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O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA. romance Capítulo 98

POV GAIA.

Estávamos terminando a sobremesa, e o butter tart da tia Aina deixava um gostinho doce da infância na minha boca. A conversa ao redor da mesa fluía leve, com risadas e histórias que, por um momento, fizeram tudo parecer simples, como se nós não estivéssemos enfrentando uma crise. Mas, apesar do clima acolhedor, eu sabia que precisava me mexer. Olhei para todos à mesa e sorri.

— A conversa está ótima, mas preciso subir e me trocar para sair — falei, empurrando a cadeira para trás com cuidado. Caspian, que estava sentado ao meu lado, ergueu o olhar imediatamente, com aquela expressão de quem já estava pronto para questionar.

— Para onde você vai? — perguntou, o tom carregado de curiosidade e uma pitada de preocupação que ele tentava disfarçar. Suspirei, segurando um leve sorriso.

— Vou encontrar Morgana. Precisamos fazer o feitiço de proteção para a alcateia e a armadilha para Thalassa — respondi, mantendo a voz firme, mas calma. Ele se endireitou na cadeira, os olhos fixos em mim.

— Vou com você. Não posso deixar você sair por aí sozinha — disse, com aquela postura de alfa que às vezes me irritava. Olhei para ele e soltei uma risada curta, incapaz de me conter.

— Muito obrigada pela sua preocupação, Caspian, mas eu vou sozinha, e você fica — retruquei, enfatizando o “você fica” com um tom brincalhão, mas firme. Ele se levantou, cruzando seus braços, claramente não disposto a ceder.

— Querendo ou não, eu vou te acompanhar — afirmou, o queixo erguido, como se sua palavra fosse a última e eu deveria obedecer. Dei um sorriso zombeteiro, inclinando a cabeça.

— Fique à vontade para tentar me seguir. Quero ver como você vai fazer para se teletransportar — provoquei, piscando para ele. Caspian me olhou, contrariado, a testa franzida de um jeito que quase me fez rir de novo. Antes que o embate continuasse, tia Aina interveio, com aquele tom carinhoso, mas firme, que só ela sabia usar.

— Gaia, querida, todos nós ficaríamos mais tranquilos se meu filho te acompanhasse. Caspian, só quer te proteger — disse ela, com um sorriso gentil. Olhei para minha tia, sentindo seu carinho e preocupação, mas mantive minha posição.

— Não posso levá-lo, tia. Ele não foi convidado pela minha bisavó. Vou para o castelo dela, e Morgana não permite a entrada de ninguém que não tenha sido convidado — expliquei, séria, sustentando o olhar dela. — Caspian terá que ficar e cuidar da distribuição dos remédios. Ele não poderá ajudar no que temos que fazer. E nesse momento, a alcateia, não pode ficar sem seu alfa. — Finalizei. Caspian pareceu absorver minhas palavras, e, por um momento, vi a preocupação em seus olhos ceder lugar a uma aceitação relutante.

— Você vai para o castelo de Morgana? Achei que fosse um mito — disse ele, com um tom que misturava surpresa e preocupação. Ele suspirou derrotado. — Pode ir tranquila, que cuidarei de tudo para que todos recebam o remédio. — Falou. Sorri, grata por ele entender, mesmo que a contragosto.

— O castelo da minha bisa é muito real e incrível, mas ela não gosta de visita não planejadas — respondi, com um toque de admiração na voz. — Obrigada por cuidar de tudo. Agora, poderia pedir para alguém levar Vânia até em casa? — perguntei, gentil. Antes que Caspian pudesse responder, Vânia falou, dessa vez sem timidez.

Antes que eu pudesse responder, Caspian deu um passo à frente, e, de repente, ele me puxou para um abraço. Fiquei tão surpresa que meu corpo congelou por um instante. Então, ele me beijou — um beijo firme, cheio de intenção, que trouxe um calor traiçoeiro ao meu peito. Por um segundo, caí em tentação e retribui, meus lábios cedendo ao calor dos lábios dele, que era, ao mesmo tempo, familiar e perigoso. Quando nos afastamos, senti o sangue subir ao rosto, não de vergonha, mas de raiva. Raiva de mim mesma por ceder, por deixar ele me afetar de novo.

— Você não desiste, não é? — murmurei, entredentes, lançando-lhe um olhar fulminante.

Ele somente sorriu, aquele sorriso torto que me irritava ainda mais. Sem dizer mais nada, me afastei e fechei os olhos, respirei fundo e comecei a entoar o feitiço de teletransporte. As palavras saíram em um sussurro rítmico, e senti a energia pulsar ao meu redor, envolvendo-me em uma onda de calor e luz. Em um segundo, me senti ser puxada.

Quando abri os olhos, eu estava na sala de visitas do castelo da minha bisavó. O ambiente era exatamente como eu lembrava: paredes de pedra, o cheiro de ervas e incenso no ar, e uma aura de magia que parecia vibrar em cada canto. Morgana estava lá, parada no centro, com um sorriso amoroso. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela veio até mim e me envolveu em um abraço quente, como se soubesse exatamente o que eu precisava.

— Minha menina, você chegou — disse ela, a voz suave, mas carregada de força. — Pronta para fazer feitiço? — Perguntou animada. Sorri, sentindo a irritação dos últimos minutos se dissipar.

— Sim, estou pronta, bisa. Vamos fazer isso. Quero muito usar seu famoso grimório. — Falei ansiosa.

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