com você? Pois está me parecendo pessoal — questionou.

— Theodoro me odeia, pois matei seu pai, o antigo líder dos renegados. Ele cultiva um ódio profundo por mim. Já Thalassa… eu conheço aquela infeliz há muito tempo. Ela é minha maior inimiga, e a caço há muito tempo — contei tenso, não gostando de lembrar daqueles dias que estive em suas garras.

— Bem, entendo Theodoro… eu também iria querer sua cabeça. Como conheceu aquela bruxa? Não me diga que teve algo com ela? — perguntou, e senti sua apreensão. Rosnei, irritado, com sua pergunta.

— Eu nunca teria nada com aquela desgraçada. Eu quero matá-la, lentamente. Eu não queria que soubesse sobre meu passado, mas é preciso que saiba com quem estamos lidando — comentei. Gaia se sentou na beirada da cama e me observou com atenção.

— Então me conte, pois preciso saber tudo para ajudar — falou séria.

— Thalassa me sequestrou quando eu era somente um filhote. Eu fui torturado por aquela maldita por dias. Só porque ela sentia prazer em me causar dor — revelei, e Gaia arregalou os olhos em choque. Eu abaixei meu olhar, pois não queria ver sua pena. Levantei minha cabeça e, em vez de pena, vi compaixão e dor em seu olhar.

— Eu sinto muito, Caspian — disse sincera, e colocou a mão sobre a minha, o que me pegou de surpresa. Mas não durou muito, pois logo afastou sua mão e ficou ruborizada. Eu sorri.

— Mas por que ela te sequestrou? — perguntou, sem jeito.

— Quando me acorrentou, sangrou e me deixou para morrer naquela floresta, a maldita me disse o motivo. Foi tudo pelo meu sangue. Ela deixou escapar que sou descendente de uma linhagem que ela precisa para um feitiço de imortalidade. Ela queria isso desde o começo — afirmei.

— Seu sangue… então é isso que aquela infeliz quer? Imortalidade — comentou. Concordei com a cabeça e respirei com dificuldade, mas continuei. Eu precisava que Gaia entendesse.

— Sim. Quando me atraíram até a floresta, eu achei que estava no controle. Mas ela já tinha tudo planejado. A doença… ela criou aquilo para me atingir, para ajudar na vingança de Theodoro, que queria me ver sofrer. E, para isso, mataria meus crescentes e minha família. Ela usou Aron. Enfeitiçou ele para me atrair. Cada passo meu foi calculado e planejado por eles — revelei com amargura. Engoli em seco. Os rostos dos meus crescentes vinham à tona, me assombrando.

— Gaia… ela matou meus lobos. Um por um. Ela lançou uma maldita magia que os fez cair, sem chance de defesa. Me fez assistir. Me fez sangrar. Me prendeu com correntes encharcadas de mata-lobo, me torturando, enquanto meu sangue era colhido… como se eu fosse um maldito sacrifício — falei com raiva. Minhas mãos tremiam. Não de medo, mas de impotência.

— Ei! Olha para mim. Foco — disse, segurando minhas mãos com firmeza. Respirei fundo e fui me acalmando com sua presença. Esse era um dos poderes de uma companheira?

— Desculpe meu descontrole, mas só em me lembrar daqueles malditos rindo enquanto ela matava um por um… Eu… não pude ajudar. Eles contavam com seu alfa, e eu falhei — comentei e fechei os olhos.

— Caspian, não se culpe. Sei como é se sentir impotente nessas situações. Mas a culpa corrói e te destrói. Não a cultive, a transforme em força para fazer os culpados pagarem — aconselhou. Abri meus olhos, olhei no fundo dos seus olhos lilas e senti sua ternura.