O céu cinza de São Paulo despeja uma leve garoa sobre a capital quando o relógio da recepção do Grupo Schneider marca sete e três da manhã. A cidade ainda engatinha no ritmo acelerado da manhã, mas dentro da sede corporativa, o dia já começa em pleno vapor e no centro desse furacão está Islanne Schneider, a vice presidente da holding que carrega o seu sobrenome com orgulho e muita responsabilidade.
Ela entra no prédio com passos seguros, firmes, como se cada metro percorrido fosse parte de uma marcha calculada. Seu salto ecoa com elegância sobre o mármore polido, sua expressão é serena, mas determinada, e o olhar firme por trás dos óculos discretos transmite muito mais do que confiança, transmite a clareza. A irmã mais nova do presidente do grupo, Islanne é muito mais que um um rostinho bonito, é um sobrenome forte. Ela é cabeça fria, precisão numérica, visão estratégica. Formada em Ciências Contábeis, mestre em Finanças Corporativas, Islanne é a engrenagem silenciosa que faz o motor da companhia girar sem ruídos.
Enquanto Jonathan, presidente do grupo, representa o carisma, a força institucional e o tino para negócios e expansão, Islanne é o cérebro por trás dos números, das previsões, das contas que precisam fechar com perfeição. E hoje, com ele fora do país em um evento do setor farmacêutico em Montevidéu, ao lado da sua amada, a Marta e do seu guarda costas, o Eduardo, é ela quem segura as rédeas do império Schneider na maior metrópole da América Latina.
Atravessando o corredor de vidro que leva à presidência, Islanne ajeita o blazer claro sobre os ombros e acena educadamente para dois diretores que passam apressados. Antes mesmo de entrar na sala, sua secretária já a espera com uma pasta recheada de documentos e uma agenda atualizada.
— Bom dia, senhora Schneider — cumprimenta Mônica, sempre pontual, já caminhando ao lado dela com passos sincronizados.
— Bom dia, Mônica. Vamos ver o que temos para hoje. — responde Islanne, pegando a pasta com naturalidade enquanto acomoda-se em sua cadeira. Ela abre o notebook e começa a digitar, o olhar já focado no que precisa ser resolvido com urgência.
— Temos uma reunião com os diretores de operações às 9h, como previsto. Às 10h30, assinatura do contrato com os parceiros logísticos. E temos um ponto importante para tratar, o contrato da filial de Dias D’Ávila ainda precisa da validação do Jonathan — informa Monica, consultando a tela do seu tablet.
Islanne assente, sem desviar os olhos da tela. Ela já leu a minuta no dia anterior, revisou cláusula por cláusula e tem convicção de que o contrato está pronto para ser assinado. Mas ela também sabe respeitar a hierarquia, Jonathan sempre tem a última palavra nas grandes decisões estratégicas.
— Vou ligar para ele agora — decide, já pegando o celular.
A chamada não demora a ser atendida. Do outro lado da linha, a voz de Jonathan chega com um sorriso na voz.
— Irmã mais linda do mundo, já está salvando a empresa?
— Desde antes do café — brinca ela, relaxando no tom.
— Preciso de você por dois minutos. A minuta do contrato da filial de Dias D’Ávila já está ajustada conforme as suas orientações. Falta só o seu aval para eu concluir.
Jonathan, mesmo a quilômetros de distância, responde com a confiança de quem conhece cada linha de trabalho da irmã.
— Se você revisou, eu confio. Pode assinar. E aproveita para comunicar a diretoria de lá que em breve vamos implementar algumas inovações. Tem coisa boa vindo.
— Perfeito. Vou cuidar disso agora.
— Obrigado, Islanne. Eu sabia que podia contar com você.
— Alguma pista? — ela pergunta, em tom leve.
— Ainda não. Marta tá me ameaçando com t***s se eu continuar falando sobre as novidades. Mas você vai saber em primeira mão, como sempre.
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