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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 11

Jonathan quando chega ao portão principal da mansão, os seguranças recuam ao ver seu semblante sombrio. Sem esperar por qualquer sinal, ele empurra os portões e avança. Seus passos são firmes, determinados, cada célula de seu corpo consumida pelo fogo da possessividade e da ira.

Marta e Eduardo já estão do lado de fora. Ela parece menor do que nunca diante da grande mala aos seus pés. Eduardo, por outro lado, está próximo demais. Próximo o suficiente para alimentar os demônios que gritam dentro de Jonathan.

— O que diabos está acontecendo aqui? — Sua voz corta o ar como uma lâmina afiada. Marta se sobressalta. Eduardo se coloca instintivamente à frente dela, o que apenas acende mais o fogo que arde dentro de Jonathan.

— Você não tem o direito de falar comigo assim. — Marta responde, a voz ainda trêmula, mas carregada de uma determinação que ele não esperava.

— Você me expulsou, eu estou indo embora. Não há mais nada que me faça permanecer aqui.

Jonathan solta uma risada amarga. O vento frio açoita o seu rosto, mas a tempestade dentro dele é muito pior.

— E vai com ele? — Seus olhos faíscam ao encarar Eduardo, como se a resposta já estivesse escrita no rosto do outro homem.

— É isso? — Vocês estão tendo um caso?

Eduardo dá um passo à frente, os ombros eretos.

— Eu não sei qual é o seu problema, Jonathan, mas você está enxergando coisas onde não existem. Estou apenas ajudando Marta, porque, ao contrário de você, eu sei reconhecer uma boa pessoa quando vejo uma.

O maxilar de Jonathan se contrai.

— E desde quando você se importa tanto com ela? Desde quando vocês ficaram tão próximos? — Sua voz sai carregada de uma emoção que ele não quer admitir.

— Vocês estão se relacionando, só pode ser isso!

Marta aperta os punhos ao lado do corpo, respirando fundo antes de responder:

— Desde que você me destratou. Desde que me humilhou por algo que eu nem sabia que era proibido. Em momento algum me disse que não deveria entrar naquele quarto, eu apenas estava indo fazer a minha função. Eu não tenho culpa sobre o seu casamento ou se a sua esposa te abandonou…

As palavras dela são como estilhaços cravando em Jonathan. Ele aperta os olhos por um breve instante, tentando controlar o turbilhão que se agita dentro dele. Mas quando os abre novamente, Marta já está puxando a mala, pronta para ir embora. Eduardo acena para ele pedindo que pare por ali.

— Marta… — O nome escapa de seus lábios antes que possa contê-lo. Não há mais fúria em sua voz. Apenas algo quebrado, algo que ele não sabe como consertar.

Ela para por um instante, mas não olha para trás.

— Muito obrigada pela oportunidade de trabalho e me perdoe por ter entrado onde não deveria, mas evite ser tão cruel com as próximas pessoas que vierem trabalhar aqui, avise que existe um santuário proibido ou tranque a porta do quarto da sua esposa.

E então, ela entra no carro.

Eduardo se aproxima de Jonathan com passos firmes, o olhar sério. Jonathan mantém os braços cruzados, a mandíbula travada, enquanto observa os dois com um olhar indecifrável.

— Eu vou levar Marta comigo. — Eduardo diz, sem rodeios. — Depois volto.

Jonathan solta uma risada seca, sem humor.

— Volte só na segunda-feira — ele rebate, a voz carregada de algo que nem ele consegue definir.

Eduardo arqueia uma sobrancelha, mas não discute. Ele sabe que o patrão está tentando afastá-lo, talvez até punindo-o por se envolver. Mas ele não se intimida.

— Vocês estão namorando, Eduardo? — Jonathan questiona mais uma vez, em um tom mais brando, estreitando os olhos.

Eduardo respira fundo, cruzando os braços.

— Não. Eu gosto da Marta, sim, mas como amiga. E como sei que ela não tem para onde ir, não vou deixá-la dormir na rua. Vou levá-la para a minha casa, o senhor sabe que moro sozinho.

Jonathan sente um gosto amargo subir pela garganta. Seu peito aperta com uma força que quase o sufoca. Ele desvia o olhar, engolindo em seco.

Eduardo percebe.

— Você gosta dela. — afirma, sem rodeios.

Jonathan não responde, apenas cerra os punhos.

Ele volta ao escritório e se j**a na poltrona, passando as mãos pelos cabelos, frustrado consigo mesmo. Os monitores ainda mostram as imagens das câmeras...

Jonathan solta um riso curto, amargo.

— Parabéns, Jonathan. — murmura para si mesmo, o sarcasmo carregado de ódio próprio.

— Você conseguiu.

Conseguiu o quê, afinal? Afastá-la? Humilhá-la? Transformar-se na exata versão de homem que despreza?

A ideia de que Marta teve medo dele o destroi mais do que qualquer outra coisa. Ele fecha os olhos e se inclina para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos, respirando fundo para conter a sensação de sufocamento.

"Eu me descontrolei."

As palavras ecoam na mente. Ele se lembra do olhar dela, da forma como seu corpo se encolheu quando ele ergueu a voz. Não era só tristeza. Era medo, pavor.

A culpa b**e com força, um peso esmagador em seus ombros. Ele se levanta de repente e sai do escritório, como se pudesse fugir dos próprios pensamentos. Mas a mansão não oferece escapatória. Em cada canto, algo dela permanece. O cheiro do café ainda está impregnado na cozinha.

Jonathan aperta os punhos e volta para o bar, servindo-se de mais uma dose. Mas quando o líquido âmbar toca seus lábios, o gosto é amargo, pesado, como tudo dentro dele.

Ele empurra o copo para longe, ouvindo o tilintar do vidro na madeira.

A bebida não vai resolver. O trabalho não vai distrair.

Então, o que ele faz agora?

Como ele conserta algo que talvez já esteja quebrado?

E o pior de tudo... por que isso o incomoda tanto?

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