O som dos saltos de Marta ecoa com firmeza pelo corredor envidraçado do último andar. Ela segura uma prancheta contra o peito, com uma expressão confiante, os cabelos presos num coque elegante, os óculos de leitura caindo suavemente sobre o nariz. Nada mais na vida dela lembra a menina tímida de um ano atrás.
Agora, ela é aluna de Administração na melhor universidade de São Paulo, braço direito do presidente do Grupo Schneider e, principalmente, uma mulher apaixonada e amada por Jonathan.
Na sala de reuniões panorâmica, o clima é leve, mas carregado de números impressionantes. Gráficos projetados mostram crescimento, estabilidade, liderança de mercado. E no centro de tudo isso estão eles.
— Um lucro líquido inesperado, maior que o do último ano. E olha que esse mercado anda instável — diz Islanne, com um sorriso satisfeito e o tablet nas mãos.
— Estável pra quem não sabe onde pisa — rebate Jonathan, com aquele ar seguro que se tornou marca registrada dele. — Nós soubemos exatamente onde investir.
— E com a produção mais moderna, os custos caíram quase 12% — completa Marta, folheando um relatório. — O impacto disso no nosso fluxo de caixa é brutal.
Jonathan sorri orgulhoso, os olhos prendendo-se por um segundo a Marta com admiração.
— Essa garota tá aprendendo rápido demais. Logo me passa — ele brinca, e Islanne revira os olhos com bom humor.
— Olha, se ela não passar você, talvez passe a mim — diz a vice-presidente, fechando o tablet com um estalo seco. — Aliás, tenho um voo daqui a pouco. Preciso correr.
Ela se levanta, recolhe a bolsa e veste o blazer escuro.
— Espanha, não é? — pergunta Marta, curiosa.
— Madri. Negociação com aquele grupo farmacêutico. Não fechem nada por aqui até eu voltar, ou vou puxar a orelha de vocês — diz Islanne, já caminhando até a porta.
— Se encontrarem problema com documentação, me manda mensagem. Eu e Marta podemos resolver daqui — avisa Jonathan.
— Pode deixar, chefe. E vocês, aproveitem a calmaria... enquanto dura.
Eles riem, e Islanne se despede com um beijo no rosto de Marta e um aceno para Jonathan antes de sair.
A porta se fecha, e por um momento, há silêncio na sala. Jonathan se aproxima por trás de Marta, que ainda analisa os gráficos.
— Sabe o que é melhor que lucros e reconhecimento? — ele sussurra no ouvido dela.
Ela sorri, sem tirar os olhos do papel.
— Me diga, senhor presidente...
Ele a gira suavemente pela cintura, fazendo-a encará-lo.
— Ver você assim. Forte, brilhante, feliz. Eu teria passado por tudo outra vez só pra te ver chegar aqui.
Ela toca o rosto dele com carinho, os olhos cheios de gratidão.
— E ainda é só o começo... — ela diz.
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