POV GAIA.
Entrei correndo no quarto e fechei a porta com força, como se uma fera sanguinária me perseguisse. Encostei as costas na porta e soltei um longo suspiro, tentando entender em que momento perdi o controle. Eu, que tinha um plano claro, uma vingança bem delineada, acabei com as pernas tremendo e o coração disparado por causa de um orgasmo. Um orgasmo… não. Aquilo foi um ataque direto aos meus sentidos.
— Porra, Gaia… — murmurei, ainda sentindo os lábios formigando e minha vagina pulsando de desejo, ansiando por sentir-se penetrada. Eu não posso ter esses pensamentos. Tenho que controlar meu corpo.
Minerva não dizia nada. Talvez estivesse saboreando o que aconteceu. Talvez estivesse rindo da minha cara. Me afastei da porta e caminhei até a cama. Sentei na beirada dela, com o corpo ainda sensível, como se qualquer vento pudesse me fazer gozar de novo. Que ódio. Como ele ousa me conhecer tão bem assim? Como ele sabia como me deixar louca de desejo?
Tentei me levantar, mas falhei. As pernas ainda estavam fracas. Isso é ridículo. Nunca me deixaram com as pernas bambas com somente uma estimulação dessa. Já tocaram em meu clitóris com os dedos, até eu gozar. Mas nunca me deixaram com as pernas fracas e tremendo.
— Isso nunca deveria ter acontecido… — repeti em voz baixa.
— Não deveria, mas aconteceu. E você adorou, não pode negar — Minerva finalmente resolveu se manifestar. — Não precisa se enganar, Gai. O que você sentiu com Caspian… te estimulando… foi real e intenso — disse, firme. Bufei com sua determinação em tentar nos unir.
— Real é o plano que temos. Real é a dor que ele me causou. Isso foi só… luxúria. E qualquer macho me faria sentir — respondi, fria.
— Se quer se enganar, não está mais aqui quem falou — rebateu ela, séria.
Fiquei em silêncio, engolindo o gosto amargo da verdade, pois Minerva estava certa. Levantei, fui até o espelho do armário e encarei minha própria imagem, horrorizada: meu cabelo estava uma bagunça, os lábios inchados, a blusa mal fechada. Minha pele ainda estava ruborizada. Olhei para meu pescoço e arregalei os olhos. Aquele infeliz me deixou vários chupões. Por isso Aina e Conrado me olhavam daquele jeito. Caspian me deixou marcada para que todos vissem. Isso me irritou.
— Não foram só as marcas de chupões que alertaram eles de que houve algo entre vocês. Esqueceu que somos lobos. Eles sentiram o cheiro do filho em você e da sua excitação — comentou Minerva, rindo.
— Me esqueci disso. Que vergonha, minha deusa — falei.
— Relaxa, Gai. Os pais de Caspian gostam muito de você. Não vão pensar mal de nós — disse Mi, divertida.
— A questão não é essa, Mi. Com que cara vou aparecer na frente deles depois de me verem naquele estado? — perguntei.
— Gai, esquece disso e vamos focar no que temos que fazer hoje. Você precisa conversar com Morgana e pedir ajuda para proteger a alcateia. E deve também focar na nossa vingança e na doença. Não deve ficar se lamentando. Já aconteceu — aconselhou.
— Sim, você tem razão. Não posso perder tempo lamentando. Vamos focar no que é importante — falei e fui em direção ao banheiro, me lavar.
Tomei um banho rápido, mas me esfreguei bastante para tirar o cheiro daquele infeliz, mas seu cheiro estava gravado em minha mente. Sai do banheiro e comecei a me arrumar, colocando uma roupa limpa, e prendi o cabelo. Precisava parecer composta, concentrada e séria. Eu não podia deixar que ele visse o efeito que teve sobre mim. Olhei meu pescoço e ele ainda estava com marcas. Bufei, irritada. Murmurei algumas palavras e as marcas sumiram. As deixei invisíveis.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.