A noite avança e após todas as emoções vividas, Marta toma um banho e se deita confortavelmente, após uns minutos, as pálpebras pesam. Ela se entrega ao torpor, ao sono inquieto que sempre a recebe com sombras e lembranças cortantes.
Então ela sente. Um peso. Esmagador, sufocante.
Marta ofega, o ar lhe escapando dos pulmões quando percebe um corpo sobre o seu. Uma mão áspera e suja se aperta contra sua boca, abafando o grito que nasce em sua garganta. O cheiro de álcool, suor e cigarro invade seu nariz, revirando o seu estômago. Ela se debate instintivamente, mas o agressor é forte, muito mais forte.
— Fica quieta... — a voz dele sussurra, carregada de um desejo podre.
— Vai ser rápido, basta você colaborar.
A blusa fina se rasga com um som seco, e o ar gelado encontra sua pele exposta. Logo, a boca do agressor alcança o seu mamilo com brutalidade. O contato violento causa uma dor aguda, e Marta sente as lágrimas queimando os seus olhos, incapaz de reprimi-las, enquanto o homem continua sugando e emitindo sons animalescos.
Os dedos dele, grossos e impiedosos, deslizam para sua parte mais íntima, explorando-a sem piedade, como se ela fosse um objeto à mercê de sua vontade perversa. Marta se encolhe, congelada pelo terror, seu corpo inteiro gritando em silêncio.
O pânico sobe como ácido em sua garganta. As lágrimas queimam em seus olhos. O medo a paralisa, transformando-a em um corpo inerte, um objeto à mercê daquela vontade cruel. Mas então, as palavras seguintes fazem algo dentro dela se romper.
— Sei que você quer, vagabunda, abre as pernas… — ele sibila, os dedos explorando-a com brutalidade. — Ou aceita, ou vai pra rua amanhã cedo. Você decide, minha puttinha, e me da logo essa b0ceta gostosa!
Algo estala dentro dela q fazendo reagir.
A humilhação, o medo, o desespero. Tudo se transforma em fúria. Uma fúria que grita mais alto que sua impotência.
Com um impulso desesperado, ela reúne toda a força que lhe resta e empurra o homem com os joelhos e os braços. Ele, tomado pelo álcool e pela certeza de seu poder sobre ela, não espera a reação. Perde o equilíbrio e cai no chão com um baque surdo.
Marta grita e se levanta num salto, ofegante, os olhos arregalados, os punhos cerrados, o coração martelando tão forte que parece que vai estourar dentro do peito. Seus pulmões se enchem de um ar pesado e sufocante quando a luz do quarto ilumina seu agressor.
Ela acorda aos gritos por ter revivido no pesadelo a agressão sofrida pelo marido da dona da pensão. Se senta na beira da cama, sentido nojo daquele ser.
Lágrimas rolam no seu rosto quando Eduardo invade o quarto de Marta e acende a luz, ao vê-la ele imagina o que aconteceu e apenas a abraça.
Eduardo sente o corpo de Marta tremer contra o seu, e seu peito se aperta. Ele não precisa perguntar para saber que aquilo foi mais do que um pesadelo.
— Foi real, não foi? — sua voz sai baixa, mas firme.
Marta respira fundo, os olhos perdidos em algum ponto do chão. Por fim, assente com um movimento sutil de cabeça.
— O marido da dona da pensão — ela murmura, como se dizer em voz alta fosse reviver tudo. — Ele tentou… tentou me esttuprar. Eu lutei, consegui me livrar, mas…
Eduardo fecha as mãos em punho, contendo a fúria que cresce dentro de si. Seu maxilar trava, e seu olhar endurece. Mas ele não diz nada. Não agora.
Com cuidado, ele segura Marta pelo queixo, forçando-a a olhar para ele.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino