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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 8

POV GAIA.

Meu dia hoje… não foi dos melhores. Tudo por causa dele — aquele alfa maldito que insiste em invadir minha mente, mesmo quando tento trancá-lo do lado de fora. Desde que vovô Adam partiu, venho tentando focar no trabalho, em tudo o que é real, tangível. Mas Caspian… ele é como uma cicatriz que ainda pulsa, como uma brasa que nunca se apaga completamente.

Mas ele não era o único a ocupar meus pensamentos. Uma doença estava se espalhando entre os lycans. Uma ameaça silenciosa, sutil, mas implacável. Isso me dava calafrios. Minha família, minha alcateia… todos estavam em risco.

Quando anoiteceu, fechei o laboratório e voltei para casa. A temperatura caiu sutilmente, mas firme — o tipo de frio que anunciava a chegada do outono. As folhas já começavam a mudar de cor, tingindo a floresta ao redor com tons dourados e avermelhados. Em breve, cairiam como chuva silenciosa sobre a terra. Era minha estação favorita. Havia algo de melancólico e libertador no outono. Eu e Minerva sempre corríamos pela floresta nessa época, em forma de loba, sentindo o vento nos pelos e o cheiro da terra úmida. Corre me fazia me sentir bem e plena.

Minha casa, ficava isolada entre as árvores, era moderna, com linhas simples e grandes janelas de vidro que deixavam a luz natural invadir os cômodos. As paredes brancas contrastavam com detalhes em madeira escura. Era arejada, clara, aconchegante. Esse era meu refúgio, meu cantinho.

Havia livros empilhados em prateleiras, plantas vivas nos cantos, mantas sobre o sofá e quadros pintados por mim nas paredes, uma terapia que me acalmava. Esse era um lar que eu mesma criei, pedra por pedra. Um espaço só meu. A solitude ali era proposital. Eu morava sozinha, em um condomínio no meio da floresta. As casas ficavam bem longe umas das outras. Não havia vizinhos por perto, nem barulhos de cidade. Somente a floresta, o vento e eu.

Depois de um banho quente, fui para a cozinha. A água havia relaxado um pouco meus músculos, mas não os pensamentos. Cozinhar era minha terapia, e hoje eu precisava mais do que nunca. Preparei algo simples, mas reconfortante. Quando fui me sentar à mesa, algo no ar mudou. Era sutil… uma vibração. Um leve calor mágico ondulando pelo ambiente. Fechei os olhos e sorri antes mesmo que a névoa aparecesse.

— Está atrasado, vovô… Vejo que trouxe companhia — murmurei, já me virando com um leve sorriso.

No centro da sala de jantar, envolto em uma névoa, surgiu vovô Adam. Alto, de postura nobre, vestindo um sobretudo escuro e calça social. Ao lado dele, minha avó Lysandra. Impecável, como sempre. Os cabelos grisalhos presos num coque elegante, os olhos brilhando com alegria. Eles eram um casal idoso, mas, com mais presença do que muitos jovens.

— E ainda assim, cheguei. E você, como sempre, atenta — disse ele, abrindo os braços.

Deixei o prato de lado e corri para abraçá-lo. Seu cheiro me atingiu de imediato — cedro e madeira antiga. Me envolvi naquele abraço forte, e por um momento, o mundo parou. Tudo era seguro no aconchego de seus braços.

— Ei, eu não mereço um abraço também? — a voz da vovó soou, tentando parecer enciumada. Me afastei de vovô, sorrindo, e abracei ela com carinho.

— Estava com saudade, vovó — murmurei, sentindo seu cheiro de rosa.

— Eu também, minha pequena luz — disse ela, beijando o topo da minha cabeça.

— Quando chegou de viagem vovó? Disse que iria visitar uma amiga que precisava de ajuda? — perguntei, conduzindo-os para a mesa.

— Cheguei hoje à tarde. E quando Adam disse que viria te visitar, vim junto. Estava morrendo de saudade da minha bisneta preferida — respondeu ela, sorridente.

— Que meus irmãos não ouçam isso — comentei, rindo de leve.

— Gaia… — começou, com a voz firme — não viemos somente pela saudade. Precisamos conversar. — Disse vovô. O modo como pronunciou meu nome me alertou de imediato. Ele só me chama assim quando tinha algo importante e geralmente preocupante para falar.

— O que aconteceu? — perguntei, sentindo o frio no estômago. Ele suspirou.

— É sobre a visita de Alfa Caspian — falou, meu corpo enrijeceu e já senti a irritação querendo me dominar, mas me controlei. Respirei fundo e deixei que ele continuasse.

— Descobri que a doença que está afetando os lycans foi criada com magia negra. E não só isso… também envolve magia de sangue. — Contou. Meus olhos se arregalaram. Aquele tipo de magia era proibido. Antiga. Suja. Mortal.

— Quem seria louco o suficiente para conjurar algo assim? — sussurrei, mais para mim do que para eles. Olhei para meus avós. Ambos estavam tensos. Vovó apertava as mãos no colo, como se tivesse algo para revelar e não fosse nada bom. Vovô respirou fundo, antes de continuar.

— Não descobri essa informação. Mas, você é a única que pode lidar com isso. A única que tem magia negra e sabe lidar com ela. — Disse vovô.

— O que quer que eu faça? — perguntei. Vovô olhou um pouco apreensivo para minha avó. E depois para mim, vi a tensão nos seus olhos.

— Me desculpe, minha neta, por te pedir isso. Mas Alfa Caspian precisa da sua ajuda. Quero que vá até a Alcateia Crescente e os ajude — falou firme.

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