O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 140

O som ritmado dos pregos sendo cravados nas vigas ecoa por todo o sítio, misturando-se ao canto distante dos pássaros e ao barulho suave das árvores dançando com o vento quente daquela manhã. O cheiro de cimento fresco, serragem e terra remexida impregna o ar, somando-se ao suor de quem trabalha com afinco. Já são dezoito dias de reforma intensa, e o lugar que antes carregava o peso dos anos agora pulsa com promessas. Os galpões recém construídos reluzem sob o sol, como símbolos de recomeço. O terceiro deles está quase finalizado, faltando apenas a colocação do telhado.

Marta caminha de um lado para o outro com uma prancheta na mão, os cabelos presos de forma improvisada e o rosto bronzeado de quem passou mais tempo ao ar livre do que dentro de casa. Veste-se com praticidade, sem vaidade, mas seu olhar firme e atento denuncia que há uma liderança natural ali, uma mente que planeja com precisão. Ao seu lado, Miguel segura uma trena e troca números e medidas com ela. Heitor, sempre atento, supervisiona os dois jovens da região que ajudaram na montagem da estrutura. Dona Maria, teimosa como sempre, se recusa a ficar parada e surge com garrafas de suco e uma cesta com pão de queijo, insistindo que alimentar os trabalhadores também é parte do esforço coletivo.

— A liberação da prefeitura já está em mãos, e toda a parte documental foi resolvida ontem. Agora é finalizar esse galpão e revisar o cronograma da produção. Se mantivermos esse ritmo, conseguimos começar o primeiro ciclo ainda este mês.

Eles se reúnem sob a sombra acolhedora de um velho eucalipto. A mesa improvisada com tábuas e cavaletes recebe o lanche de Dona Maria. Por um instante, o barulho para. Reina aquele silêncio bom, de quem fez muito e ainda tem mais por fazer, mas pode respirar com a alma limpa. É um momento de pausa, mas também de comunhão.

É então que Marta, olhando para o horizonte, se permite falar.

— Se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida… foi com o melhor. — Sua voz sai serena, mas carregada de algo mais profundo. — Jonathan Schneider me ensinou mais sobre negócios do que qualquer curso ou faculdade. E mais sobre amor do que qualquer outro homem.

As palavras pairam no ar como uma brisa inesperada. O silêncio se torna espesso, e os olhos dos outros se voltam para ela, surpresos.

Miguel franze a testa, sem entender de imediato. Heitor para de mastigar e ergue as sobrancelhas. Maria congela com um pedaço de fruta na mão. Marta só percebe o peso do que disse quando vê os olhares fixos nela.

— Droga — ela murmura, desviando o olhar, com um sorriso tímido. — Escapou sem querer.

— Jonathan Schneider? — repete Dona Maria, num tom quase solene. — Aquele mesmo… o empresário? O nome por trás do Grupo Schneider? Das multinacionais farmacêuticas?

— É… ele mesmo — Marta confirma, agora com a voz mais baixa, mas sem se esconder. — Eu fui assistente pessoal dele. Por um tempo, fui mais do que isso. Fui a mulher dele.

O impacto da revelação se espalha como uma pedra atirada num lago tranquilo.

— Eu morava com ele, em São Paulo. Vivia naquele mundo corporativo que parece feito de aço, vidro e decisões rápidas. E quando ele viajava, ou quando a irmã dele estava fora — ou presos em conferências, eu era quem assumia. Reuniões, contratos, decisões sobre investimentos, estratégias de expansão... tudo passava por mim. E ninguém contestava. Ele confiava em mim como só se confia em alguém que se ama e se admira ao mesmo tempo.

Marta faz uma pausa. O olhar agora está distante, mergulhado em lembranças que ainda ardem, de amor, de poder, de pertencimento a um mundo onde ela se sentia viva de outra maneira.

Concreto e Confissão 1

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