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O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 144

O calor da manhã se espalha pelo campo feito uma promessa. O sol desponta por entre as copas das árvores, lançando seus primeiros raios sobre a terra vermelha que parece despertar com um brilho diferente. A fazenda pulsa. Os galpões brilham com a pintura nova, os cavalos galopam soltos num ritmo quase coreografado e as máquinas roncam como corações mecânicos preparados para uma nova era.

É nesse cenário que Caio retorna. Os pneus do carro levantam poeira na estrada de cascalho, mas nem mesmo o som das pedras batendo na lataria é capaz de abafar o que o peito dele grita silenciosamente. Há anos não pisa ali. E agora, tudo parece igual... e ao mesmo tempo, completamente diferente.

Marta está parada perto da porteira, analisando uma planilha em seu celular. O cabelo preso num coque despreocupado, a roupa manchada de tinta nos joelhos, e uma prancheta debaixo do braço. Há força em cada gesto dela. E quando seus olhos encontram os dele, Caio sente como se o tempo dobrasse sobre si mesmo.

— Parece que voltei no momento certo, então — ela diz, com uma sobrancelha arqueada e um sorrisinho contido que mistura ironia e lembrança.

Caio sorri, um sorriso que derrete resistências e contratos. Ele se aproxima com um brilho nos olhos que ninguém via há tempos.

— Você está... diferente. No melhor sentido possível. Mais mulher. Mais forte. Mais...

— Estou trabalhando — ela responde, sem perder o ritmo, mas um rubor denuncia que aquela frase mexeu com algo dentro dela.

— E trabalhando muito bem, pelo visto — ele continua, olhando em volta, absorvendo cada detalhe do que ela construiu. — Miguel me disse que a fazenda estava de cara nova, mas não imaginei que fosse tanto. E nunca, nunca passou pela minha cabeça que você estaria por trás disso tudo.

Miguel, que vinha se aproximando com dois copos de suco de caju na mão, intervém com um sorriso:

— Ela chegou chegando. Em pouco tempo já fez mais que a gente em um ano. Parece que tinha um foguete guardado na manga.

Caio ri, mas seus olhos não desgrudam de Marta.

— Acho que subestimei a força dos Maia. Principalmente da mais quietinha.

Ela desvia o olhar por um instante, fingindo que confere algo no papel da prancheta. Mas o coração b**e um pouco mais forte. O passado está ali, de pé, vivo e com cheiro de lembrança boa.

— Sempre soube que você era especial, Marta. Só... não sabia o quanto — diz ele, com voz baixa, quase um sussurro.

Ela respira fundo. Tenta rir. Tenta manter o tom prático. Mas as palavras dele ficam pairando no ar como uma brisa morna que traz o perfume de tempos antigos.

— Será que você pensa em mim, Marta? — ele sussurra para si mesmo. — Será que, por um segundo, sente minha falta como eu sinto a sua todos os dias?

A pasta com o nome dela permanece no canto da mesa. Intacta. Intocável. Como uma cicatriz.

Enquanto Marta desliga o celular e volta à rotina da fazenda, algo dentro dela ainda pulsa. Caio mexe com lembranças de um passado feliz e saudável. Mas Jonathan... Jonathan é uma ausência que respira ao lado dela.

— Por que ainda penso tanto nele? — ela murmura, enquanto olha pela janela.

Do lado de fora, o vento sacode as folhas do velho ipê. E, por um instante, parece sussurrar respostas que ela ainda não está pronta para ouvir.

Caio veio mesmo só por uma visita de amigos? Ou há segundas intenções por trás do reencontro? E se Jonathan reaparecer... será que o coração dela aguenta vê-lo sem se jogar nos braços dele? Ou será que o destino ainda guarda um acerto de contas?

E o mais inquietante de tudo: até quando Marta conseguirá fugir do que sente de verdade?

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