Entrar Via

O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 9

POV GAIA.

Choque e raiva me dominaram. Ouvir aquele nome foi como sentir uma lâmina gelada atravessar meu peito. Por um instante, o chão pareceu vacilar sob meus pés.

— Repete — falei, e minha voz saiu baixa, cortante, afiada como o sentimento que nascia dentro de mim.

— Alfa Caspian — repetiu meu avô, com a calma de quem mede cada sílaba. — A alcateia dele está sendo destruída por uma doença criada por magia negra. E só você sabe lidar com esse tipo de magia, Gaia. — Explicou.

Aquelas palavras giravam na minha mente como cacos de vidro. Me afastei com passos duros, os punhos cerrados. Minha garganta ardia com a raiva que subia como fogo.

— Não acredito que está me pedindo isso. Depois de tudo que aquele maldito me causou. Depois de toda a dor e sofrimento — falei, e a voz saiu trêmula de fúria e amargura.

— Gaia, eu não pediria se não fosse tão sério e importante. Sei o que ele fez, eu vi, estive ao seu lado no seu momento mais doloroso. E sei que você é forte demais para fugir de algo só por dor e raiva. Mesmo quando a dor é insuportável. Sei também que você é mais forte do que Caspian. E não vai se abalar com a presença daquele alfazinho — disse vovô, aproximando-se com cuidado, como se eu fosse uma fera ferida prestes a atacar. Vovô colocou a mão no meu ombro. Eu sorri amarga, pois me sentia uma fera ferida.

— Ele me destruiu, vovô — minha voz falhou. — Você viu o que sobrou de mim depois que ele me rejeitou como se eu fosse lixo. Eu quase… quase me perdi. — Falei com raiva, me lembrando do que fiz para aliviar minha dor.

— Eu lembro — ele tocou meu rosto com gentileza, e por um instante eu quis somente me encolher naquele gesto. — Mas vi você se reconstruir com as próprias mãos. Vi você se tornar quem é agora. É por isso mesmo que estou aqui te pedindo. Porque você é a única que pode virar esse jogo. — Falou gentilmente. Eu ri. Um som sem humor, amargo, pesado.

— Você quer que eu salve a vida dele? — Perguntei, com os olhos marejando sem que eu deixasse as lágrimas caírem. — Depois de tudo? Ele merece cada gota do que está sofrendo. Cada maldição que está sobre ele. — Falei.

— Talvez mereça — respondeu, firme. — Mas os inocentes da alcateia não. Os filhotes, os jovens, os pais… eles não escolheram os erros do alfa. Não merecem pagar pelo que ele fez com você. — Disse vovô. E ficou em silêncio. A sala parecia mais escura. O fogo da lareira crepitava baixo, como se também escutasse.

— O que meus pais acham dessa sua ideia? — Perguntei.

— Eles pedem que você ajude. Pois temem que esse mal, cheguei na nossa família. — Disse. Olhei surpresa.

— Meu pai, alfa Magnos, concordou? Estou surpresa. — Comentei.

— Seu pai sabe da gravidade, por essa razão concordou. E sua bisavó, Morgana, também concorda e lhe enviou um recado. — Comentou.

— Morgana também está no meio dessa historia? O que ela falou? — Perguntei curiosa. Morgana não era um exemplo de virtude.

— Que essa é sua chance. Não perca essa oportunidade. Mostre o que é capaz. — Falou vovô. Eu sabia muito bem o que aquela mensagem significava.

— Gai. — Falou vovó, se pronunciando pela primeira vez. Ela me puxou para um abraço. — Pense que essa é uma ótima oportunidade para você se vingar daquele alfa infeliz. — Disse sombria, me surpreendendo.

Vovó Lysandra sempre foi muito gentil e amável, escutar esse incentivo dela era estranho. Morgana me incentivar a me vingar eu esperava, mas vovó Lysandra. Fiquei quieta. Como o destino é engraçado. Caspian, precisava de mim, justo de mim, que ele tanto fez sofrer.

— Essa é nossa chance de se vingar dele — sussurrou Minerva, invadindo minha mente com um tom sombrio e sedutor.

— Então onde posso marcar? — perguntou.

— Amor, acho melhor marcar na nossa casa. Estaremos lá, se algo fugir do controle — sugeriu vovó, prática.

— Ótima escolha, querida — respondeu ele, com um sorriso cúmplice.

— Amanhã, depois do almoço. Porque pela manhã, vou trabalhar. Não vou mudar a minha rotina por ele — falei, com frieza.

— Até parece que vai conseguir trabalhar, sabendo que iremos reencontrá-lo — comentou Minerva em minha mente.

— O que quer dizer com isso? — perguntei.

— Vai me dizer que não sentiu nada ao saber que vai vê-lo? — Perguntou.

— Lógico que senti. Irritação. Mas também satisfação. Só de imaginar ele tendo que me pedir ajuda já me sinto melhor — respondi, e sorri para mim mesma.

Logo meus avós se despediram, sumindo como chegaram. Fiquei ali, parada, encarando as chamas da lareira, com o coração pesado e a mente em alerta. Mas pensando que teria um ótimo dia. Amanhã, o alfa que me rejeitou vai bater à minha porta. E eu estarei pronta.

— Será mesmo que estará? — Perguntou Minerva me provocando. Às vezes, acho que ela quer me sabotar. Só pode.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.