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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 12

Marta encara a cidade que se desenrola pela janela do carro. A paisagem passa em um borrão de luzes e movimentos, mas nada disso a distrai do peso que carrega no peito. Eduardo mantém uma das mãos no volante e a outra apoiada no câmbio, os olhos atentos ao trânsito, mas a expressão séria deixa claro que sua preocupação está nela.

— Você quer falar sobre o que está sentindo? — ele pergunta, quebrando o silêncio que se instalou entre os dois.

Ela hesita por um momento, respirando fundo antes de responder.

— Não sei nem o que sinto agora... só parece que tudo desmoronou de uma vez.

Eduardo solta um suspiro curto e volta a atenção para a rua. Ele já viu esse tipo de olhar antes, já conheceu gente que perdeu tudo e se perdeu junto. Mas Marta... Marta não merece passar por isso.

— Você não precisa enfrentar essa situação toda sozinha. — ele diz, a voz carregada de certeza.

— E muito menos precisa dormir na rua. Você vai ficar comigo o tempo que for necessário.

Ela abaixa o olhar para as próprias mãos, sentindo a gratidão crescer no peito. Não esperava tamanha generosidade, muito menos depois do que aconteceu hoje.

Ao chegarem na casa de Eduardo, Marta sente um pequeno alívio. O lugar é acolhedor, organizado e com um aconchego que ela não esperava de um homem que vive sozinho. Ele abre a porta e a convida a entrar.

— Escolhe um quarto, vê onde você se sente melhor — ele diz, já tirando o paletó e afrouxando a gravata.

Marta escolhe um dos quartos de hóspedes e deixa as suas coisas, tentando se ocupar para não pensar demais, volta para a sala, Eduardo já está sem camisa, e seu corpo definido a faz desviar o olhar rapidamente, sentindo o rosto esquentar.

Ele percebe e sorri de canto.

— Ei, não precisa ter medo e nem ficar sem graça. — diz, caminhando até o seu quarto.

— Vou pegar uma camiseta, não quero te deixar desconfortável.

Marta balança a cabeça, tentando não demonstrar o quanto a situação a afetou. Eduardo nota a pureza no jeito dela e, de alguma forma, isso só confirma o que já suspeitava, ela não é como as outras pessoas que ele conhece.

Depois de um tempo, os dois seguem para a cozinha. Decidem cozinhar juntos, uma forma de ocupar a mente e deixar as coisas mais leves.

— Sabe cozinhar? — Eduardo provoca, enquanto separa alguns ingredientes.

— Claro que sei, quantas vezes comeu a minha comida e elogiou! — Marta responde, erguendo as sobrancelhas com um pequeno sorriso.

Eles riem e trabalham em perfeita sintonia, preparando o almoço enquanto conversam sobre a vida. O assunto, inevitavelmente, chega em relacionamentos e o nome de Jonathan entra em evidência.

— Eduardo, me surpreendi no na santuário proibido, eu não imaginei que o ele é um homem casado. — Imagina se a esposa dele aparece e me vê na casa dela, não sei o que ela poderia pensar.

— Essa sua hipótese jamais aconteceria Marta, um dia você vai entender, mas não hoje.

— E você, nunca ti vi com ninguém, Eduardo. Você não namora?

Ele dá de ombros, cortando alguns legumes.

— Não precisa se preocupar, freirinha. Não trago nenhuma mulher para a minha casa. Nunca gostei que soubessem onde eu moro ou onde trabalho. Sempre fico fora, pelos moteis da vida.

Marta o encara por um instante, processando as palavras dele. De alguma forma, sente-se mais segura. Eduardo sempre foi sincero e direto, e isso a fazia confiar nele.

Depois do almoço, enquanto organizam a cozinha, Eduardo observa a expressão triste de Marta. Ele se inclina sobre a pia e a encara com seriedade.

— Eu conheço muita gente, posso ver um emprego para você. Mas, até lá, fica aqui, e se por acaso você não for dormir no seu trabalho, essa casa fica a sia disposição. Sério. Eu preciso mesmo de companhia, e você precisa de um lugar seguro, não vou ter paz, se souber que você pode estar enfrentando perigos e siceramente, essa casa é muito grande só para mim.

Os olhos dela se enchem de lágrimas silenciosas, mas dessa vez não são de tristeza, e sim de gratidão.

— Obrigada, Eduardo. Eu nem sei como te agradecer.

Ele sorri de leve.

— Só melhora essa carinha aí.

Marta sorri em resposta, sentindo pela primeira vez naquele dia que talvez tudo ainda possa se ajeitar e segue para o quarto onde deixara as suas coisas. O cômodo é bonito e funcional, com uma cama queen e lençóis impecáveis, uma suíte bem equipada e um enorme guarda-roupa de madeira escura, com espelhos nas portas. Na parede, um quadro de pintura moderna adiciona um toque sofisticado ao ambiente.

Com paciência, ela guarda as poucas roupas que trouxe, dobrando cada peça com cuidado. Não tem muitas coisas, mas o suficiente para se manter enquanto reorganiza sua vida.

Mas enquanto Eduardo a acolhe e tenta protegê-la, Jonathan, sozinho em sua mansão vazia, encara sua própria tempestade interna. E quando a noite cair, o que falará mais alto, será o orgulho ou o arrependimento?

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