Um dos sensores pisca duas vezes no painel. E por um segundo queima dentro de Jonathan a certeza fria, alguém está tentando entrar.
Mas o alarme não dispara. Nenhum aviso sonoro, nenhuma movimentação externa. Apenas uma piscada solitária, quase como um erro. Quase.
— Revisem isso agora. — Jonathan diz com a voz baixa, mas com aquela firmeza que atravessa a espinha. — Quero o histórico do sensor da ala leste dos últimos sete dias. Se tiver qualquer falha, qualquer interferência, troquem tudo. Hoje.
O chefe de segurança, um homem alto, de rosto vincado e olhos atentos assente imediatamente. Ele não questiona ordens, não quando vêm daquele tom.
— Senhor, pode ter sido apenas uma queda de energia mínima no sistema secundário. Sem falhas no registro de movimento.
— Não existe apenas. Não com a minha mulher lá dentro.
Jonathan observa os monitores com olhos de águia. Um a um. Nenhuma imagem escapa. A câmera térmica mostra apenas o calor comum da vegetação ao redor. Ainda assim, ele sente. Algo pulsa no ar. Como se a mansão, por mais segura que pareça, estivesse sendo testada de novo.
Ele respira fundo e, com um último comando, diz:
— Quero dois homens fixos na área leste. Turno dobrado. E você… fica de olho nos nossos próprios homens. Se alguém pisar fora da linha, quero saber antes que ele saiba que foi notado.
O chefe da segurança concorda em silêncio. Jonathan se vira e sobe.
Lá em cima, outra realidade o espera. Quando entra no quarto, a tensão que carrega se dissolve ao ver Marta rindo baixinho com algo no celular. Os cabelos soltos caem pelos ombros, e ela veste uma camiseta dele, larga demais, com o cheiro do perfume dele misturado ao sabonete que ela adora.
Chegou o segurança do meu coração — ela provoca, baixando o celular e abrindo os braços como se ele fosse o único lugar onde ela queria estar.
Ele sorri. Sincero. Aquilo o desarma.
— Você devia estar descansando — diz, enquanto se aproxima, tirando os sapatos e largando as responsabilidades no chão.
— Eu estava te esperando.
Jonathan se j**a na cama ao lado dela, puxando-a para perto. Marta se encaixa nele com a familiaridade de quem já conhece cada centímetro daquele corpo. Mas não é desejo o que pulsa agora, é o amor. Um amor calmo, denso, protetor.
— Sabe o que eu queria hoje? — ela pergunta, a voz leve, os dedos brincando com os fios do cabelo dele.
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