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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 103

A madrugada avança como uma brisa morna, e dentro da mansão Schneider o tempo parece suspenso. A chuva fina tamborila nos vidros das janelas, compondo uma melodia suave que ecoa como um sussurro de tranquilidade. Jonathan caminha em passos lentos pela sala silenciosa, ainda com a mente alerta. O som de cada gotejar lá fora é como um lembrete: o mundo não parou, mas aqui dentro... ele escolheu pausar. Apenas por hoje.

Ele sobe as escadas devagar, guiado pela luz tímida dos abajures, e ao entrar no quarto, encontra Marta sentada na cama, de moletom largo e cabelo preso de qualquer jeito. Ela segura um travesseiro no colo, o controle remoto na mão, e um sorriso nos lábios que derrete qualquer sombra que ainda possa existir nos ombros de Jonathan.

— Achei que você ia ficar o resto da noite vigiando a casa — ela provoca, com aquele tom leve e doce que ele ama.

— Já vigiamos demais por hoje — ele responde, tirando a camisa e jogando-a em uma poltrona. — Agora eu quero vigiar você. Aqui, bem de perto.

Marta sorri, inclinando o rosto para que ele a beije. E ele beija. Lento. Profundo. Como se aquela fosse a primeira e última vez ao mesmo tempo. Ele se senta na cama, puxa-a para seu colo com suavidade e encaixa o rosto dela em seu pescoço. Ali, no calor daquele instante, não existem nomes de família, nem responsabilidades, nem traumas. Só eles.

— Hoje você está quente demais, sabia? — ela murmura, tocando o peito dele. — Parece que guardou o sol só para mim.

— Guardei mesmo. Porque você me aquece de dentro para fora. — Ele afaga os cabelos dela, com os olhos fechados. — Quando você encosta em mim, tudo faz sentido.

Ela o observa, em silêncio, e ele também. A linguagem muda entre eles é feita de respiros sincronizados e pequenos toques.

Mais tarde, já sob o cobertor, estão lado a lado vendo um filme qualquer. Não importa o roteiro, os atores, nem mesmo o gênero. O que importa é que as mãos estão entrelaçadas sob a coberta, e os pés brincam um com o outro.

— Lembra quando você dizia que não sabia descansar? — ela pergunta, encostando o queixo no ombro dele.

— Lembro. E você dizia que ia me ensinar.

— E estou cumprindo.

— Está. — Ele sorri. — Com brigadeiro e cafuné.

Ela ri de leve, e a risada dela faz o coração dele acelerar como se fosse a primeira vez que a ouve. Jonathan passa os dedos pela bochecha dela, depois pelo maxilar, e para nos lábios.

— Você me salvou. E nem sabe disso, Marta.

Ela se vira, ficando de frente para ele, séria.

— Você também me salvou. Do medo. Da solidão. De achar que eu precisava ser forte o tempo todo.

Ele a puxa para mais perto, as testas encostadas, olhos nos olhos.

— Quando você chegou, eu já tinha desistido de acreditar nisso aqui. Amor. Relacionamento. A tal paz. Mas com você, tudo é diferente.

— Você também. E o melhor é que a gente não tenta ser perfeito. A gente só é.

Eles ficam assim por minutos longos e confortáveis. O filme segue, mas ninguém presta atenção. Marta resolve deitar no peito dele, e Jonathan a envolve com o corpo inteiro, como se ela coubesse em cada espaço da vida dele. O brigadeiro está na mesinha ao lado, e a pipoca meio esquecida.

— A gente não precisa de muito, não é? — ela sussurra.

— Só um do outro. E talvez um cobertor em dias frios. — Ele beija o topo da cabeça dela. — Marta... eu não quero mais a vida que eu tinha antes. Quero a que começou com você.

— Então fica. Fica mesmo quando estiver tudo difícil. Quando você quiser fugir, me avisa. Que eu fujo com você.

Jonathan fecha os olhos por um instante. Sente o peso da emoção nas pálpebras. Nunca pensou que um dia ouviria isso. Nunca achou que podia se permitir.

E agora, ele não quer mais nada além disso. Essa bolha. Essa mulher. Esse momento.

Na televisão, os créditos começam a subir. A chuva lá fora cessa devagar. Jonathan olha para o teto e depois para Marta.

A casa está silenciosa. Tudo está em paz.

Marta, já acomodada entre as almofadas da cama, sorri como se estivesse diante do maior luxo do mundo — e, de certa forma, está.

— Você é minha rainha. E essa é a nossa noite. Só nossa.

— Promete? — ele sussurra, com os lábios roçando o ouvido dela. — Que não importa o que aconteça, vai lembrar que é minha?

— Prometo — ela responde, ofegante. — E você promete que vai ser meu, só meu?

— Já sou. De corpo, alma, passado e futuro. Você me possui, Marta. Como ninguém jamais vai conseguir.

O ato em si se torna apenas uma consequência do amor que transborda. Eles se amam com lentidão e profundidade, com toques suaves e gemidos baixos, com juras ditas entre beijos e olhares intensos. É um momento fora do tempo, onde só existe o agora e o “nós”.

As mãos dele passeiam pelo corpo dela como se estivessem moldando um sonho. Os olhos fixos nos dela, mesmo enquanto os movimentos se tornam mais intensos, ainda que contidos pela ternura. A respiração deles se entrelaça. Não há pressa. Não há medo. Só amor. Puro. Imenso. Silenciosamente eterno.

Quando o clímax vem, não é uma explosão ruidosa, mas uma onda quente e demorada, um torpor doce que os envolve por inteiro. Marta se agarra aos ombros dele, e Jonathan a segura com força, como se o mundo inteiro pudesse cair, mas ela não.

— Meu amor… — ela sussurra, ainda trêmula.

— Minha vida — ele responde. — Meu lar.

E é isso que são. Um para o outro, tudo o que faltava.

Mais tarde, ainda aninhados sob os lençóis, Marta adormece com o rosto no peito dele. Jonathan não dorme imediatamente. Ele passa os dedos devagar pelos cabelos dela, memorizando o cheiro, o calor, o peso sereno do corpo dela junto ao seu.

Uma paz quase absoluta paira no ar.

Quase.

Porque lá no fundo da mente de Jonathan, uma pergunta ainda insiste em ecoar, mesmo ali, naquele instante de perfeição:

E se a ameaça ainda existir…

Quem poderá protegê-la daquilo que ainda não revelou o rosto?

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