O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 129

O dia mal amanhece e já grita em silêncio dentro de Marta. O céu ainda está pintado com tons indecisos entre o azul e o cinza quando as lágrimas escorrem sem pedir licença. A dor é uma conhecida que lateja impiedosamente. Ela acorda com o coração apertado, despedaçada por dentro, por ter sonhado com ele de novo, com aquele amor impossível de esquecer.

Jonathan.

O nome que ecoa dentro do peito como uma oração e uma maldição ao mesmo tempo. Ela sente falta dele com uma força que sufoca, lembra do cheiro da pele dele, do toque firme, dos beijos intensos, das promessas sussurradas enquanto faziam amor como se o mundo fosse acabar. E chora mais. Porque sabe que, mesmo destruído, ele a ama. E porque, mesmo machucada, ela ainda o ama.

Ela se arrasta até o banheiro, tentando lavar do corpo a dor que insiste em morar na alma. A água quente escorre pelos ombros, como se pudesse levar embora cada lembrança, cada arrependimento, cada grito que ficou entalado na garganta. E quando enfim se olha no espelho, Marta vê uma mulher cansada, mas viva. Uma mulher que caiu, mas está tentando ficar de pé.

Se veste com calma, prende o cabelo e segue até a cozinha, onde a mãe já está entre panelas e aromas de café fresco.

— Dormiu bem, filha? — pergunta Dona Maria com doçura, mas os olhos experientes notam os traços do choro recém cessado.

Marta tenta sorrir, mas não consegue esconder.

— Sonhei com ele — diz baixinho, sem precisar citar o nome.

A mãe seca as mãos no avental, se aproxima e segura o rosto da filha com ternura.

— Siga o seu coração, minha menina... O perdão liberta a pessoa que perdoamos, mas nos liberta ainda mais.

As palavras pairam no ar, leves e breves, misturadas ao cheiro de pão caseiro saindo do forno e à voz mansa do radialista que toca modas antigas no rádio da cozinha. Marta apenas assente, sem muito esforço para participar da conversa, e começa a ajudar a pôr a mesa. O pai, Heitor, e o irmão, Miguel, chegam logo depois. Nenhum deles quer saber de trabalho naquele dia, preferem aproveitar a presença rara e silenciosa da filha mais velha, como se, por instinto, soubessem que aquilo não voltaria tão cedo.

Ficam ali, todos juntos, a sala preenchida com lembranças de uma família antes inteira, agora apenas costurada por tentativas. A TV exibe o jornal local, com comentários aleatórios, risos baixos, um clima pacífico como há muito não se via.

Mas a paz é frágil. E o destino, cruel.

Um carro para do lado de fora. O portão se abre com o rangido conhecido, o motor ainda quente vibrando sob o capô.

Heitor vai até a varanda e, ao ver quem desce, sorri com surpresa:

— Olha só quem tá aí... Zé Alcântara!

A voz do pai ecoa como um trovão abafado dentro de Marta. Ela paralisa. Os dedos ainda tentam segurar uma xícara, que se estilhaça no chão. O nome do padrinho escorre como veneno por sua espinha.

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