O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 128

A porta da sala executiva se abriu com um clique seco. Rui entrou com os ombros retos, olhar firme, uma pasta debaixo do braço. Jonathan, sentado atrás da imponente mesa de carvalho escuro, levantou os olhos, exausto, mas decidido.

— Rui, a gente precisa conversar... — sua voz saiu áspera, cansada.

— Pois não. Como advogado do grupo, estou à disposição. — Rui respondeu sem hesitar, formal, frio. Nenhum traço da antiga camaradagem.

Jonathan franziu o cenho, incomodado com a distância no tom do amigo.

— Você sabe que não é só como advogado que estou te chamando aqui. Você é meu amigo há anos, e eu quero entender por que diabos você aceitou a demissão da Marta daquele jeito. Sem me ligar. Sem me consultar.

Rui soltou um suspiro firme, deixou a pasta sobre a mesa e apoiou as mãos nela, encarando Jonathan nos olhos.

— Eu aceitei a demissão da Marta como advogado da empresa. Ela estava no pleno direito dela de pedir desligamento. Me chamou até a mansão, entregou crachá, tablet, celular... tudo. Só não quis devolver o notebook, mas se comprometeu a apagar todos os dados relacionados à empresa e a você.

Jonathan passou a mão pelos cabelos, se levantando com irritação.

— E você nem sequer pensou em me avisar? Você não achou estranho?!

Rui estreitou os olhos. A máscara profissional começava a rachar.

— Achei estranho? Não. Eu achei revoltante. Quando cheguei lá, Jonathan... Marta estava destruída. Com marcas roxas no pescoço. E sabe o que ela exigiu? Nada. Nenhuma ameaça. Nenhum escândalo. Só pediu para sair. Em silêncio. Com dignidade.

Jonathan travou, os punhos cerrados, engolindo a culpa que queimava como álcool em ferida aberta.

— Rui, eu...

— Não, Jonathan. — a voz de Rui subiu um tom, dura como aço

— Você não vai se justificar para mim. Eu não sou juiz. Mas te digo como homem: o que você fez foi covardia. A Marta que eu conheci, aquela mulher dedicada, brilhante, que carregava essa empresa nas costas junto conosco... ela merecia o mundo. E você deu para ela as mãos no pescoço.

Jonathan desviou o olhar, sentindo os próprios demônios rugirem no estômago.

Rui respirou fundo, contendo a raiva.

— Eu paguei tudo. Salário, bônus, direitos, indenização. E incluí o contrato de confidencialidade, como manda o protocolo. Mas deixa eu te lembrar de algo, já que parece que você esqueceu: nenhum contrato nesse planeta pode calar uma vítima de agressão. Você encostou as mãos nela. Não foi um erro. Foi um crime.

Jonathan ficou em silêncio. Estático. O rosto tenso, os olhos marejando em fúria interna.

Rui pegou a pasta, pronto para sair.

— Sabe o que mais? — ele virou de lado na porta

— Você nunca mais vai encontrar alguém como a Marta. Nunca. E sabe por quê? Porque ela era sua chance de se tornar um homem melhor. E você desperdiçou.

— Vou te dar um conselho, fica longe de Ravi, com certeza ele já viu as imagens das câmeras da sua casa...

A porta se fecha com firmeza.

Jonathan fica parado, sem chão, sentindo a solidão pesar como chumbo. A raiva agora não era de Rui. Era de si mesmo. Dos próprios monstros. Das escolhas. E de ter perdido, pela própria mão, a única mulher que o trouxe de volta à vida.

O final do expediente chega, mas o clima na empresa continuava denso, silencioso. Jonathan saía da sala de reuniões, o terno desalinhado, quando avistou Islanne no corredor, pronta para ir embora.

Dante, sempre com a postura alerta, permanecia a poucos passos atrás, atento a tudo.

— Vai para casa? — Jonathan perguntou, a voz baixa, o rosto cansado.

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