POV GAIA.
Fechei o frasco com cuidado e envolvi-o com um pano de proteção. O calor do líquido ainda pulsava sob meus dedos, como se tivesse vida própria. Suspirei, pegando fôlego para o que seguiria. Eu tinha que voltar para aquele quarto e ficar perto dele.
Caminhei de volta para a casa. A noite já tinha caído completamente, e as estrelas brilhavam no céu como sentinelas silenciosas. Meu coração batia acelerado, não só pela urgência da situação… mas por ele. Caspian. Que raiva de ficar a mercê dessa ligação.
Ter que ficar sentindo coisas que não quero, por um ser que me fez sofre e quase morrer. Era inaceitável. O consolo é poder ter a satisfação dele ter que depender de mim. O alfa arrogante que me feriu, agora tremia de dor, ferido por dentro e por fora. Eu o odiava… e, ao mesmo tempo, queria protegê-lo com cada parte do meu ser. Merda de influência.
Empurrei a porta do quarto devagar. A penumbra quase envolvia todo o ambiente, se não fosse pela luz do abaju. Caspian estava sentado na cama, encostado na cabeceira, com os olhos semicerrados. O peito nu mostrava seu abdômen desenvolvido e seus músculos bem definidos se destacavam. O lençol cobria até a cintura, e sua expressão estava cansada, mas alerta. Porque esse infeliz, não colocou uma roupa. Sua voz, um pouco cansada, tirou minha atenção do seu corpo, lindo e perfeito.
— Achei que fosse demorar mais — murmurou, com a voz rouca.
— É uma poção de rápida produção, não dá muito trabalho, para quem tem prática — respondi, tentando manter o tom neutro. — Preparei uma dose forte. Vai te colocar de pé mais rápido… com alguns efeitos colaterais, é claro. — Alertei. Ele arqueou uma sobrancelha, desconfiado.
— O que você colocou aí? — perguntou, e notei o leve sorriso no canto da boca. Ele estava tentando provocar, ou descontrair o clima entre nós.
Assim como fazia quando eramos filhotes. Caspian, gostava de ficar ao meu lado, ao invés de brincar com meu irmão Apolo. Nós eramos inseparáveis. Não fiquei surpresa quando descobri que ele era meu companheiro. Pois desde filhotes dávamos sinais que seríamos companheiros. Sacudi a cabeça, afastando esses pensamentos. E respondi sua pergunta.
— Nada que vá te transformar em sapo. Ainda. — Me aproximei, segurando o frasco e fazendo uma piada. Assim como quando eramos filhotes. — Mas talvez te cause um pouquinho de calor. Formigamento. E… bom, você pode sentir algumas emoções intensificadas. E sonhos… vívidos. — Comuniquei. Ele me encarou em silêncio por um momento. Talvez tenha lembrando da nossa infância.
— Sonhos? Que tipo? — Perguntou interessado e não tocando no assunto da nossa infância. O que me deixou aliviada.
— Não sei. Vai depender da sua mente. Talvez reviva memórias… ou desejos. — Dei de ombros. — É um risco. Ou talvez não sonhe com nada e somente durma como pedra. — Expliquei.
Ele estendeu a mão fazendo sinal para lhe entregar o frasco. Mas em vez de entregar, peguei um travesseiro e o coloquei atrás das costas dele para apoiar melhor. Caspian me olhou agradecido. Me afastei um pouco, pois estava muito próximos.
— Vai queimar um pouco na garganta — avisei, entregando o frasco. Ele virou o conteúdo de uma vez. Sua garganta se contraiu, e ele fez uma careta.
— Que desgraça amarga… — murmurou, tossindo.
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