O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 14

Jonathan desperta cedo, mas a sensação de cansaço permanece. O banho frio não o desperta como deveria, nem a roupa impecável que veste lhe devolve o controle que tanto preza. Ao descer as escadas, o impacto vem como um soco seco no estômago, a mesa do café da manhã do dia anterior ainda está posta, intocada, como um lembrete cruel do que aconteceu.

Ele para por um instante. O cheiro do café que sempre o recebia, o prato de tapioca quente esperando por ele… tudo isso continua ali, do dia anterior. Ele recolhe tudo e coloca na lixeira.

O espaço parece maior, mais vazio. Marta se foi. E a casa se tornou uma imensidão de silêncio e memórias incômodas.

Jonathan resmunga, negando-se a fixar esses pensamentos. Ele caminha até a cafeteira, insere uma cápsula e observa o líquido fumegante escorrer para dentro da xícara. Dá um gole, mas o sabor não preenche o vazio. Pega um pão, passa manteiga, acrescenta queijo e presunto e coloca na sanduicheira. O cheiro da comida aquece o ambiente, mas não aquece o que está dentro dele.

O pensamento em Marta é inevitável. Sua presença se tornou parte da rotina dele, e agora, sem ela, tudo parece… errado. Ele cerra a mandíbula. Poderia procurá-la. Apenas para pagá-la e encerrar isso de uma vez. Mas ele sabe que encontrar Marta significa encarar Eduardo.

Eduardo. O pensamento no seu motorista o incomoda de um jeito que ele se recusa a admitir. O cara sempre foi um mulherengo, um conquistador barato, e agora está com Marta sob o mesmo teto. A imagem dela com Eduardo o incomoda mais do que deveria. Ele poderia demiti-lo, mas seria injusto. O relacionamento deles há muito tempo passou do profissional.

Eles se conheceram há muitos anos, na academia, onde treinam jiu-jitsu. Eduardo sempre foi habilidoso, não só nos tatames, mas também no manuseio de armas, serviu o exército brasileiro. Além disso, é um exímio motorista, e quando ficou desempregado, iria montar uma empresa de segurança, mas Jonathan o chamou para trabalhar com ele. O cargo de motorista sempre foi apenas uma fachada. Na verdade, Eduardo se tornou o seu guarda-costas, alguém em quem confiava para estar ao seu lado em todos os momentos.

Quando Aira morreu, Eduardo foi um dos poucos que ficou. Abandonou as festas, as mulheres e os excessos para oferecer apoio a Jonathan, diversas vezes dormiu na mansão. Esteve lá quando ele não queria ver ninguém. Foi um dos poucos que entendeu o peso da perda e respeitou o seu silêncio. Jonathan sabe que deve muito a ele.

E agora, aquele mesmo Eduardo está com Marta.

Ele empurra o prato para longe, sem fome. Sai da cozinha e segue para o escritório. Assim que liga o computador, a imagem congelada de Marta no corredor da mansão aparece na tela. Ele fica imóvel. O rosto delicado dela, os olhos cheios de lágrimas, a postura vulnerável.

Jonathan passa a mão no rosto, sentindo a culpa crescer dentro dele. Foi injusto. Foi cruel. E, por mais que tente justificar suas ações, nada apaga o que fez.

Ele precisa tirar Marta da cabeça.

Ausência e Desejos Não Ditados 1

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