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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 120

A noite cai como um manto pesado sobre São Paulo. O céu nublado engole os últimos traços dourados do pôr do sol enquanto a cidade pulsa, viva, frenética. No grupo Schneider, Marta retoca o batom diante do espelho, enquanto Jonathan observa de longe, afrouxando a gravata e girando levemente um copo de whisky meio vazio na mão. Ele já tomou algumas doses com Ravi mais cedo no grupo, enquanto discutiam metas e estratégias. Mas ali, agora, o olhar dele está mais sombrio. Mais intenso.

Eduardo dirige o carro, calado, até Jonathan dispensá-lo de forma seca ao chegar em casa.

— Pode ir, Eduardo.

Eduardo hesita, mas obedece. Marta percebe a tensão, mas não comenta.

Minutos depois, eles seguem para o restaurante, ambiente luxuoso e reservado para executivos de alto escalão. Ao chegarem, Jonathan está mais sério que o normal, o hálito carregado de whisky, sussurra o início de um problema. Marta o segura pelo braço com carinho, tentando suavizar o clima.

O empresário os espera já à mesa. Um homem de meia idade, olhar afiado, vestido com um terno caro e um sorriso fácil demais. Quando vê Marta, os olhos dele cravam nela com uma intensidade que a faz se encolher por dentro.

— Senhorita Marta... — ele se levanta, estendendo a mão com um sorriso malicioso.

— Agora entendo por que o presidente do grupo anda tão sorridente ultimamente.

Marta força um sorriso educado, mas evita o contato visual direto.

— Boa noite — diz, sentando-se ao lado de Jonathan, que já ergue o próximo copo.

Durante a conversa, o empresário mal disfarça o interesse. A cada pergunta, a cada elogio sutil demais, Marta recua um pouco mais. Jonathan observa tudo em silêncio, os dedos apertando o copo com força. A bebida desce como gasolina no estômago e o fogo começa a subir.

— E me diga, Marta... — o homem diz, inclinando-se — você aceitaria jantar comigo um dia desses? Apenas para falarmos sobre... possibilidades?

— Eu sou comprometida, senhor. — ela responde, firme.

O homem sorri, fingindo surpresa.

— Ah, claro. Mas um jantar não mata ninguém, não é mesmo?

Marta se afasta, o olhar já irritado.

— Eu disse que não — repete, seca.

Mas ele estende a mão, segura a dela com ousadia.

— Você é encantadora.

Marta puxa a mão com força, visivelmente desconfortável. Jonathan vira mais um copo, os olhos incendiando de dentro para fora. Mas ainda assim, ele se mantém em silêncio. Um silêncio que grita.

— Com licença — Marta diz, levantando-se e indo até o banheiro, o coração disparado.

Sozinhos à mesa, o empresário vira-se para Jonathan com um sorriso provocador.

— Parabéns. Ela é linda... e muito bem educada. Deve ser uma delícia.

Jonathan o encara, cada músculo do rosto contraído.

— Ela não está disponível. E esse assunto termina agora.

— Relaxe, Jonathan... estou apenas comentando.

— Já falou demais. Tô pedindo a conta — diz o presidente, frio como gelo, mas por dentro, pronto pra explodir.

Quando Marta retorna, mais calma, o garçom entrega a conta. Eles se levantam. No caminho até a saída, o empresário estende um cartão.

— Qualquer coisa, estou à disposição. Marta, foi um prazer — ele diz, entregando o cartão diretamente a ela.

Marta hesita. Por educação e constrangimento, pega o cartão e guarda na bolsa sem olhar. Mas o olhar do homem ainda queima nas costas dela.

Jonathan fecha a cara, o ciúme queimando junto com o álcool nas veias. Os dois saem em silêncio, a tensão caminhando entre eles como uma sombra.

Dentro do carro, Marta respira fundo.

— Podemos ir para casa? — pergunta, cansada, com um olhar triste.

Jonathan apenas liga o motor, sem dizer uma palavra.

A tensão dentro do carro é sufocante. As luzes da cidade passam como borrões pelas janelas, mas tudo que Marta ouve é o silêncio denso e carregado de fúria vindo de Jonathan, que dirige com os olhos fixos na estrada e a mandíbula travada. Ela sabe que ele está se segurando, que algo dentro dele está prestes a quebrar. E quando Jonathan quebra, é destruição.

— Quantos, Marta?! Fala!

— Você precisa de ajuda, seu doente!

Ela tenta se soltar, mas ele agarra o pescoço dela com força, os olhos cheios de ódio e mágoa. Ela tenta puxar as mãos dele, luta para respirar, os olhos arregalados, o corpo tremendo.

E então... ele vê.

A expressão dela. O medo. A dor. A decepção.

Jonathan solta. Ela cai no chão, tossindo, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

Ele dá um passo para trás, horrorizado com o que fez.

— Marta... Eu...

Mas ela levanta devagar, com a mão no pescoço, a respiração ainda falha.

— Você me perdeu, Jonathan. — a voz dela sai fraca, mas firme.

— Nunca mais toque em mim.

Ela sobe as escadas cambaleando, deixando ele parado no meio da sala, como uma sombra do homem que já foi.

No silêncio da casa, só restam as perguntas sufocadas no peito dele:

Como ele chegou tão longe?

E será que Marta vai perdoar?

Ou foi mesmo o fim… definitivo?

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