O CEO e o filho perdido: A segunda chance do destino romance Capítulo 146

O sol do meio dia escorre como ouro líquido sobre a propriedade dos Maia. O cheiro de comida caseira invade o terreiro, anunciando que o almoço está servido. Galinhas ciscam despreocupadas sob a sombra das mangueiras, enquanto vozes se misturam entre risadas e histórias da lida. A mesa da varanda está posta com fartura, como manda a tradição da casa.

E é justamente nessa hora que Caio Ramos aparece.

Chega devagar, mas com intenção. O carrão importado levanta poeira na entrada e atrai olhares. Ao descer, ele não está sozinho: traz consigo o engenheiro eletricista da sua empresa de energia solar e dois auxiliares com pastas, tablets e mapas. Está impecável, mas relaxado, como quem faz uma visita casual, o que, para qualquer um ali, é mentira evidente.

— Boa tarde, família Maia! — ele exclama, com um sorriso largo.

— Trouxe um presentinho.

Dona Maria se levanta imediatamente, surpresa e empolgada.

— Mas, meu Deus, Caio! Que surpresa boa! Vem chegando, meu menino!

Ele se aproxima e deposita um beijo demorado no rosto dela.

— Tia Maria, eu pensei na senhora. Sei que vai querer criar essas caipiras com força, e o gasto com energia não vai ser pouca coisa. Então... pensei em ajudar a reduzir esses custos com um sistema solar de última geração. Sustentável, limpo e bonito, igual à senhora.

Ela ri e dá-lhe um tapa leve no seu braço.

— Ah, deixa de lero lero, Caio! Mas já gostei do presente. Vai comer com a gente, não é?

— Por favor. Vim de propósito nessa hora — ele pisca, rindo.

Marta o observa em silêncio, arqueando uma das sobrancelhas com sutileza. Ela conhece o tipo. Caio se sente nu sob o olhar dela, como se fosse de novo o garoto que derrubou a marmita no colo dela quando tinha dez anos. O coração acelera. Ele mal se reconhece.

Enquanto o engenheiro se enturma com Miguel e o pai, Dona Maria já está servindo mais comida.

— Comeram pouco! — reclama, impaciente. — Será que meu tempero não presta mais? Marta, Estela, vocês também não comeram direito.

Marta e a mãe vão até a cozinha pegar a sobremesa, enquanto o engenheiro conversa animadamente com Estela sobre os cuidados com as aves.

— Os galpões precisam de silêncio e fluxo mínimo durante o alojamento — ela explica.

— Já adiantei isso com a equipe — garante o engenheiro.

— Vamos entregar antes do primeiro lote chegar. Sem ruídos, sem estresse térmico. Já estudei o cronograma com Miguel.

Dona Maria retorna com a sobremesa e, antes mesmo de todos terminarem, já abraça Caio com entusiasmo.

— Que benção, meu filho. Esse presente vai fazer toda a diferença. Seu pai ficaria muito orgulhoso.

— Obrigado, tia — ele diz, com um brilho discreto nos lábios, mas atentos a Marta, que agora o observa com mais cautela do que nunca.

Miguel se aproxima e murmura:

— Vai com calma. Ela tá de olho... e bem desconfiada.

Caio sorri de lado, convencido.

— É assim que eu gosto.

— Vai quebrar a cara — Miguel provoca, mas logo disfarça chamando o pai para olhar o projeto. Heitor se aproxima devagar, os olhos fixos no rapaz.

— Moleque — diz ele, sem rodeios — para mim, você continua o catarrento que corria aqui no terreiro com os meus filhos.

Caio segura o olhar do homem, com respeito.

— Sim, senhor.

— Eu sou um homem. E de homem pra homem, vou te avisar, não sonhe em magoar a minha filha. Tô ficando velho, mas não sou besta. Veja bem o que você está fazendo.

Caio respira fundo, encara-o com firmeza.

— Eu quero a sua filha, sim, senhor. Mas quero como a minha mulher. Marta é a única mulher que mexeu comigo a vida inteira. Se fosse só passatempo, não gastava nem um real. Mulher por aí, o senhor sabe que eu tenho para escolher. Mas eu quero ela. Só ela.

Heitor o examina por um longo segundo. Então assente com um meio sorriso cansado.

— Tudo bem, moleque. Só espero que saiba respeitar o tempo dela. Não ouse forçá-la a nada. Vou me fazer de cego... mas não de burro, mas lembre-se, estou de olho.

Miguel intervém, aliviando o clima.

— Vamos focar no projeto, senhores. Tem coisa demais para resolver.

O grupo segue até a lateral do galpão, onde o engenheiro abre as plantas e começa a falar sobre a quantidade de placas, os inversores, o armazenamento e os pontos de instalação.

Tudo parece sob controle... por enquanto.

Jogadas e Intenções 1

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