O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 93

POV GAIA.

O choque da revelação ainda reverberava em mim, como se o chão sob meus pés tivesse se tornado instável, ameaçando me engolir a qualquer momento. Eu, a loba prometida? As palavras de Morgana ecoavam na minha cabeça, misturadas com um turbilhão de emoções que eu não sabia como processar, girando como um vendaval furioso. Meus olhos ainda estavam fixos nos dela, buscando desesperadamente algum sinal de que isso era uma brincadeira cruel, mas o brilho astuto em seu olhar me dizia que ela estava falando sério, sem margem para dúvidas.

— Bisa, como você pode ter tanta certeza? — perguntei, minha voz saindo mais fraca do que eu gostaria, quase um sussurro trêmulo. — Quer dizer, eu sei que sou forte, mas… essa loba prometida? Isso é coisa de lenda, não é? Algo que nem os anciãos mortos confirmaram com clareza — falei, nervosa, o peito apertado pela ansiedade crescente. Morgana cruzou seus braços, inclinando a cabeça como se estivesse avaliando minha reação, medindo cada nuance de minha incredulidade.

— Eu não sou mais a companheira dele, Caspian me rejeitou. Não tem como eu ser essa prometida. Eu nunca voltarei para ele — garanti, tentando parecer firme, mas meu coração estava acelerado, martelando como um tambor de guerra, e minha voz, gaguejando, demostrava a fragilidade que eu lutava para esconder.

— Querida, eu não faço as regras e nem discuto os desígnios da deusa Lua. Acredito que seja você a prometida, por dois pontos: primeiro, você e Caspian são companheiros, isso já é uma confirmação, e segundo, você é poderosa, forte e única, um ser jamais visto neste mundo. E a prometida seria assim. E ainda tem o fato de você ser uma elemental. Ou seja, é você — comentou, divertida, com um tom leve que contrastava com a gravidade da revelação.

— Não, isso está errado. Eu não quero voltar para ele — comentei, a voz carregada de resistência e teimosa. Ouvi Minerva rosnar baixo em minha mente, um som de desaprovação. Ela não estava gostando do que falei. Mas não comentou, claro, ela não poderia demonstrar que havia se aliado a Caspian e Odin. Suspirei, me sentindo traída, sabendo que minha loba interior conspirava contra mim.

— Gaia, eu também não estou satisfeita com essa história. Eu queria que nem se aproximasse daquele alfa, que te fez sofrer. Mas se aprendi algo nessa vida, é que não se muda o que a deusa decidiu, exceto se ela quiser — respondeu, sua voz ecoando uma sabedoria antiga, tingida de resignação.

Eu pisquei, tentando absorver suas palavras, cada sílaba pesando como chumbo em minha mente. Meu coração batia descompassado, irregular e furioso, e uma parte de mim queria negar tudo, fugir da responsabilidade que essa revelação trazia, correndo para longe desse fardo inescapável. Mas outra parte — a parte que sempre me impulsionou a lutar, a proteger, a desafiar — parecia se acender, como se reconhecesse a verdade antes mesmo de mim, inflamando-se com uma chama inextinguível.

Um calafrio percorreu minha espinha, gelado e penetrante. A ideia de ser um peão nesse jogo me deixava furiosa, uma raiva fervente que borbulhava nas veias, mas também me fazia sentir um peso que eu nunca havia carregado antes, esmagador e implacável.

— Então, o que faço com toda dor, raiva que carrego no meu peito e alma, que a rejeição deixou? — perguntei, endireitando os ombros, tentando recuperar o controle, mesmo que minhas mãos tremessem ligeiramente. Morgana sorriu, um sorriso que misturava orgulho e malícia, iluminando seu rosto com uma intensidade predatória.