POV CASPIAN.
O tom sério de Gaia me pegou desprevenido. Sua pergunta, direta e com aquele toque de irritação, fez Odin soltar um comentário sarcástico na minha mente, mas ignorei. Meus olhos encontraram os dela, e, por um instante, tudo o que eu queria era garantir que ela estava bem.
— Gaia, minha mãe disse que você está aqui há horas. Fiquei preocupado, então vim ver como estava. — falei, mantendo o tom calmo, mas firme, enquanto tentava decifrar a expressão dela. Gaia suspirou, cruzando seus braços, e seus olhos brilharam com uma mistura de cansaço e determinação.
— Estava ocupada, Caspian. Estávamos fazendo remédios para toda a alcateia, com a ajuda de Vânia. Nem vimos o tempo passar — respondeu ela, apontando para os frascos na mesa. Vânia, ao lado, assentiu timidamente, ainda segurando o pano de limpeza com força, como se quisesse se fundir ao chão. Gaia continuou, a voz ganhando um tom de esperança e felicidade:
— Tivemos progressos com os pacientes. Eles estão melhorando com o remédio que criei. Agora, terminamos de preparar o suficiente para distribuir para toda a alcateia, como prevenção. Ele impede que a doença avance. — Contou animada.
Suas palavras me acertaram como uma onda de alívio. Minha companheira não somente estava bem, mas também havia feito algo incrível para proteger nossa alcateia. Meu peito se encheu de felicidade e gratidão. Sem pensar muito, movido por um impulso que nem Odin conseguiria conter, se quisesse, dei um passo à frente e a puxei para um abraço. Antes que pudesse me segurar, meus lábios encontraram os dela, num beijo cheio de alívio e algo mais profundo, que eu não conseguia nomear. Bem, conseguia, sim, era amor. Eu amava essa loba e não consigo mais esconder.
Gaia ficou surpresa, o corpo rígido por um instante, mas, para minha alegria, ela acabou retribuindo, seus lábios se movendo contra os meus com uma suavidade que fez meu coração disparar. Foi breve, mas suficiente para me fazer sentir que, por um segundo, que ela ainda me amava. No entanto, ela logo caiu em si, empurrando-me suavemente, mas com firmeza, os olhos faiscando de irritação.
— Caspian! — exclamou, o rosto vermelho, metade de raiva, metade de constrangimento. Gaia olhou envergonhada na direção de Vania.
Olhei para Vânia de relance, e a pobre loba estava com os olhos arregalados, quase saltando do rosto, claramente chocada com a cena. Ela virou rapidamente o rosto, fingindo estar ocupada limpando a mesa, como se não tivesse visto nada. Tentei conter um sorriso, mas não consegui evitar sentir uma pontada de diversão com a situação.
— Gaia, obrigado por tudo isso. Sério. Você é incrível. Senão fosse por você, meus crescentes estariam mortos. Serei eternamente grato — falei, tentando amenizar a tensão, mas seus olhos continuavam me fuzilando. Para quebrar o clima, lembrei-me do recado da minha mãe.
— Ah, minha mãe pediu para avisar que o jantar está quase pronto. Ela quer que você e Vânia venham jantar. — Comentei. Vânia, que ainda estava tentando se fazer invisível, levantou a cabeça de repente, os olhos arregalados de novo.
Vânia abriu a boca, como se fosse protestar novamente, mas o olhar de Gaia, agora com um leve traço de impaciência, pareceu convencê-la. Ela assentiu timidamente, murmurando um “tá bem” quase inaudível, e começou a arrumar os últimos utensílios na mesa, como se precisasse de algo para ocupar as mãos. Gaia bufou, mas um pequeno sorriso escapou de seus lábios, como se achasse graça na timidez da amiga.
— Vamos logo, então. Se eu não comer algo agora, vou desmaiar. Caspian, não vai te morder, eu dou lhe uns t***s se tentar. — disse Gaia, já caminhando em direção à porta da edícula, sem esperar por nós. Vania arregalou os olhos assustada, por Gaia dizer que me bateria para defendê-la.
Eu sorri, achando engraçado e a segui, com Vânia logo atrás, ainda parecendo um pouco fora de lugar, mas obedecendo. Enquanto caminhávamos pelo jardim em direção à mansão, Odin zombou na minha mente:
— Você a assustou, Caspian. Acho que ela nunca imaginou jantar com o alfa. — Comentou.
Ignorei ele, focado em manter Gaia por perto e garantir que Vânia se sentisse à vontade. Talvez, com o tempo, minha companheira percebesse que eu só queria estar ao lado dela — e que faria qualquer coisa para reconquistá-la. Eu acolheria, qualquer ser, se isso agradar, minha companheira e deixá-la feliz.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.