POV CASPIAN.
Caminhamos pelo jardim em direção à mansão. Gaia seguia à frente, com passos decididos, deixando claro que não queria conversar comigo nem ficar por perto. Vânia, por outro lado, mantinham-se alguns passos atrás, ainda visivelmente nervosa, lançando olhares rápidos para o chão e para mim, como se tentasse entender como acabou na companhia do alfa. Odin, como sempre, não perdeu a chance de provocar:
— Viu só, Gaia correspondeu ao nosso beijo. Eu disse que deveríamos partir para o ataque. Eu sempre tenho razão — comentou, convencido. Odin era folgado, mas, dessa vez, tinha razão.
— Achei que ela ficaria furiosa e me bateria, mas aceitou o beijo — falei, ainda surpreso.
— Isso é um bom sinal. Devemos investir mais. Não deixe nenhuma oportunidade passar. Beije-a sempre que puder — sugeriu ele. Olhei para as costas de Gaia, e minha esperança de tê-la de volta só aumentou.
Ao entrarmos na mansão, o cheiro da comida da minha mãe invadiu minhas narinas, trazendo uma sensação de calor e acolhimento que me remeteu a noites mais simples, quando eu ainda era filhote e a alcateia parecia menos complicada. Minha mãe apareceu na porta da sala de jantar, com um avental e um sorriso largo no rosto.
— Até que enfim chegaram! — exclamou ela, limpando as mãos no pano. — Gaia, Vânia, venham, venham! O jantar está quase na mesa. Vânia, querida, espero que goste de carne com ervas. É uma receita antiga da família — disse, animada.
Vânia corou ainda mais, se é que isso era possível, e murmurou algo como “muito obrigada, Luna”. Gaia, por sua vez, somente assentiu, mas notei um leve relaxamento em sua postura, como se o ambiente familiar a estivesse acalmando.
— Mamãe, o cheiro está incrível — comentei, tentando manter o clima leve. — O que temos para o jantar? — perguntei, sentindo meu estômago roncar de fome.
— Um assado carne com ervas, batatas douradas e uma salada feita com hortaliças que Rubens cultivou — respondeu ela, lançando um olhar gentil para Vânia, que pareceu ficar ainda mais sem graça com a menção ao pai. — E, claro, sobremesa. Fiz um butter tart, como você gostava quando era filhote, Caspian — contou, enquanto entrávamos na sala de jantar. Eu sempre gostei muito daquela minitorta doce de manteiga que minha mãe fazia.
Gaia ergueu uma sobrancelha, e juro que vi um brilho de curiosidade cruzar seus olhos, embora ela rapidamente disfarçasse. Vânia, por outro lado, parecia se esforçar para não se sentir tão deslocada, mas seus olhos ainda vagavam pelo ambiente, como se estivesse em um território completamente novo.
— Vamos nos sentar — sugeri, apontando para a mesa. Vi meu pai saindo da cozinha, carregando duas bandejas. — Pai, você terminou de cortar os legumes? — perguntei, lembrando-me da cena que vi na cozinha. Meu pai deixou as bandejas na mesa e secou as mãos em um pano que trazia jogado no ombro, com um sorriso tranquilo falou:
— Terminei, filho. Agora é só aproveitar a comida da sua mãe. — Ele olhou para Vânia e acrescentou: — É um prazer ter você aqui, Vânia. Seu pai sempre fala de você com admiração. — Comentou. Vânia abriu um sorriso tímido, começando, enfim, a relaxar.
— Obrigada, senhor… Quer dizer, senhor Conrado — corrigiu-se rapidamente, o que fez meu pai rir.
— Só me chama de Conrado, está bem? Nada de formalidades — disse ele, piscando para ela e voltou para a cozinha. Gaia, que até então estava quieta, sentou-se em uma das cadeiras da mesa de jantar.
— Se ninguém se importar, vou comer tudo que estiver na minha frente. Estou morrendo de fome, e a comida da minha tia é muito gostosa. Nunca me esqueci dela, tia Aina — declarou, pegando um copo d’água e bebendo.
— Não sabe como fico feliz em ouvir isso, querida — respondeu minha mãe, contente. Ri com o jeito animado de Gaia e me sentei ao lado dela, mesmo sabendo que ela provavelmente não queria minha proximidade.
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