Marta encara a cidade que se desenrola pela janela do carro. A paisagem passa em um borrão de luzes e movimentos, mas nada disso a distrai do peso que carrega no peito. Eduardo mantém uma das mãos no volante e a outra apoiada no câmbio, os olhos atentos ao trânsito, mas a expressão séria deixa claro que sua preocupação está nela.
— Você quer falar sobre o que está sentindo? — ele pergunta, quebrando o silêncio que se instalou entre os dois.
Ela hesita por um momento, respirando fundo antes de responder.
— Não sei nem o que sinto agora... só parece que tudo desmoronou de uma vez.
Eduardo solta um suspiro curto e volta a atenção para a rua. Ele já viu esse tipo de olhar antes, já conheceu gente que perdeu tudo e se perdeu junto. Mas Marta... Marta não merece passar por isso.
— Você não precisa enfrentar essa situação toda sozinha. — ele diz, a voz carregada de certeza.
— E muito menos precisa dormir na rua. Você vai ficar comigo o tempo que for necessário.
Ela abaixa o olhar para as próprias mãos, sentindo a gratidão crescer no peito. Não esperava tamanha generosidade, muito menos depois do que aconteceu hoje.
Ao chegarem na casa de Eduardo, Marta sente um pequeno alívio. O lugar é acolhedor, organizado e com um aconchego que ela não esperava de um homem que vive sozinho. Ele abre a porta e a convida a entrar.
— Escolhe um quarto, vê onde você se sente melhor — ele diz, já tirando o paletó e afrouxando a gravata.
Marta escolhe um dos quartos de hóspedes e deixa as suas coisas, tentando se ocupar para não pensar demais, volta para a sala, Eduardo já está sem camisa, e seu corpo definido a faz desviar o olhar rapidamente, sentindo o rosto esquentar.
Ele percebe e sorri de canto.
— Ei, não precisa ter medo e nem ficar sem graça. — diz, caminhando até o seu quarto.
— Vou pegar uma camiseta, não quero te deixar desconfortável.
Marta balança a cabeça, tentando não demonstrar o quanto a situação a afetou. Eduardo nota a pureza no jeito dela e, de alguma forma, isso só confirma o que já suspeitava, ela não é como as outras pessoas que ele conhece.
Depois de um tempo, os dois seguem para a cozinha. Decidem cozinhar juntos, uma forma de ocupar a mente e deixar as coisas mais leves.
— Sabe cozinhar? — Eduardo provoca, enquanto separa alguns ingredientes.
— Claro que sei, quantas vezes comeu a minha comida e elogiou! — Marta responde, erguendo as sobrancelhas com um pequeno sorriso.
Eles riem e trabalham em perfeita sintonia, preparando o almoço enquanto conversam sobre a vida. O assunto, inevitavelmente, chega em relacionamentos e o nome de Jonathan entra em evidência.
— Eduardo, me surpreendi no na santuário proibido, eu não imaginei que o ele é um homem casado. — Imagina se a esposa dele aparece e me vê na casa dela, não sei o que ela poderia pensar.
— Essa sua hipótese jamais aconteceria Marta, um dia você vai entender, mas não hoje.
— E você, nunca ti vi com ninguém, Eduardo. Você não namora?
Ele dá de ombros, cortando alguns legumes.
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